O baiano Hiran ganhou voz em todo país ao trazer à agenda da música independente brasileira uma nova proposta de discursos e influências, buscando um novo ar pro hip hop para o rap queer. O artista já soma mais 95 mil ouvintes mensais no Spotify, com destaque para estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Um de seus primeiros sucessos, “Lágrima”, lançado em agosto de 2019, contou com a participação de Gloria Groove, Baco Exu do Blues e Àttooxxá e tem mais de 3,3 milhões de streams no Spotify. O rappper caiu nas graças de Caetano Veloso que o apadrinhou, o que o levou para outro patamar da sua carreira.
Hiran acaba de lançar dois novos singles e EP visual – publicado em seu canal do YouTube com mais de 1,4 milhão de visualizações, que conta sua história e traz um momento de reflexão e reconexão do artista com suas origens e ancestralidade. No novo trabalho, Hiran traz feats com Margareth Menezes, Linn da Quebrada e o jovem rapper Wendel, de sua cidade, Alagoinhas (BA).
Mas, afinal, quem é Hiran? Qual a sua trajetória? O artista é o destaque de hoje do “Quem é”. Lançado em fevereiro, o quadro do POPline.Biz é Mundo da Música traz nomes que estão dando o que falar no mercado como Brena Gonçalves, Kika Boom, Luan Estilizado, Illy, DJ Guuga, Gabriela Rocha, Hotelo, Kant, Zé Vaqueiro, Malu, Diego & Victor Hugo, Krawk, Vitor Fernandes, Rai Saia Rodada, Salvador da Rima, Kawe, Nathan, MC Drika, OUTROEU e mais.
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Quem é Hiran?
Nascido em Alagoinhas, cidade que fica a 136 km da capital baiana, o artista está desde 2017 marcando forte presença em palcos brasileiros. O rapper é abertamente gay e traz novas posturas para o tópico. Ainda no seu primeiro álbum de estúdio, intitulado “Tem Mana No Rap”, com 8 faixas autorais e instrumentais marcantes do seu melhor amigo Tiago Simões, Hiran apresenta a sua visão sobre os problemas que envolvem o contexto político do país.
De lá para cá, Hiran já dividiu palcos e microfones com artistas como Caetano Veloso – que o apadrinhou, Ludmilla, Duda Beat, Larissa Luz, BaianaSystem, Daniela Mercury e Psirico. Além de já ter se apresentado no badalado Baile da Vogue; na Virada Cultural de São Paulo e no programa Criança Esperança, da Rede Globo.
No carnaval de Salvador, maior festa de rua do mundo, o cantor se apresentou em trios elétricos de artistas como Daniela Mercury, Alinne Rosa no Camarote Expresso 2222 (espaço comandado pela família de Gilberto Gil); fez campanhas publicitárias para a Melissa; foi indicado ao prêmio MTV MIAW, ao prêmio da Academia de Crítica de Arte Paulista e foi vencedor do MVF Awards, ao lado do Attoxxa, com o prêmio de Melhor Live Nacional de 2020, pela apresentação que fizeram juntos no festival internacional Afropunk, gravado em Salvador.
Em julho de 2020, Hiran lançou “Galinheiro”, com produção musical de Tiago Simões (do Cremenow Studio) e Matheus Gonçalves (alohamath), trazendo feats especiais, como Majur, Illy, Dicerqueira, Nininha Problemática, Ed Oladelê e Astralplane. Destaque para a parceria com Tom Veloso na música de “Gosto de Quero Mais”, que já ultrapassou 880 mil visualizações no Youtube e quase 1 milhão e meio de plays no Sporify.
Em 2021 o cantor apresenta novos lançamentos, frutos de um importante processo pessoal de reconexão que passou nos últimos meses, onde buscou respostas e apoio em sua ancestralidade e raízes. Os singles, lançados nesta sexta-feira (21), ainda contam um sensível e profundo EP Visual intitulado “História”, pensado junto com os amigos Hisan Silva e Pedro Batalha, empresários responsáveis pela marca Dendezeiro, onde as duas músicas se conectam e contam a história e o processo que Hiran passou no último ano.
Ouça “Band de Batidão” com participação de Wendel:
“Eu estava morando no Rio, voltei para a Bahia, me desapeguei de todos os luxos e ideias que eu estava vivendo e daquilo que me foi me passado sobre o que é o sucesso e ser bem sucedido. E assim, em casa, produzi um trabalho do meu coração, sem ansiedade e pressa”, revela o artista.
“Minha vida mudou drasticamente nos últimos anos e eu vivi uma realidade muito distante da que eu cresci, então eu precisava voltar, e nesse processo de volta para o meu eu criança, para minha cidade e pros velhos amigos, eu decidi voltar também numa viagem de reconexão com a minha ancestralidade e assim iniciei no Candomblé. Sou filho de Oxum e ela tem me salvado todos os dias. Me afastei do mundo louco e corrido que a música me inseriu e aqui reencontrei as coisas que são de verdade pra mim”, completa Hiran.
Hiran esteve à frente de toda produção do filme, incluindo participação no roteiro e casting das gravações. Todos que participaram desse trabalho, desde atores à produção, foram escolhidos pelo artista, que ao final contou com uma equipe formada por 95% de pessoas da cidade de Alagoinhas, sendo alguns deles, amigos de infância. O filme foi feito sob os olhares dos seus parceiros Lucas Bellaguarda e Bernado Bastos.