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Poncho revela trauma após tragédia em show do RBD no Brasil em 2006

Na entrevista, o artista também voltou a falar sobre os abusos contratuais sofridos na época da banda em ativa. Foto: Frazer Harrison/Getty Images (uso autorizado POPline)

Com a reunião do RBD para a turnê comemorativa “Soy Rebelde”, que fará 54 paradas em 4 países a partir de agosto, é comum que Alfonso Herrera volte a ser massivamente questionado sobre o grupo – ainda que ele tenha ficado de fora dos novos projetos da banda. Em recente entrevista ao jornal El País do México, Poncho abriu o coração sobre a tragédia que tomou conta da primeira vinda do RBD ao Brasil, em fevereiro de 2006, que acabou deixando 3 mortos e mais de 40 feridos em São Paulo. “Por mais que eu tente dar a volta por cima, ele [o trágico acontecimento] ainda está lá”, contou.

Foto: Bryan Bedder/Getty Images (uso autorizado POPline)

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Ao periódico, o intérprete de Miguel na telenovela “Rebelde” relembrou o episódio em que ele e Anahí, Dulce María, Maite Perroni, Christopher Uckermann e Christian Chávez, no auge do sucesso do grupo, vieram fazer um show gratuito no estacionamento de um supermercado, na Zona Sul de São Paulo. O evento, que acabou extrapolando a capacidade estimada de público, virou palco de confusão, fãs passando mal, imprensados contra a grade e pisoteamento.

“Até hoje ainda tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente. Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com essa situação. Foi muito difícil”, revelou Alfonso sobre o episódio que parou o Brasil e virou notícia no mundo inteiro, à época.

“Anos depois voltamos ao Brasil, reencontramos os familiares e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de uma forma muito profunda e por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá”, expôs Poncho, 17 anos após o trágico episódio.

A respeito da “Soy Rebelde Tour”, que contará com os outro cinco integrantes do RBD, Alfonso deseja boa sorte e demonstra afeto pelos ex-colegas de banda até os dias de hoje. “Compartilhamos coisas que ninguém mais vai poder saber e que nós seis estivemos lá em momentos alegres e momentos difíceis”, declarou o artista.

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Foto: Instagram/@christianchavezreal

Ainda que Alfonso Herrera tenha se destacado em outros papeis e projetos ao longo de sua carreira, ele sempre estará no imaginário das pessoas como o Miguel de “Rebelde”. Constantemente questionado sobre o fenômeno dos anos 2000 que o revelou ao estrelato, Poncho não se preocupa mais em esconder suas insatisfações contratuais à época. Em recente entrevista ao jornal El País do México, o ator voltou a denunciar a gestão financeira do canal Televisa e desejou que os ex-colegas de grupo não sofram do mesmo problema durante a “Soy Rebelde Tour”.

Na entrevista, Poncho rasgou o verbo a respeito do cachê que ele e os outros cinco integrantes do RBD ganhavam pelos projetos do grupo. Ele expôs o fato de que a Televisa, emissora mexicana que exibiu a telenovela “Rebelde” entre 2004 e 2006, comercializava inúmeros produtos da marca “Rebelde” sem destinar qualquer parte do lucro aos membros da banda, que nasceu através da novela.

“Nós assinamos um contrato em que cedemos os direitos dos personagens, de suas imagens e, de tudo que foi explorado em termos de merchandising, não vimos um único centavo. Eu tinha 23 ou 24 anos e via a cara dos meus colegas e a minha cara em todos os lugares – vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis e nada. A emissora não foi justa e não é uma questão de dinheiro. Volto a dizer, isso tem a ver com uma questão de trabalho! Por exemplo, no show que fizemos no Coliseu de Los Angeles, para 63 mil pessoas, eles pagaram 18 mil pesos por isso [aproximadamente 5100 reais]”, expôs o artista, reforçando a importância de se atentar a cada linha de um contrato na hora de assiná-lo.

Desde o anúncio oficial de que o RBD encerraria suas atividades, em 2008, Alfonso nunca fez questão de se envolver em outro projeto associado à banda junto à Anahí, Dulce María, Maite, Christopher e Christian. Em 2020, ele não participou da live “Ser o Parecer”, que ocorreu no auge da pandemia de Covid-19, e neste ano ficará de fora da turnê comemorativa do grupo, que passará pelos Estados Unidos, Colômbia, Brasil e México.

O eterno Miguel já disse, em várias ocasiões, que não tem mais interesse pela música, o que se confirma pelos projetos nos quais se envolveu desde o fim do grupo, mais voltados para a atuação. Ele, no entanto, deseja boa sorte aos colegas e torce para que todos os trâmites contratuais estejam alinhados entre todos os envolvidos.

“Estou muito feliz com os projetos que tenho no momento, que é onde estou depositando minha energia. Sei que esse projeto [os novos shows do RBD] será um sucesso estrondoso e só tenho votos de felicidades para eles. Uma revista noticiou que eu tinha pedido uma quantia exorbitante para participar do reencontro e o que eu digo é que é melhor pagarem a meus companheiros por toda a porcaria em que se meteram durante tantos anos. Não tem nada a ver com dinheiro, tem a ver com o que é justo”, reforçou Herrera.

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