Passada a euforia do verão, Ludmilla já tem bem definido o seu cronograma de lançamentos para este semestre. Depois de dominar as paradas com “Verdinha” e invadir o carnaval com “Pulando na Pipoca”, em parceria com Ivete Sangalo, Lud vai ousar e o lançamento do EP de pagode está a caminho para as próximas semanas. O projeto, que começou como uma brincadeira nas redes sociais e nas festas privadas cantora, tem grande potencial e é aguardo com muita expectativa pelos profissionais do estilo musical.
No final da década de 1990, o eixo Rio-SP exportava para todo o Brasil um segmento musical com referências explícitas do samba, mas com uma levada romântica e “malandra”. Eram os grupos de pagode que surgiam nas periferias e ganhavam os programas de TV, as rádios e faturamento absurdos em shows. Lado a lado com o axé da Bahia, os grupos de pagode influenciavam os jovens brasileiros, mas também eram consumidos pelo público adulto.
Com o passar dos anos, a onda da pirataria de CDs/DVDs, que afundou o mercado fonográfico, e posteriormente a dominação do sertanejo, que ampliou seu público do interior até as grandes capitais, vários segmentos musicais perderam visibilidade. E o império do pagode ruiu. Sorriso Maroto, Turma do Pagode, Thiaguinho, Dilsinho, Mumuzinho e Ferrugem são os principais nomes do estilo musical hoje, seja nas paradas digitais, bilheterias ou rádio e TV. É complicado quando é possível contar nos dedos das mãos os principais artistas de um estilo musical e óbvio que existem muitos novos nomes do estilo que são talentosos, prontos para ganhar o Brasil, mas a verdade é que a falta de volume no consumo reflete no pouco apoio da imprensa, rádio, TV e plataformas digitais.
No entanto, Ludmilla pode escrever um novo capítulo dessa história. Com milhões de ouvintes nas plataformas de streaming e números exorbitantes no YouTube, Lud é grande influenciadora e tem nas mãos a chance de levar o pagode para um novo público. Para este lançamento, ela conta com o suporte de uma poderosa plataforma de streaming que preparou uma estratégia bastante agressiva para o material, que inclui regravações e faixas autorais inéditas. Essa parceria pode fazer toda a diferença na promoção.
É importante lembrar que as playlists, principal fonte de consumo nas plataformas de streaming, representam a primeira linha do plano de marketing de todos os artistas hoje. Caso seu segmento musical não esteja entre os movimentos populares ou se encaixe nos “moods” do momento dificilmente suas faixas vão conseguir disputar “de igual para igual” entre as mais ouvidas. É aí que o pagode está em desvantagem: no Spotify, por exemplo, apenas uma playlist do segmento tem mais de 1 milhão de seguidores. Já o funk, em uma rápida busca na plataforma, é possível localizar pelo menos quatro playlists com números superiores.
“Ludmilla é versátil, já provou isso de diversas formas. Além disso, ela cresceu ouvindo pagode e isso está na sua essência. Junto com os artistas e grupos de pagode, ela tem a chance de fazer um cross com novas possibilidades, incluindo parcerias, publicidade, shows, festivais e turnês. Vai dar um gás!”, conta ao POPline um produtor de eventos de grande porte de pagode, que preferiu não se identificar. Ele adicionou: “sobretudo, ela é muito querida pelos artistas de pagode, circula bem e há bastante tempo. Seu projeto ‘Por do Samba’ é um marco no verão carioca e o formato tem potencial para ganhar o Brasil”.
Nos últimos verões, junto com a promoter Carol Sampaio, Ludmilla promoveu um formato de show diferente aos domingos no Rio: uma ronda de samba e pagode. Sempre com convidados especiais, a funkeira deixava o batidão de lado, sentava num banquinho e mostrava suas aptidões com instrumentos e relembrava sucessos e hits atuais do pagode.
Vamos acompanhar de perto a era pagodeira da Danada! Estamos ansiosos para as surpresas que este lançamento promete.