Pelo menos 11 pessoas morreram após as fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias e um termo relacionado à tragédia está repercutindo: racismo ambiental. Ele foi usado pela ministra da Igualdade Racial do Brasil, Anielle Franco, em uma postagem feita no Twitter no último domingo (14). Você sabe o que significa?
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“Estou acompanhando os efeitos da chuva de ontem nos municípios do Rio e o estado de alerta com as iminentes tragédias, fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático. Vou procurar conversar com o Ministro das Cidades para entender o que o Governo Federal pode fazer de assistência. Por enquanto, se possível, o ideal é evitar o deslocamento”, escreveu a ministra.
Estou acompanhando os efeitos da chuva de ontem nos municípios do Rio e o estado de alerta com as iminentes tragédias, fruto também dos efeitos do racismo ambiental e climático.
Algumas prefeituras do estado já estão mobilizadas.
— Anielle Franco (@aniellefranco) January 14, 2024
O racismo ambiental é uma forma de desigualdade socioambiental que afeta principalmente as comunidades marginalizadas, como pessoas negras, indígenas e pobres. O conceito foi criado há mais de 40 anos pelo climatologista americano Robert Bullard.
De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, “essas comunidades sofrem os impactos negativos da degradação ambiental e da falta de acesso a recursos naturais e serviços ambientais, enquanto as populações mais privilegiadas usufruem de uma maior proteção ambiental e melhores condições de vida”.
Zona Norte do Rio e Baixada Baixada Fluminense são as regiões mais afetadas
Conforme noticiado pel jornal O Globo, o Mapa da Nova Pobreza, levantamento divulgado em 2022 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que os municípios que compreendem o arco de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estão entre as regiões mais pobres do país.
Em 2021, segundo o levantamento, 33% dos moradores dessa região tinham renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais. A região que compreende Duque de Caxias, Magé e Guapimirim, municípios da Baixada Fluminense, também está entre os 100 piores do país. De acordo com a FGV, 30,48% dos moradores dessas cidades estão na faixa de pobreza.