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Profissão Label Manager: Agregadora Musical

O POPline.Biz é Mundo da Música inicia uma série explicando a função do cargo no mercado musical
Mariana Paulino. Foto: Divulgação

O POPline.Biz é Mundo da Música retoma a sua série especial dentro do quadro “Guia MM” que traz referências em atuação no mercado musical para explicar como funciona a rotina, os desafios e oportunidades da sua profissão no nosso setor.

Dando continuidade ao cargo de Label Manager, profissional crucial dentro de uma gravadora, agregadora ou distribuidora para a viabilização de um projeto musical.  O cargo  tem como função gerenciar as etapas de um lançamento, coordenando todo plano de comunicação e marketing.

Para entender o papel do Label Manager dentro de uma agregadora,  o POPline.Biz entrevistou Mariana Paulino, Label Manager na Altafonte, que contou detalhes da sua trajetória e visão sobre a sua profissão no mercado musical.

Mariana Paulino. Foto: Divulgação

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Jornalista, especializada em Jornalismo Cultural, Mariana Paulino sempre se interessou por música e a cultura do Hip Hop. Durante a faculdade, ela teve um professor que a incentivou a ter um projeto para treinar mais a escrita e trabalhar o seu olhar  para as coisas do seu interesse. A partir disso, em 2013, ela criou o blog ‘Rap em Movimento’.

“Comecei a ir para a área de cobertura da cena na época, os shows, eventos, batalhas e festas de coletivos para o blog. Isso me aproximou muito do universo da música e, principalmente, do Tap. Na época eu trabalhava como assessora de imprensa e tive muita experiência e, ao mesmo tempo, levava o blog. Nessa época, comecei a fazer ‘freelas’,  conforme fui conhecendo as pessoas e os artistas sempre aparecia uma oportunidade de participar de projetos e ganhar experiência, além de uma graninha”, conta Mariana.

Até que chegou um momento que Mariana sentiu que deveria tentar um emprego fixo como assessora de imprensa. Foi quando ela entrou na Boia Fria Produções e foi conhecendo um universo da música, que englobava construção de carreira artística, produção de shows, relacionamento e direitos autorais. 

“A partir disso, comecei a ter um olhar mais estratégico para o trabalho que eu estava fazendo com o blog e com meus projetos. Durante esse período na Boia Fria, participei do coletivo/produtora chamado ‘Cérebro Surdo Produções’, onde fizemos shows de uma galera potente do Rap Nacional de forma 100% independente.”

No entanto, à essa altura, veio a pandemia de covid-19 e Mariana saiu da Boia Fria Produções.  Nesse período, ela passou a trabalhar como freelancer de Mídias Sociais e Redatora.

“A área da cultura foi bastante afetada na pandemia e tive que traçar novos rumos. Continuei com ‘freelas’ na música, fui fazer conteúdo e estudar também. Além disso, ajudei a fundar e fiz parte da revista Brasa Mag, onde mulheres pretas de vários estados do Brasil se reuniram para falar sobre Hip Hop.”

Foi com essa troca cultural com pessoas de outros estados que Mariana teve a oportunidade de criar projetos e trabalhar a sua criatividade. Nesse processo, ela começou a trabalhar na Universal Music como Assistente de Departamento Digital, o que foi uma grande virada na sua trajetória profissional.

“Fui aprendendo sobre a música no digital e como é seu ecossistema. Passei por duas áreas na Universal Music.  A primeira foi o Digital, onde aprendi sobre o básico como o que é um pitching, organizar um lançamento, ter relacionamento com as plataformas e entender como elas funcionam. Depois, fui para a área de Music&Brands e tive oportunidade de trabalhar com a música inserida em marcas. Também me envolvi em diversos projetos e fui muito incentivada a descobrir esse lado mais voltado para o artístico.”

Após a sua passagem na Universal Music, local que a apresentou a um universo de possibilidades dentro do mercado musical, além de novas perspectivas, Mariana decidiu dar um novo passo na sua carreira profissional, assumindo o cargo de Label Manager na Altafonte.

“Eu vim para Altafonte para ser Label Manager e foi uma super oportunidade, principalmente, para trabalhar no nicho que sempre estive perto que é o Rap. Eu me sinto muito feliz em poder trabalhar com artistas de diversos ‘tamanhos’ e fazer pela cultura Hip Hop.”

A rotina de Mariana no cargo é, segundo ela, bem dinâmica. Isso porque a Altafonte tem um cuidado não apenas com o produto e sua distribuição, mas também no desenvolvimento do artista”.

“A rotina é bem diversificada! Vai desde cuidar de seus processos burocráticos até oportunidades de Marketing em plataformas digitais.  É muito importante conhecer os processos que englobam o universo de um lançamento, desde operacional até a parte de Direitos Autorais. Também é importante que o Label conheça o universo musical e o público que consome aquele gênero. É preciso ter um olhar mais analítico de números e estratégia, além de pesquisar tendências e o que o nicho e o mercado estão apontando. Entender e sempre se atualizar sobre as dinâmicas de lançamento nas redes sociais. E, é claro, buscar sempre construir um bom relacionamento com toda equipe do artista, respeitar e entender os processos de cada um. Afinal a música é uma arte.”

Quanto às principais aptidões que um profissional desse setor deve possuir, Mariana acredita que, antes de tudo, é preciso  entender o mercado, suas tendências e tentar conciliar com o projeto que o artista propõe.

“Entender as dificuldades e processos artísticos é fundamental. Ter empatia e sensibilidade. O conhecimento naquele nicho também é muito importante para saber identificar as melhores estratégias e direcionar os projetos. Exemplo: Um artista independente com pouco suporte de equipe acaba tendo poucos ‘braços’ para realizar algumas ações. Já o  que possui uma equipe mais robusta tem uma estrutura muito maior, mas mesmo assim nós identificamos os espaços que cada um desses artistas podem ocupar e trabalhamos isso de forma conjunta. Isso funciona bastante dentro do universo do Rap.”

A Label Manager da Altafonte diz que não acredita em uma profissão específica para desempenhar o cargo. Ela aposta nas vivências pessoais e profissionais de cada pessoa e enfatiza que ter conhecimento sobre dados e como funciona o mercado digital é importante.

Assim como em todas as carreiras, o cargo de Label Manager também tem desafios.  Para Mariana, os principais são conseguir otimizar e sintetizar tantas atualizações, novidades e a rapidez com que as coisas mudam.

“O Label acompanha o lançamento e vai direcionando o artista conforme vão surgindo as tendências, identificando pontos além da música que podem ser construtivos para a carreira. Junto com tudo isso vem sim a oportunidade de crescimento do setor e novas tecnologias que ajudam na divulgação e propagação daquele produto”, destaca Mariana Paulino. “O Brasil é um país enorme e que consome muita música e de diversos gêneros. Acredito que o desafio, principalmente do mercado independente, é igualar e democratizar as oportunidades. E sim, o setor está super em crescimento.”

Por fim, para os profissionais que desejam fazer uma transição de carreira ou investir na profissionalização para atuar na área, Mariana diz que saber ler números e dados é um bom caminho, além de todo o ‘feeling’ e vivência pessoal, ter uma leitura de tendências é extremamente necessário para trabalhar como Label Manager.

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