O Brasil amanheceu assombrado por mais um episódio brutal de racismo. Em pleno “Dia Nacional da Consciência Negra”, dois homens foram presos por agredir até a morte João Alberto Silveira de Freiras, de 40 anos, dentro de uma loja da rede de supermercados Carrefour. Um dos agressores é policial militar.
Desde a divulgação dos vídeos que mostram a agressão, diversos protestos e manifestações vem acontecendo de forma online e presencial a fim de demonstrar a indignação diante de mais um caso de violência racial. Entre artistas não foi diferente. Muitas estrelas da música estão apoiando o boicote ao Carrefour, assim como as manifestações que estão se espalhando pelo país. Emicida, que ontem (19/11) conquistou um Grammy Latino, publicou a seguinte mensagem:
O vocalista do Detonautas, Tico Santa Cruz, por meio de suas redes sociais, solicitou a editora Belas Letras a retirada de seus livros das lojas da rede. “Exijo que imediatamente todos os meus livros sejam retirados de venda do Carrefour”, escreveu o roqueiro.
Oi @belasletras exijo que IMEDIATAMENTE todos os meus livros sejam retirados de venda do @carrefourbrasil !!!! Aguardo um posicionamento público da editora o quanto antes ou vou rescindir meu contrato com a Editora!
Racismo não é piada!— Ticosantacruz 🇧🇷❤️🤘🏻 (@Ticostacruz) November 20, 2020
Não demorou para que a editora se posicionasse diante do ocorrido, retirando os seu material de circulação das lojas do supermercado.
A minha editora se posicionou sobre a venda não só dos meus livros mas de todos os demais autores publicados pela @belasletras – e assim seguimos coerentes, conscientes e com respeito as vidas negras!!! https://t.co/acFHjlm1Jj
— Ticosantacruz 🇧🇷❤️🤘🏻 (@Ticostacruz) November 20, 2020
Além do pedido de boicote, Tico e artistas como Pretinho da Serra, Nego do Borel e Djonga estiveram em manifestações presenciais em lojas da rede Carrefour.
Foto: reprodução/Instagram Stories @EmicidaNego do Borel compartilhou em seu perfil uma transmissão ao vivo da manifestação em que esteve presente. Confira:
Diversos artistas e internautas se manifestaram por meio da arte e relembraram, nas redes sociais e nos protestos, a música “A Carne” de Elza Soares. Lançada em 2002, a canção entoa versos como: “A carne mais barata do mercado é a carne negra”.