A pandemia do Covid-19 afetou fortemente toda a indústria do entretenimento. Mas, se para alguns setores os números foram negativos, para música gravada nos Estados Unidos o saldo foi positivo. É o que mostra o relatório anual da Recording Industry Association of America (RIAA) de 2020, com um crescimento de 9,2% em 2020, registrando uma receita de US$ 12,2 bilhões (cerca de R$ 69 bilhões) – em valor de varejo estimado. Já no valor de atacado, o crescimento foi de 8,9%, com US$ 8 bilhões.
De acordo com o relatório da RIAA, este é o quinto ano consecutivo de crescimento para a indústria, com a continuação dos serviços de assinatura paga sendo o principal impulsionador dos aumentos de receita, registrando um número recorde de assinaturas no ano passado.
Streaming em números
Abrangendo uma ampla gama de serviços, o streaming de música cresceu 13,4% a sua receita, registrando US$ 10,1 bilhões em 2020. Esta categoria inclui serviços de assinatura paga, como Spotify, Apple Music e Amazon Music Unlimited, com suporte de anúncios sob demanda serviços como Vevo, YouTube e a versão gratuita do Spotify e além de plataformas como Pandora, SiriusXM e outros serviços de rádio da Internet.
A categoria pela primeira vez incluiu receitas de licença de música do Facebook e serviços de streaming de fitness. A participação do streaming na receita total do setor continuou a crescer, atingindo 83% em 2020.
Ainda de acordo com o relatório, as assinaturas pagas de serviços de streaming on demand têm contribuído com a maioria das receitas de música gravada a cada ano desde 2018. Em 2020, assinaturas de serviço completo cresceram 14,6%, para US$ 7,0 bilhões.
Além disso, o número de assinaturas de streaming continuaram a aumentar, foi registrado um crescimento de 15 milhões se comparado aos 60,4 milhões em 2019, somando 75,5 milhões em 2020, o maior aumento visto na história em um único ano.
Receita com publicidade em queda
Um amplo declínio no crescimento da receita de publicidade em muitas formas de mídia impactou os anúncios e a receita dos serviços on demand da música. As receitas destes serviços (como o YouTube, a versão gratuita do Spotify e Facebook) cresceu 16,8% ao ano para US$ 1,2 bilhão em 2020, em comparação com uma taxa de crescimento média de quase 30% em os 3 anos anteriores.
O volume dos streams de música nestes serviços continuaram a crescer, com centenas de bilhões de streams entregues a mais de 100 milhões de ouvintes nos Estados Unidos, mas contribuiu apenas com 9,7% das receitas.
Crescimento do Vinil
Quem pensa que assistir o crescimento do streaming fez com que as vendas físicas entrassem totalmente em crise está muito enganado. O boom mundial dos produtos físicos mostrou que, pela primeira vez desde 1986, as receitas dos discos de vinil foram maiores do que os CDs.
O valor total da venda de vinis não chega nem perto da receita do streaming, mas ao pensar no momento em que o mundo está vivendo, ter uma receita praticamente estável de US$ 1,1 bilhão (queda de 0,5%) é um bom sinal.
Apesar dos desafios e restrições para vendas no varejo impostas pelo Covid-19, o vinil cresceu 28,7% em valor ano a ano, chegando a 626 milhões – embora ainda represente apenas 5,2% do total das receitas. A receita de CDs diminuiu 23% para US$ 483 milhões, continuando um declínio de longo prazo.
Sobre a RIAA
A Recording Industry Association of America fornece os dados mais abrangentes sobre as receitas e remessas de música gravada nos Estados Unidos desde 1973. Eles são considerados a fonte definitiva de dados de receita para a indústria da música gravada do país.