O documentário “Pra Sempre Paquitas”, que tem uma prévia exibida na TV Globo nesta quinta (11/10), ouviu 27 das 29 assistentes de palco brasileiras. Mas uma entrevista em especial fez o roteirista da série, Paulo Mario Martins, derramar lágrimas. Foi o depoimento da atriz Stephanie Lourenço, integrante da última geração de Paquitas. Ela é bissexual e conta que sofreu homofobia nos bastidores dos programas da Xuxa.
“Uma das entrevistas que me marcou foi a primeira que eu gravei: com a Stephanie Lourenço. Quando ela começou a me contar os episódios de homofobia que sofreu enquanto era Paquita foi difícil manter o distanciamento e não chorar. Aquela história era, de alguma maneira, minha também e de tantos adolescentes que estão descobrindo sua sexualidade num mundo cheio de preconceito e ignorância. Esse é um dos temas importantes tratados no documentário”, diz Paulo Mario Martins.
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Outros depoimentos que emocionaram o roteirista do documentário foram o de Monique Siqueira (a menina demitida antes de ser oficializada como Paquita) e o de Michelle Martins (que chegou perto de ser a primeira Paquita negra no Brasil).
“Como os depoimentos eram uma conversa que se estabelecia entre mim e os entrevistados, o roteiro era apenas um guia. O papo ia fluindo, seguindo pra outro lugar… A direção também via oportunidades de incluir outros assuntos e me sinalizava. E era isso que a gente queria: um roteiro vivo, que pudesse mudar não só na hora da gravação, mas também na ilha de edição quando essa história passou a ser costurando com outros olhares, como o do diretor Ivo Filho e do editor Daniel Maia”, o roteirista conta ao POPline.
O sucesso do documentário das Paquitas
O resultado é um sucesso. “Pra Sempre Paquitas” se tornou o documentário mais visto de 2024 no Globoplay e está “em alta” na plataforma desde sua estreia. Por conta da visibilidade, quatro Paquitas decidiram se reunir para fazerem shows – Ana Paula Almeida, Cátia Paganote, Roberta Cipriani e Priscila Couto.
“As Paquitas fazem parte da memória afetiva de muita gente, então é claro que eu imaginava que haveria uma curiosidade em torno do documentário. Mas não esperava uma repercussão desse tamanho”, admite Paulo Mario Martins, “mas o que mais me deixou feliz foi ver questões sensíveis abordadas no documentário (como bullying, gordofobia, racismo…) virando tema de conversas entre amigos e nas redes sociais. Esse é o grande papel deste documentário: levantar debates e estimular um olhar crítico entre o público, sem que isso esteja descontextualizado da linha do tempo”.