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#POPline6Anos – Passaporte POPline: Mallu Magalhães

Alex Alves deixa o Termômetro para escrever na coluna de Kavd Medeiros.

Quando fui incumbido de escrever o Passaporte dessa semana, houve muita reflexão sobre qual nome eu apresentaria aqui. Como todos devem saber, a ideia dessa coluna é apresentar artistas geralmente desconhecidos e de países fora do eixo USA/UK.

Nada mais justo do que contemplar nossa terra. O primeiro nome que me veio à cabeça foi Mallu Magalhães.

Filha de uma paisagista e de um engenheiro, Maria Luiza Magalhães começou a compor aos 12 anos. Grande parte de suas composições, a propósito, eram feitas em inglês e cantadas com sotaque incrivelmente suave. Seus singles eram, em grande parte, inspirados na sonoridade de artistas como Johnny Cash e Bob Dylan

Aos15 anos, a jovem abriu mão do tradicional baile de debutante para poder usar o dinheiro que ganharia como presente para gravar 4 músicas em um estúdio independente. Ao publicá-las no Myspace, singles como “Tchubaruba” tornaram-se virais instantâneos, com mais de 1 milhão de acessos em menos de 3 meses.

A cantora acabou fechando um acordo com uma operadora de telefone celular para que o single “J1” se tornasse jingle de uma campanha publicitária e começou a ganhar destaque na grande mídia. No alto de seus 16 anos, com visibilidade nacional, Mallu, apesar de aclamada pela crítica, acabou sendo relativamente massacrada por parte do público nas redes sociais por sua postura excêntrica em entrevistas:

Mallu não costumava dar respostas óbvias e, claramente, não tinha qualquer tipo de instrução por parte de uma assessoria de imagem. A espontaneidade agradou alguns e desagradou a outros. Além do comportamento diferenciado, o visual da jovem também não era o padrão do cenário mainstream apresentava à massa.

Assediada por inúmeras gravadoras, Mallu acabou não assinando contrato convencional com nenhuma gravadora. O acordo da cantora com a Sony Music limitava-se à distribuição de discos. Assim, a cantora vai contra toda a lógica de mercado, sem apoio de uma gravadora para a divulgação de seu trabalho e sem qualquer um de suas canções tocando em rádios nacionais.

Depois de lançar os discos “Mallu Magalhães 2008” e “Mallu Magalhães 2009”, a jovem passou um tempo em turnê por festivais alternativos e por países da Europa, se dedicando fortemente à composição de músicas em português.

O envolvimento com o samba e com a MPB não se limitou ao cenário musical. O polêmico relacionamento da garota, aos 17 anos, com o músico Marcelo Camelo foi motivo de muita polêmica e julgamentos por parte das línguas mais malvadas. Pouco se sabe quanto à intimidade do casal. Entretanto, uma certeza existe: a parceria musical da dupla no single “Janta” é um dos melhores trabalhos lançados por artistas nacionais nos últimos anos.

Influenciada ainda mais pelo namorado, Mallu acabou se entregando à sonoridade nacional e lançando o melhor trabalho de sua carreira: “Pitanga”. O disco vem com uma sonoridade que passeia entre a bossa nova, samba, folk, pop e mpb, com o estilo vocal de Mallu de maneira mais marcante graças às inquestionavelmente positivas intervenções de Marcelo Camelo, que é o responsável pela produção do trabalho.

Precoce, capaz e em nível para exportação: Mallu Magalhães parece ser como um bom vinho: a cada ano que envelhece fica mais valiosa, atraente e interessante. Se você ainda não conhece, vale a pena dar uma chance para esse nome.

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