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‘Por Elas Que Fazem a Música’: relatório da UBC aponta que mulheres arrecadam apenas 9% dos Direitos Autorais

Divulgação/UBC
Estudo “Por Elas Que Fazem a Música” apresenta dados inéditos sobre a participação da mulher na indústria fonográfica

Divulgação/UBC

Os direitos autorais ainda refletem um grande desequilíbrio de gênero no Brasil. A União Brasileira de Compositores (UBC) divulgou hoje (2) a terceira edição do relatório “Por Elas que Fazem a Música”, clique aqui para ler a análise completa.

Entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais no país, apenas 10 são mulheres. E, em 2019, as mulheres receberam somente 9% do total distribuído em direitos autorais.

O estudo revela um verdadeiro mapeamento do papel e, fundamentalmente, sobre a representatividade feminina na música brasileira. 

Com mais de 33 mil associados, dos quais apenas 15% são mulheres, a associação comprova através da pesquisa que, apesar crescimento da participação da mulher, ainda há um longo caminho rumo equilíbrio de gênero no mercado fonográfico.

Estes desafios serão debatidos em evento na sede da entidade, que iniciou hoje (2) e irá até a quinta-feira, dia 5 de março, saiba mais clicando aqui.

A partir da observação e do registro de eventuais mudanças ao longo dos anos, a pesquisa apresenta dados que comprovam a atual desigualdade de distribuição entre homens e mulheres no cenário fonográfico do país, apesar do crescimento proporcionalmente maior de mulheres associadas à UBC.

A terceira edição do Relatório ‘Por Elas Que Fazem a Música’ possui a Coordenação de Elisa Eisenlohr; Análise de Dados por Pedro Henrique Guzzo; Levantamento dos Dados por Jair Rezende e Design do Projeto assinado por Flavia Marcatti.

 

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Foto: Disparidade de valores distribuídos para homens e mulheres no relatório ‘Por Elas Que Fazem a Música’ 2019 | Créditos: UBC

 

Em 2019, o número de novas associadas cresceu 56% em relação ao último ano. Já os novos associados, no geral, cresceram 34% em relação ao último ano.

No entanto, tal disparidade foi suficiente para aumentar em apenas 1 ponto percentual a representatividade de mulheres no quadro geral da entidade, atingindo 15%, contra 14% em 2018. Confira a pesquisa de 2018 clicando aqui.

A pesquisa aponta também que, entre as quase 5 mil associadas, a maior concentração está no sudeste, com 64%, enquanto a região norte reúne apenas 2%. 

Entidade responsável distribuição de quase 60% dos direitos autorais de execução pública musical no país, a UBC revela através do relatório que, em 2019, a disparidade dos valores totais distribuídos também foi grande, sendo 9% para as mulheres e 91% para os homens.

Por outro lado, em relação a 2018, no último ano a participação feminina na quantidade de obras e fonogramas cadastrados cresceu notadamente em 4 categorias.

Sendo 11% a mais no número de autoras, 9% como intérpretes, 11% de músicos executantes e 15% de produtoras fonográficas.

 

Marcelo Castello Branco, Diretor Executivo da UBC, chama a atenção para a o debate e urgência de uma participação maior das mulheres na indústria.

“Promover e ser um dos agentes ativos de uma maior e mais equilibrada participação feminina na música é uma das prioridades da UBC.

Perceber a evolução contínua deste quadro nos provoca ainda mais responsabilidade e motivação para trabalhar esta inclusão em todas nossas frentes e ações. 

Este relatório é um mapa perfeito da sensibilidade desta questão e do muito ainda a ser feito para precipitar avanços inadiáveis”, afirma.

Para acessar a análise completa, clique aqui.

 

Recebimentos como intérpretes têm o dobro da importância econômica para as mulheres

 

Um dado que demonstra a persistência do estereótipo da figura feminina na posição de “diva” de autores homens é a origem dos rendimentos.

Enquanto 14% das receitas masculinas são oriundas de interpretação de canções, para as mulheres este trabalho gera 27% de suas arrecadações. 

Homens têm 76% de receitas provenientes de suas autorias, já o total arrecadado pelas mulheres tem 66% oriundos de composições.

 

Rádio e TV aberta lideram as fontes de distribuição

 

Apesar do boom das plataformas de streaming, os tradicionais meios do rádio e TV aberta seguem sendo as maiores fontes de distribuição de direitos autorais para as mulheres, representando 25% e 20%, respectivamente.

Neste ponto, destaca-se outra disparidade: comparada aos homens, a TV aberta foi a rubrica com a menor participação feminina (7% para mulheres contra 93% para os homens).

Apesar disso, a TV permaneceu como maior fonte de rendimentos dentre o total arrecadado pelas mulheres.

 

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Foto: Recebimento em cada rubrica por mulheres na terceira edição do ‘Por Elas Que Fazem a Música’. | Créditos: UBC

 

Paula Toller, Paula Lima, Mc Tha e DAY debatem os desafios na luta pelo protagonismo da mulher

 

Estes e outros dados serão apresentados no lançamento da pesquisa durante o evento de mesmo nome, que iniciou hoje (2).

O encontro “Por Elas Que Fazem a Música” promoverá até a quinta-feira (5) uma série de conversas com mulheres de diferentes gerações da música brasileira.

A jornalista Fabiane Pereira, realizará entrevistas com Paula Toller, Paula Lima, Mc Tha e DAY.

Os bate-papos serão gravados para o canal Papo de Música, no Youtube. 

A entrada é gratuita, para fazer sua inscrição, clique aqui.