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POPline Pride: Davi Bandeira exalta a liberdade de ser quem é (e sem medo)

Foto: divulgação

Davi Bandeira foi um dos artistas escolhidos para encabeçar o projeto POPline Pride com a gravação de um visualizer exclusivo, lançado no canal do YouTube do Portal POPline. O cantor, natural de Fortaleza, escolheu a música “Ô DESGRAÇA (que é gostar de homem)” para embalar ganhar uma representação audiovisual, dirigida por Talita Alencar.

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A canção faz parte de seu novíssimo álbum, “INTENSO“, que chegou às plataformas digitais nesta quarta (16). A ideia da composição surgiu em uma situação inusitada.

Essa música é bem especial porque foi a última música que fizemos do álbum. É uma história interessante, porque lembro de estar ouvindo Madonna enquanto eu tomava banho para levar minha mãe ao velório de uma amiga e pensei: Cara, falta algo divertido no álbum, algo que tu fale no meu dia a dia e que as pessoas possam se conectar com o Davi pessoa”, disse Bandeira ao POPline.

A temática não foi um desafio, segundo Davi. “E eu estava com isso na cabeça de dizer que é uma desgraça gostar de homem também (risos), porque são muito complicados“, ressaltou. Davi conta que a filmagem foi rápida e divertida.

“A diretora foi uma querida e estava sempre me dando orientações de como ela havia pensado, mas também me deixou muito livre para eu me expressar da forma como eu mais quisesse. Toda equipe técnica também foi sensacional”, contou o artista.

Bandeira iniciou sua carreira profissional como cantor e compositor no Cariri cearense, em meados de 2016, com o single “Fica do Meu Lado“. Desde suas primeiras aparições na cena musical, suas influências ficaram evidentes. Como o próprio artista relata, Lulu Santos, Ney Matogrosso, Renato Russo são alguns nomes da música que sempre inspiraram sua arte, além de expoentes contemporâneos, como Silva e MIKA.

Cena e estigma LGBTQIA+

Para Davi é “uma honra” fazer parte de uma geração de artistas LGBTQIA+ que dão luz à essa representatividade. “Hoje temos mais liberdade para sermos quem somos sem medo. Ainda existe muito a ser conquistado, mas estamos bem distantes da escuridão que era antigamente“, avalia o cantor.

Bandeira lembra que o mercado fonográfico não estava pronto para artistas LGBTQIA+. “O que é estranho, porque todo mundo sempre esteve existindo e resistindo“, declarou. Ele observa que o próprio público da comunidade não consumia esses artistas. “É como se houvesse uma barreira e sinto que isso foi quebrado“, explica Davi.

“As coisas eram muito fragmentadas e nichadas. Hoje a música é mais importante que tudo isso, porque a música não possui gênero, ela é maior que todos nós. Se você ouve uma Liniker, por exemplo, que atualmente é um dos maiores nomes da música brasileira, você percebe que sua musicalidade transcende, porque ela é maior que todas as barreiras de preconceitos”, observou o cantor.

Davi avalia que sua maior dificuldade foi mostrar para as pessoas que ele poderia ser um artista independente da sua sexualidade. “Foi sobre começar a encontrar meu próprio espaço”, declarou.

Penso que todo mundo está se encontrando agora e é assim que tem que ser. O Brasil é muito plural e uma hora ou outra essa corrente iria ser quebrada. Sinto que a música nordestina está sendo muito valorizada e isso me deixa muito feliz. A gente tem muito orgulho da nossa cultura e das nossas raízes.

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