Nascida em Ilhéus, cidade conhecida por ser o berço do escritor Jorge Amado, Brena Gonçalves começou ainda na adolescência a descobrir sua forte inclinação e dom para a música. Mas foi o The Voice Brasil, da Rede Globo, que revelou o seu talento para o mundo, quando, em 2016, a cantora soltou a voz, conquistou os técnicos Carlinhos Brown e Michel Teló, e chegou à semifinal do programa.
Sua voz doce somada ao seu visual arrojado e cheio de personalidade, fez com que Brena alçasse voos ainda mais longos após o programa. De lá para cá, a artista tem mostrado o seu talento da composição e apostado em caminhos autorais, com músicas que trazem mensagens de pertencimento, valorização e esperança.
A cantora acaba de lançar o single “SEMPRE” ao lado do também baiano Pedro Pondé, que participou com a banda Scambo, do programa Superstar, da Rede Globo. A música faz parte do projeto do seu primeiro EP que será lançado ainda este ano. “Esse não é só o meu primeiro EP solo, é um reencontro comigo mesma, é um (re)despertar de uma artista”, conta Brena.
Como forma de autocura e de espalhar uma mensagem de fé nas boas novas, de bons tempos no futuro, a compositora traz na canção uma espécie de “fique firme”, numa estética mista entre Pop Rock e Bossa nova, com bateria marcante e violão bem característico da brasilidade da Bossa.
“É uma música sobre recomeços, sobre autocuidado, sobre amor-próprio, sobre perceber o outro, sobre esperança e resiliência. A fé no futuro, a crença de que existem sempre novos começos, novas possibilidades. Um feat cheio de afeto, amor pela vida e pela saúde mental”, revela a artista.
Mas, afinal, quem é Brena Gonçalves? Qual a sua trajetória? A artista é o destaque de hoje do “Quem é”. Lançado em fevereiro, o quadro do POPline.Biz é Mundo da Música traz nomes que estão dando o que falar no mercado como Luan Estilizado, Illy, DJ Guuga, Gabriela Rocha, Hotelo, Kant, Zé Vaqueiro, Malu, Diego & Victor Hugo, Krawk, Vitor Fernandes, Rai Saia Rodada, Salvador da Rima, Kawe, Nathan, MC Drika, OUTROEU e mais.
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Quem é Brena Gonçalves?
Mulher, negra, cantora, violonista autodidata, compositora e comunicóloga de formação, Brena começou a cantar aos dez anos apenas para acompanhar as músicas que estava aprendendo no violão.
Sua estreia em um palco foi graças a uma aposta perdida: “Eu tinha uma prova na escola e achava que não ia passar. Um amigo meu resolveu apostar que, se eu passasse, teria que encarar um palco com ele. E foi o que aconteceu. Fui bem na prova e acabei cantando para um público pela primeira vez”, lembra.
Ainda na adolescência, Brena rodava as cidades do interior da Bahia conquistando os palcos com a banda Severina Chique – formada só por mulheres. Em 2015, foi finalista do Festival de Música de Brumado. Chegou a participar de seletivas para o programa Ídolos, da Rede Record, mas foi após sua brilhante trajetória como semifinalista da 5ª edição do “The Voice Brasil”, que a cantora começou a trilhar sua carreira solo, abrindo shows para gigantes da Música Popular Brasileira como Djavan, Geraldo Azevedo, Vanessa da Mata, Alcione e Maria Gadú.
Brena Gonçalves no The Voice Brasil | Foto: Divulgação/Globo
Como reconhecimento do seu talento, dois anos depois Brena voltou a TV Globo, desta vez convidada para participar do programa “Os Melhores Anos das Nossas Vidas”, apresentado pelos atores Lázaro Ramos e Lúcio Mauro Filho.
Focada em compor e deixar sua marca na música (e na vida das pessoas), em 2019, Brena lançou seu primeiro single autoral “Deixa eu te dizer” nas plataformas digitais, um delicioso balanço pop envolto num misto de ijexá e música eletrônica.
Sempre falando de amor, em julho do mesmo ano, lançou mais uma composição, “Me deixa ficar”, que traz o desejo e a responsabilidade em assumir publicamente o amor e admiração por uma mulher negra.
Em uma crescente de visibilidade e reconhecimento, em 2020, Brena participou pela primeira vez da maior festa popular do mundo: o Carnaval de Salvador. No mesmo ano lançou “Pedaço de África”, que discute a identidade da mulher negra em clima de pagotrap. A data escolhida para o lançamento, 25 de julho, Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, reforçou o objetivo da artista em lançar um novo trabalho neste momento: “oferecer um respiro emocional no meio da pandemia”.
A faixa tem produção musical de Bruno Zambelli, que já assinou trabalhos para Attooxxá, Luedji Luna e Underismo, entre outros nomes de destaque da música contemporânea da Bahia. Uma grande surpresa no estilo com a sonoridade do pagotrap, que mistura o clima do pagodão baiano com o som dos guetos, representado pela participação especial do rapper Yan Cloud. O resultado é um som dançante, alegre, mas que trata com firmeza do tema identidade e negritude.
Após dar um “gostinho” do que vem no seu primeiro EP com o single “SEMPRE”, Brena revela que o projeto, que terá distribuição pela Musequal Brasil, está previsto para ser lançado no começo do segundo semestre deste ano e trará mais três músicas inéditas e autorais.
“Acredito que a linguagem desse EP é o afeto e algumas de suas inúmeras faces e abordagens através da música. Quero que as pessoas ouçam esse EP e pensem em alguém com carinho, em alguém que ainda não pôde abraçar, por causa da pandemia, ou em algum crush, amigo, ou que daria a própria vida para proteger”, revela.
Para ela o afeto é a grande ferramenta capaz de levar as pessoas para perto uns dos outros, mesmo que em distanciamento social. “Uma vez ouvi que ser empático é ver o outro pelos olhos, vivência, dores e sabores. É o momento em que nos despimos, de maneira verdadeira, para a vivência do outro”, finaliza.
