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Rael agradece todas as referências de “mãe” presentes no mundo no clipe de “Bença Mãe”


Foto: Gabriel Ranzani

Para Rael, homenagear as mães deveria ser um exercício diário (e não apenas restrito ao segundo domingo de maio, por exemplo). O rapper acaba de lançar, via Laboratório Fantasma/Sony Music, o single “Bença Mãe”, que é a forma como o cantor e compositor paulista encontrou para agradecer não apenas a sua mãe, mas também todas as referências de “mãe” presentes no mundo. Trata-se da segunda faixa revelada do seu próximo disco, previsto para o segundo semestre.

“As mães são aquelas figuras que se doam e a gente não retribui”, diz o artista. Com influência de afrobeat e de ijexá, a música cita a natureza, a cachoeira e outros símbolos aos quais, muitas vezes, não somos gratos. “É aquela velha história, a mãe é quem segura o reggae nessa merda de patriarcado e fica na responsabilidade de cuidar do marido e dos filhos e, quando ela se dá conta, teve um desgaste monstro”, pensa.

Um áudio de Sandra Mara da Silva Aldrovande, que, em maio deste ano, teve o seu filho assassinado, ainda abre a possibilidade para se pensar naquelas que passam por uma perda e transferem o cuidado para a luta por justiça. Jean foi atingido por um tiro, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, quando chegava para dar aula.

O videoclipe de “Bença Mãe” reforça os variados modelos maternos. Dirigido e roteirizado por Caio Lazaneo, o registro audiovisual traz personagens reais, como a própria mãe do artista, além de uma mãe que joga capoeira e outra que tira o sustento da terra. A vó de Rael é lembrada por meio da figura de Dona Cotinha e de sua filha, Ana Maria Lemes, que conduzem o benzimento, diariamente, a centenas de pessoas na região de São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo.

“A minha vó era benzedeira e essa cultura está acabando. Tenho a lembrança da minha casa cheia de gente e que se curava por meio de palavras e de elementos da natureza”, recorda Rael. “A Dona Cotinha faz um trabalho muito bonito, foi uma maneira de me reconectar com o universo da minha avó”, conclui.