Presidente da Academia culpa mulheres por falta de prêmios para mulheres no Grammy Awards
“Isso tem que começar com… mulheres que tenham a criatividade em seus corações e em suas almas, que queiram ser musicistas, que queiram ser engenheiras, produtoras, e queiram fazer parte da indústria em um nível executivo”.
Anos após a polêmica em torno do #GrammysSoWhite, a Academia se vê diante de uma nova hashtag de protesto: a #GrammysSoMale. Telespectadores reclamam da falta de prêmios para mulheres. O presidente da Recording Academy, Neil Portnow (na foto abaixo com Bruno Mars) teve que falar sobre o assunto em entrevista à revista Variety. Para ele, a falta de prêmios para as mulheres é por culpa… das próprias mulheres.
– Isso tem que começar com… mulheres que tenham a criatividade em seus corações e em suas almas, que queiram ser musicistas, que queiram ser engenheiras, produtoras, e queiram fazer parte da indústria em um nível executivo. Elas precisam dar um passo acima porque acho que seriam bem-vindas. Eu não tenho experiência pessoal com essas paredes que vocês enfrentam, mas acho que nos cabe, a nós como indústria, tornar a recepção bem óbvia, criando oportunidades para todas as pessoas que queiram ser criativas, passar para frente e criar a nova geração de artistas.
Durante a transmissão ao vivo da premiação, a única mulher premiada sozinha foi Alessia Cara, como Artista Revelação. Rihanna venceu junto com Kendrick Lamar, em Melhor Performance de Rap Cantado. E nada além disso. Questionado sobre o tema, o produtor Ken Ehrlich se defendeu: “não cabe a mim falar sobre isso. Eu somente produzo o programa de TV”. A revista Variety perguntou se não foi um erro deixar Lorde sem o prêmio de Álbum do Ano e ele respondeu: “não sei se foi um erro. Esses programas são questões de escolhas. Ela teve um ótimo álbum. Não há como premiar a todos”.