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Quem é Majur? Conheça artista não-binário que brilha no clipe “AmarElo”, com Emicida e Pabllo Vittar

“AmarElo”. A novidade do Emicida com Pabllo Vittar e Majur foi certamente um dos assuntos mais comentados desta terça-feira (25) já no momento em que foi lançada nas plataformas digitais e a mensagem se intensificou com a chegada do videoclipe horas depois. Com Emicida e Pabllo Vittar já nomes corriqueiros no mundo da música, muitos ficaram curiosos: quem é Majur?

Foto: Fernando Schlaepfer

A mensagem de superação de “AmarElo” se encaixa perfeitamente na história desta artista. Nordestina e não binária (sem sexo definido), foi batizada Marilton Conceição Jr e como muitos LGBTQIA+ encontrou na música sua maior forma de expressão. Nascia Majur na noite de Salvador enquanto, durante o dia, se retraía para o trabalho de atendente de telemarketing e estudava Design. Do curso, ampliou sua capacidade de compor letras com o aprendizado em semiótica.

Tudo mudou quando se viu de frente com Caetano Veloso. “Majur é voz. E certeza de si. É beleza baiana demais para eu não me abalar. Um preto de 1,93m, incrivelmente elegante e agindo como modelo/estrela ou R&B-diva”, disse o veterano ao O Globo em março deste ano. Hoje, Majur é empresariada por Paula Lavigne, mulher e empresária de Caetano.

A música entrou na vida de Majur cedo. Aos 5 anos estava na Orquestra Sinfônica da Juventude de Salvador, se apresentou na Janelinha do Natal (espetáculo tradicional do Pelourinho), aprendeu violino e foi selecionada para a etapa nacional do Festival Anual da Canção Estudantil. Também fez parte do coral de alunos do colégio da Polícia Militar.

Um dos momentos de mudança em sua trajetória aconteceu ano passado ao conhecer outro nome importante para a cena LGBTQIA+ no Brasil: Liniker. Majur emprestou seu violão para a artista trans e terminou a noite também ao lado da artista. “Tudo começou exatamente aí. Essa visibilidade do show da Liniker me levou a lugares muito maiores”, disse à Vogue. Na oportunidade lançou EP e clipe. Daí para os palcos maiores, foi tudo muito rápido.

Em março deste ano esteve no palco do Carnaval de Salvador com Daniela Mercury, se uniu a Caetano Veloso novamente em um show importante no Circo Voador durante a Semana do Meio Ambiente, cantou no Baile da Vogue, foi a primeira pessoa na história do Afro Fashion Day a desfilar com roupa feminina sendo geneticamente masculino e é a primeira brasileira a ser divulgada pela Gucci nas redes sociais da marca.

O primeiro álbum da Majur ainda está em produção e além de “AmarElo”, o EP “Colorir” está disponível nas plataformas digitais. Com três faixas, o projeto produzido por Jaguar Andrade (que já trabalhou com Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Carlinhos Brown) tem participação de Hiran (outro apadrinhado de Paula e Caetano) em “Náufrago”, além das faixas “Africaniei” e “Detalhe” – todas destacando suas raízes e enaltecendo sua força e expressividade.

Ao se expressar publicamente como artista não binária, Majur já carrega cedo o título de porta-voz de uma outra parcela invisível de brasileiros. “Canto o amor entre pessoas, tento fugir ao máximo da relação de gêneros nas minhas músicas. Minha representatividade já tá clara no visual. Não quero restringir nas letras, minha intenção é atingir diversos públicos de diversas idades”, disse. Mesmo com a importância do seu posicionamento, é cautelosa ao falar em representatividade. “Não conseguimos mais dividir as coisas em caixas. É algo muito mais livre, e o verdadeiro sentido dessa liberdade é construído pelas pessoas que se dão mais tempo para entender as diversas coisas que acontecem”, comentou em entrevista à Vogue.

Com informações de O Globo e Vogue

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