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Pride POPline: Pepita fala sobre mudanças na carreira e revela parceria com Gloria Groove

A Pride POPline continua com Pepita! A cantora vem se tornando cada vez mais um nome conhecido não só por quem é familiarizado com os artistas LGBT e está com planos traçados para ir além. Para a nossa coluna, ela falou sobre as mudanças em sua carreira, o EP “Mulher Evoluída” e parcerias que vem por aí.

Oi Priscilla! Ficamos muito felizes com sua resposta positiva em participar da nossa série de entrevista. Seu nome certamente precisava estar entre aqueles que formam essa nova geração que prega a inclusão e defende o meio LGBTQ através da arte. A gente já vem ouvindo sobre você há alguns anos e desde 2015 quando você lançou “Tô a Procura de um Homem” muito mudou. Você enxerga e como você enxerga essas mudanças?
São mudanças boas! Penso que todos nós temos o direito e dever de evoluir para tornarmos seres humanos melhores.

Quais são as maiores influências?
Minha influência de vida se chama Valéria, minha mãe. Profissionalmente me inspiro muito na Valesca.

Como você lida com o título de representante das travestis dentro da cultura pop?
Sempre digo que represento a luta e a militança por nossa bandeira. Não me considero Diva e tenho muito orgulho da representatividade que carrego para muitas pessoas.

A internet tem ajudado a ampliar o acesso à arte e grupos isolados, como a cultura drag que só era acessada por amantes do meio. RuPaul tem uma grande parcela “de culpa” nisso, por exemplo. É dar a cara para bater sempre, mas acreditamos que para artistas LGBTQ as respostas são mais diversas. Como você lida com essas críticas?
Todas as críticas são construtivas, mas sempre existem aquelas pessoas que se garantem por trás das redes sociais. Acho muito fácil falarem da minha perna, da voz ou das perucas das meninas, que estamos com corpo bonito ou feio … Aceito um hétero falar de mim por que ele não vai fazer diferença na minha vida, mas sempre me entristece muito ver uma gay falando de nós. Colocamos a cara na mídia e na sociedade para defender nossa causa e uma gay ainda se acha no direito de falar mal de nós?! Triste, mas ninguém me derruba. Sou grandona e pra me engolir vai ser complicado!

Falando em críticas, a gente sabe que uma das maiores críticas em relação ao funk brasileiro é a letra. A gente conversou com a Kaya Conky e ela fala sobre como a música tem o papel de dialogar com um certo tipo de público e que muitas vezes essa crítica vem de quem não é o público alvo. Você concorda?
Concordo sim, mas acho que temos que focar em que o nosso trabalho atinja o nosso público, as pessoas que estão verdadeiramente conosco e ignorar quem gosta de falar e criticar.

A gente começou a ver o resultado do seu trabalho Dj Gorky, Zebu que é “Parceira”, e com Rick Joe, “Olhar 43”, ambas do EP “Mulher Evoluída”. Conta para gente mais sobre a música.
Estou muito feliz com o projeto “Mulher Evoluída”. É um EP que veio para mostrar que a Pepita não é limitada, e pode sim explorar novos mundos e estilos.

Sobre “Parceira”. A gente tem várias pequenas participações especiais na música, como Pabllo Vittar. Como foi colocar essa turma toda em uma música! Conta para gente os bastidores.
Então… (risos) , eu estava em Uberlândia para um show em comemoração ao aniversário da Pabllo, e todas as meninas estavam hospedadas lá para o evento. Era 1h da manhã quando recebi mensagem no meu celular do Gorky pedindo para eu ir até o quarto dele. Quando cheguei la encontrei 5 homens, delicia né (risos), eram o Gorky e a equipe dele: Pablo Bispo, Arthur Marques, Maffalda e Zebu . Eu e meu produtor Caio, ficamos de 1h até às 6:30h naquele quarto, de onde saíram 2 singles, sendo 1 deles “Parceira”. A cada momento da noite subia uma das meninas, Iza, Gloria, Aretuza, Lia, Lin e Pabllo como estava se arrumando para a festa, colocou a voz depois. Mas foi muito bom ver que em algumas horas saiu uma musica que conseguiu reunir tanta gente querida!

E “Olhar 43” e “Parceira” já passaram de 100 mil de visualizações no Youtube. Você está feliz com o resultado do novo trabalho até agora?
Sim estou muito feliz. Já estamos nos aproximando de quase 400 mil reproduções do EP no meu canal no YouTube, que se tornou meu meio de divulgação principal do projeto. Acho que pelo fato covarde e ocorrido comigo, está ótimo. Recebo vários videos dos fãs cantando em carro, no trabalho, na rua, no leito de hospital… isso me revitaliza!

Como está a situação com o Spotify para colocar as faixas online para o pessoal?
Ainda estou na briga da volta das músicas. Minha produção está correndo atrás disso, mesmo sendo uma questão extremamente burocrática e que não depende só de nós e sim da Discográfica que produziu “Olhar 43”, à qual eu já me desvinculei, e da agregadora OneRPM que subiu o primeiro trabalho. Mas acredito que será resolvido, se não for continuarei com meu trabalho do mesmo jeito. Sou fruto do YouTube e não de plataforma streaming.

E o título desse EP? Que mensagem você está propondo com esse título e o conteúdo das músicas?
Como eu disse, o EP é para mostrar que a Pepita evoluiu e que todos nós também podemos fazer o mesmo na vida. As músicas são não somente para tocar em shows e boates, aqueles funks que gosto, mas sim para atingir famílias, crianças e todos curtirem e conhecerem a Pepita.

A gente já tem data de lançamento desse EP completinho? Vai para todas as plataformas de streaming?
Data certa ainda não tenho. Tem muita coisa boa vindo por aí. Espero MUITO que esteja o EP completo em todas as plataformas né? Amém?! Amém!

Pode adiantar para gente se há alguma parceria a mais?
Sim, com a Gloria minha mana que amo muito, e com o Funtastic, uma GayBand nova formada pelos ex-coreógrafos da Anitta, Valesca e Ludmilla. Eles são muito bons e vocês irão amar!

Quais são os planos daqui pra frente?
A Pepita terá um programa esse ano onde terei vários convidados. Vai ser muito legal! Eu e minha produção estamos nos organizando para presentear três clipes ainda esse ano para os fãs, e claro, continuar o projeto do EP atingindo e surpreendendo meu público positivamente. Saber que o esforço do seu trabalho da frutos é muito bom !

A gente leu seu depoimento no Dia Internacional da Mulher, você participou ano passado de um evento essencialmente feminino organizado pelo Youtube. Muito foi conquistado e há muito ainda a lutar, você concorda?
Super concordo! Falta muito ainda, estamos só no começo. O pouco que conquistamos atualmente não chega aos pés do que podemos conquistar e exigir.

A gente está perguntando para todos os entrevistados: para dar uma continuidade nessa corrente positiva de novas drag queens, travestis, trans cantoras no Brasil, qual nome ainda não tão conhecido pelo público que você acha que vai se destacar em 2018?
Eu acho que tem muito talento escondido por aí. Infelizmente não temos o conhecimento de todos e sabemos que é muito difícil se lançar então nao posso falar de uma. Torço muito por todos!

Qual é seu conselho para outros meninos que, assim como você, viu em drags uma inspiração?
Seja você! Se sente feliz e vê que é o seu caminho corre atrás e lute pelo seu sonho. Acredite que depende de nós e mais ninguém a realização dos nossos sonhos, planos e projetos!

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