O POPline assistiu ao show da Katy Perry em Miami a convite da Universal Music Brasil
Há muita velocidade, movimento e cor logo no início do Prismatic Tour. Katy Perry pula corda em “Roar”, corre numa esteira em “Part Of Me”, e finalmente é erguida por uma plataforma triangular durante “Wide Awake”. Interpretei a dinâmica como um comentário sobre o quanto a cantora teve que correr e batalhar para ser erguida como a popstar que hoje é, e para ter conquistado os hits e sucesso que colhe atualmente. Depois de uma ótima sequência de faixas de sucesso, porém, as pouco conhecidas “This Moment” e “Love Me” trouxeram os ânimos da plateia para baixo.
A segunda parte do show trouxe o Egito Antigo para o palco, dando espaço a “Dark Horse”, “ET”, “Legendary Lovers” e “I Kissed A Girl” (curiosamente, o telão fez referência à aranhas nesta última faixa… rs). Tiveram múmias popozudas, cavalo dourado e muitas associações à pirâmides, o que se alinha completamente com o conceito triangular do Prismatic Tour. Foi provavelmente o ponto alto da noite.
Tudo ficou *bem* confuso em seguida. Vários vídeos com gatinhos animados começaram a passar no telão, e uma etapa do show completamente dedicada à gatos deu início. Eu sei da obsessão da Katy Perry com gatos, e que seus fãs se chamam Katy Cats… Mas tudo pareceu extremo e desnecessariamente infantil. Ao meu lado tinha um grupo de quatro meninas – por volta dos seus 25-30 anos – que me perguntaram, neste momento, porque haviam tantas crianças no show. Ao tentar explicar que Katy Perry tem um grande apelo com o público infantil, elas simplesmente não conseguiam entender como era possível. “Hot N Cold” e “International Smile” foram cantadas por uma Katy Perry ‘pantera cor-de-rosa’. Depois, tocou “Vogue” (Madonna), e o palco virou uma passarela.
Os temas do “Prism” voltaram no próximo momento, quando o palco se cercou de muitas flores e borboletas. Foi uma etapa extremamente pessoal, onde Katy Perry falou bastante e cantou (muito bem!) a sequência “By The Grace Of God”, “The One That Got Away” e “Unconditionally”. Mas cantou bem mesmo. Nunca tinha visto ela cantando assim nas premiações ao vivo transmitidas pela TV.
Não houve necessariamente um tema na última parte do show. O único elemento uniforme foi a peruca verde. Foi uma sequência forte de “Walking On Air”, “It Takes Two”, “This Is How We Do” (com “Last Friday Night” durante a ponte), “Teenage Dream” e California Gurls”. Pra mim, se tivesse tirado “It Takes Two” e explorado melhor “Last Friday Night”, teria sido o grande momento do Prismatic Tour. Pro bis, Katy Perry voou durante “Birthday” e pulou muito em “Firework”.
Katy sabe cantar, tem carisma e tem personalidade, mas o Prismatic Tour não a ajuda. É muita dança, é muito movimento, e é tudo muito preso. Os discursos parecem ensaiados, as coreografias são chatas, e o show parece apelar a todo momento para elementos que vão além da música em si. Katy Perry disse durante a quarta etapa (com flores) do show que aquela era a parte preferida dela. Também, pudera! É o único momento em que é só Katy Perry e o microfone, sem acrobacias, coreografias, exercícios, carões. O show podia ser menos infantil e preso. Os temas podiam fazer mais sentido. O setlist podia ser estruturado melhor. O Prismatic Tour permanece frio durante as suas duas horas, e é uma pena que Katy Perry (ou o seu time) coloca o espetáculo físico na frente da performance vocal.