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POPline Entrevista: Priscilla Alcântara aposta na música pop. Confira a capa de “Correntes”

O POPline foi atrás dos detalhes da nova era da cantora!
Priscilla Alcantara. Foto: Twitter

Priscilla Alcântara é um nome conhecido por grande parte dos jovens de sua geração, seja pelo seu trabalho enquanto apresentadora ou por sua carreira dando voz a canções que, ao longo dos anos, retrataram o seu crescimento e amadurecimento.

A cantora lança, na próxima quinta-feira (19/11), o single “Correntes”, um capítulo de seu próximo álbum que deve ser entregue ao público nos primeiros meses do ano que vem. Em sua nova fase, Priscilla não foge dos riscos e se joga em uma estética e sonoridade ligadas a música e a cultura pop.

O projeto foi arquitetado por Alcantara e sua equipe durante a pandemia, quando a cantora resolveu descartar um trabalho que vinha sendo desenvolvido com outros produtores e seguir o que a sua intuição mandava. “Eu conversei com quem eu já estava trabalhando, pedi mil desculpas, mas eu tinha que respeitar aquilo que eu estava sentindo”, disse Priscilla, que conversou com o POPline diretamente de sua casa.

Correntes

Foi um tweet de Lucas Silveira (Fresno) elogiando o trabalho da artista que alterou a rota do projeto. “No dia seguinte, eu tinha um show em São Paulo, a gravação de um DVD. Daí eu respondi, já que não sou boba nem nada (risos)”, contou a Alcântara sobre como conheceu o produtor de quem sua irmã mais velha é muito fã desde os tempos do emo. “Estar trabalhando com o Lucas é a realização do sonho dela”, brinca.

Um dos principais estigmas colocados sobre artistas como Priscilla, cristãos, é o de que o produto artístico deve sempre ser um traço do tradicionalismo gospel, mas a cantora nunca se contentou com a mesmice e parece não ter a pressa natural de artistas de 24 anos.

Tudo na minha vida eu deixo acontecer da forma mais natural possível, até para ser gradativo, para nenhuma ruptura ser sem compreensão. Eu gosto de compreender as coisas que estão acontecendo e, para isso, eu acho que a gente precisa deixar elas acontecerem com calma, de um jeito natural (…) Esse momento que eu estou vivendo enquanto artista é um produto disso, de uma vivência baseada na calma, no respeito do tempo ideal das coisa. e eu sei que eu cheguei na hora de produzir um trabalho assim, com esse visual, com essa sonoridade.  

A capa de “Correntes”, que você confere em primeira mão logo abaixo, já deixa alguns spoilers não só do novo single, mas também da “era” como um todo. Priscilla contou que tem trabalhado com profissionais da moda para alinhar a sua imagem a sonoridade de seu álbum.

“Eles, baseados, obviamente, nos meus gostos pessoais, desenvolveram a minha estética a minha imagem para que ela seja uma coisa linear, que tenha uma continuidade. É tão legal envolver a moda com a música e eu nunca tinha feito isso, é a primeira vez”, disse Priscilla ao comentar as referências dos anos setenta que tem inspirado artistas pop internacionais.

Apaixonada por dança, a artista encontrou, na música pop, a fase ideal para demonstrar as suas habilidades de quem já praticou Jazz. O clipe de “Correntes”, que chega no dia 20 de novembro deve trazer uma coreografia alinhada aos desejos de Priscilla. “Eu estou com o visual certo, com a vibe certa e com a música certa”, garantiu.

“O bom do pop é que existem infinitas possibilidades. Tem muito espaço para o artista colocar todas as vertentes dele em um mesmo projeto. É por isso que eu estou me sentindo tão a vontade e conseguindo aderir esses outros talentos”, disse a cantora que promete colocar elementos do R&B e instrumentos orgânicos em sua nova obra.

Um álbum pop

Falando em música pop, Priscilla garante que seu projeto não é simplista, comum, e que quis trazer para o trabalho o “filé do pop”.

“É um álbum para você ouvir em qualquer momento, quando você entrar no carro você conseguirá ouvir ele inteiro. Durante um banho, talvez você consiga ouvir a metade dele. Eu fiz isso de forma intencional, eu quis um álbum pop para tocar, para as pessoas se identificarem e óbvio sempre presando pela qualidade e excelência, que são coisas que eu não abro mão”.

Outra novidade são as parcerias e colaborações que, pela primeira vez, chegam com força em um trabalho desenvolvido pela cantora. Priscilla explicou que o seu álbum contará com dois feats e, embora não tenha revelado muitos detalhes, garantiu que “zerou a vida” ao gravar com um dos artistas convidados.

Antes deste trabalho, ela conta que não se sentia confortável com colaborações em suas próprias músicas.

“Eu gosto de ver alma nas coisas. Para eu colaborar com um artista eu quero que tenha uma identificação entre eu e ele, a arte dele e a minha”, explicou ao POPline. 

Quando perguntada se faria um feat. com Manu Gavassi, prontamente respondeu que toparia.

“Não é a Manu nesse álbum, mas obviamente eu gravaria com ela. Eu conheço a Manu faz um tempão e a gente sempre se falou. Não é ela, ainda, mas com certeza seria uma artista que eu diria sim”.

Já o posto de feat. dos sonhos ficou para a cantora Rosalía, de quem se diz muito fã.

Correntes, estigmas e expectativas

Crescer diante das câmeras não é uma tarefa fácil e o caminho pode ser tortuoso quando não se sabe o que quer. No caso de Priscilla, ela, aparentemente, sabe muito bem o que fazer, mas só depois de muitas batalhas internas pode entender como lidar com a pressão e expectativas colocadas sobre ela enquanto artista cristã.

Eu sempre entendi que não era sobre um contra ataque, mas sobre uma construção e desconstrução que eu queria fazer: será que os termos mercadológicos realmente detêm o poder sobre a arte do artista, especialmente sobre o artista cristão? Qual é o limite e qual deveria ser a liberdade para o artista cristão? – Questionou a cantora.

Se jogando de cabeça na música pop, a cantora ainda questionou a razão pela qual o gênero musical é um assunto delicado quando se trata de um artista cristão.

“Por que o nosso caráter de fé é tão atrelado ao gênero musical? Isso pra mim é muito raso e sem sentido. Eu vim estudando para me desconstruir sobre isso e não só por uma questão de progressão, mas de evolução. Eu quero entender as coisas como elas realmente são e não reproduzir algo pq eu ouvi uma centena de vezes”. 

 

 

 

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