Pride POPline

Pride POPline: As Baphônicas prometem novidades e reforçam a importância de somar forças na luta LGBTQIA+

“Tudo o que pudermos fazer pra vivermos em um lugar menos tóxico de opressão faremos.”

A Pride POPline continua abrindo espaço para artistas LGBTQ que estão longe das mídias convencionais, mas têm trajetórias que precisam ser compartilhadas. E o papo da vez é em dose dupla! Ravena Creole e Chloe Van Damme formam o duo As Baphônicas, do Rio de Janeiro, também parte da geração influenciada pelo “RuPaul’s Drag Race”, com duas músicas já lançadas, mas muitos planos para o futuro.

No nosso papo, as drags preferiram manter o foco na música, mas não deixaram de pontuar a importância de somar forças para que a classe artística seja melhor recebida, aceita e não mais alvo de preconceitos.

Vocês eram três e agora seguem em dupla, sem a Natasha Fierce. Como procedeu essa mudança?
A Natasha continua sendo nossa irmã de coração e ela seguiu outro rumo com projetos pessoais dela. Infelizmente deixou nosso grupo, mas torcemos muito por ela e sempre apoiaremos nossa mana.

Para o pessoal que não conhece o trabalho de vocês, quais são as maiores influências das As Baphonicas?
Nós somos muito fãs da cultura do nosso país e temos nossas manas drags brasileiras como referência e inspiração e tbm as divas Pops pelo Brasil e mundo porque gostamos também de uma boa jogação né, quem nunca?!

Como vocês chegaram até a música como um meio para a divulgação da sua arte drag?
O nosso produtor Thiago chegou com essa proposta para nós 3 de criar uma música e em parceria com nosso compositor Felipe e produtores musicais Marcinho e Flavinho, nasceu nosso filho “Close Baby” que trouxe muitas alegrias e nos levou a conhecer lugares e pessoas fantásticas.

“O apoio entre a comunidade é muito importante porque fortalece a cena e todo mundo sabe que caminhando junto a gente vai longe.”

Vocês abriram shows para Anitta, Ludmilla, estiveram já ao lado de Aretuza Lovi, Lia Clark, Pabllo Vittar em outros eventos. Essa colaboração é essencial para ampliar o leque e dar espaço a novos nomes. Como vocês recebem esse “apoio”?
Nós ficamos lisonjeadas com esses convites vindo de artistas que admiramos muito e muito contentes de saber que elas também apoiam os novos sons do Brasil. Fazemos as finas, mas em casa quando recebemos esses convites ficamos pulando que nem canguru no cio. E esse apoio entre a comunidade é muito importante porque fortalece a cena e todo mundo sabe que caminhando junto a gente vai longe.

Muito tempo após “Close Baby”, que se aproxima de 2 milhões de visualizações, veio a música “Exército da Causação”. Conta para a gente sobre essa música, o retorno?
É nosso baby que ainda estamos trabalhando pra fazer um clipe baphonico e levar muito griteiro, bicharia e causação por esse Brasil. E a música fala sobre convocar todas as pessoas para se juntar conosco nesse exército, onde todo mundo pode fazer parte.

Vocês usaram o espaço da nova música para fazer uma crítica. “Estamos colocando nossa cara a tapa”, li em uma das entrevistas de vocês. O quão é importante, para vocês, manter o discurso da aceitação e respeito circulando?
Sempre é muito importante. Nosso país está dando pequenos passos para melhor e estando em um local de representatividade para uma minoria como a nossa, precisamos trabalhar a tolerância e aceitação da nossa comunidade LGBTQIA+, e tudo que pudermos fazer pra vivermos em um lugar menos tóxico de opressão faremos com absoluta certeza lutando juntos.

Quais são os planos daqui pra frente? Há algum lançamento programado ainda em 2018?
Estamos trabalhando em musicas novas e quem sabe clipes,  estruturando nosso retorno com carinho e cuidado para não deixar nossos fãs “na mão” com pausas demoradas, mas todo o processo é trabalhoso e árduo. Mas eles podem esperar que o mais breve possível estamos voltando, produzirmos bastante conteúdo e esperamos que gostem!

“Tudo o que pudermos fazer pra vivermos em um lugar menos tóxico de opressão faremos.”

A gente está perguntando para todos os entrevistados: qual (ais) nome (s) ainda não tão conhecido (s) pelo público que você acha que vai (ão) se destacar este ano?
Com a representatividade atual, varias manas estão se jogando e tentando seu lugar ao sol também, nos conhecemos muitas promessas que estão por vir, nossas amigas Ohana Azalee, Athena Sparks, Kelly Caramelo, Sasha Zimmer, e ainda tem muito mais!

Qual é seu conselho para outros meninos que, assim como você, viu em drags uma inspiração?
Nosso conselho para todos os meninos, e meninas(sim! meninas também fazem drag), é se jogar! Drag é arte e arte é pra todo mundo, com força de vontade e amor ao que fazemos, nós conseguimos com muita luta conquistar nossos objetivos, não vamos dizer que é fácil, mas como tudo na vida, a conquista que vem do sangue, suor e amor é muito mais gostosa não é mesmo?!

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