No último ano, o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) distribuiu R$ 1,3 bilhão em direitos autorais, a maior receita gerada através da execução pública de músicas nos 47 anos da instituição. Segundo o balanço, 323 mil artistas e trabalhadores da indústria fonográfica foram contemplados.
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Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad. Foto: Divulgação.
O valor distribuído apresentou um crescimento de mais de 12% em relação ao ano de 2022. Para Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad, o recorde de arrecadação para a gestão coletiva, em 2023, tem a ver com as agendas de shows, crescimento das estratégias de streaming e as inovações por inteligência artificial.
“Tivemos o “boom” de shows, o avanço no digital, o desenvolvimento de nossa jornada tecnológica e a presença cada vez maior da Inteligência Artificial no mercado da música. Acredito que 2024 ainda será um ano de batalhas no digital, pois novas plataformas chegam a cada dia no país e as negociações para o pagamento dos direitos autorais não são fáceis”, analisa Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad.
Eventos como as turnês internacionais de Paul McCartney, Taylor Swift e The Killers, e festivais como o The Town, levaram ao crescimento de 128% nos valores destinados à classe artística, em relação a 2022. No ano passado, o Ecad licenciou mais de 62 mil shows e eventos em todo o país.
“O mercado de shows deve seguir com um grande volume de eventos e temos que manter nossas campanhas de conscientização, além de reforçar o entendimento sobre o licenciamento de shows e o envio dos roteiros musicais por parte dos organizadores”, completa a executiva do Ecad.
Outro segmento em evidência na distribuição de direitos autorais em 2023 foi o de streamings de áudio e vídeo. Nas plataformas de áudio, houve um crescimento de 57,85% de arrecadação por execução pública. Ao mesmo tempo, os streamings de vídeo tiveram aumento de 23,16%.
As execuções de ‘Música ao Vivo’ expandiram em 57%, em comparação a 2022. A instituição de gestão coletiva também registrou queda nas receitas geradas por TV (aberta e fechada) e cinema, que empataram com diminuição em 24%.
Sustentabilidade
Em 2023, o Ecad também lançou uma campanha nacional voltada para marcas patrocinadoras de festivais. A iniciativa alerta empresas que adotam uma agenda de boas práticas de ESG (Meio Ambiente, Social e Governança).
Neste sentido, o Ecad também apresentou seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, seguindo sua estratégia de avançar na agenda de negócios sustentáveis.
Dos 500 colaboradores, a instituição tem atualmente 49% de seu quadro formado por mulheres e elas ocupam 44% dos cargos de chefia. Assim começou a passou a fazer parte do Pacto Global da ONU, iniciativa que reúne empresas e organizações com o objetivo de fortalecer a sustentabilidade corporativa no mundo.
