O POPline teve acesso antecipado ao filme “Coringa: Delírio a Dois”, que estreia nos cinemas na quinta (3/10), e garante: é sim um musical, embora sua divulgação tente disfarçar o óbvio. Talvez não seja um musical bom, mas sem dúvidas ele se enquadra no chamado “musical jukebox”, com músicas já conhecidas, de compositores diversos.
(Foto: Divulgação)
Leia mais:
- DC teme que Coringa repita o que aconteceu com Aquaman nos cinemas
- Revelada projeção de bilheteria para “Coringa 2”
- “Coringa 2” e Lady Gaga perdem força na corrida pelo Oscar: entenda!
- “Coringa: Delírio a Dois” é aplaudido por 12 minutos no Festival de Veneza
O filme dá sequência à “Coringa” (2019) e acompanha Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) preso, enquanto aguarda seu julgamento. A promotoria quer a pena de morte para ele após o assassinato de cinco pessoas, incluindo um em rede nacional. O caso desperta a atenção do público e Arthur ganha fãs, incluindo Lee (Lady Gaga), fascinada pela figura do Coringa.
Os dois se conhecem durante uma terapia musical na prisão psiquiátrica. Lee diz que está internada por ter botado fogo no prédio da mãe. Os dois se apaixonam e cantam, cantam, cantam – ela certamente mil vezes melhor do que ele. Lady Gaga disse em entrevistas que mudou sua maneira de cantar para não parecer uma cantora profissional em cena. Ainda assim é ótima. Mas a voz frágil de Joaquin Phoenix torna alguns números musicais sofríveis, especialmente seus solos. Ele tem alguns.
A música em “Coringa: Delírio a Dois”
A maior parte da música aparece em delírios do protagonista. Sonhos, devaneios, situações imaginadas. Mas algumas músicas entram mesmo como diálogos que avançam com a história – o que é mais raro, sem dúvidas. “That’s entertainment” é a canção mais marcante, cantada pelo menos três vezes.
A música conduz todo o longa-metragem. Já na introdução, em formato de animação, vemos o Coringa animado cantar. Várias dessas músicas entraram no álbum “Harlequin” da Lady Gaga, mas não todas. O álbum é uma oportunidade melhor de ouvi-la do que o filme. Esse é um filme do Coringa, e Lee é apenas o interesse romântico dele. Como uma Bond Girl. Gaga não é co-protagonista, como se ventilou. Muitas vezes, a impressão é que ela está assistindo ao filme de um lugar privilegiado – de dentro.
(Foto: Divulgação / Warner Bros.)
Ainda assim, Lee é sua melhor performance no cinema, em termos de atuação. Ela tem poucas oportunidades, mas as aproveita bem. Não vale prêmios, mas certamente os aplausos dos little monsters. Joaquin Phoenix, por sua vez, segue dando show. O papel de Coringa já lhe rendeu um Oscar e ele mostra o porquê.
Misturar spin-off do Batman com musical é uma ousadia da DC Studios e do diretor Todd Phillips (o mesmo do primeiro “Coringa”). O resultado está longe de ser brilhante, mas tampouco um desastre como poderia ser. Ele é apenas insatisfatório. Os fãs dos quadrinhos da DC deixarão os cinemas sentindo que poderiam ter tido mais, e os fãs de Lady Gaga idem.
(Foto: Divulgação / Warner Bros.)
