Gabeu, cantor de 21 anos e filho do sertanejo Solimões, da dupla com Rionegro, seguiu os passos do pai e estreou na carreira artística! No single “Amor rural”, ele evidencia a sofrência em um relacionamento gay e se intitula criador do estilo “pocnejo”. Em entrevista ao G1, ele entregou, inclusive, ser o criador do novo estilo musical: “Durante muito tempo, neguei o sertanejo por não me enxergar nesse meio, nas questões abordadas nas músicas, que eram muito distantes do que eu vivo e sou. Fui amadurecendo e me perguntei: por que não tem gente falando sobre nossas questões no sertanejo? No pop tem, no rap tem… Hoje, tenho recebido mensagens de garotos gays do interior, que cresceram ouvindo sertanejo e nunca se sentiram representados.”
Ele diz ainda que foi aprovado pelo pai: “Solimões, cuja fama de paizão já é conhecida na internet, deu a bênção. Ele se espantou com a ousadia, mas elogiou, disse que a letra era muito bem pensada, inteligente. E me deu dicas na hora de gravar”. Perguntado sobre o preconceito que sofre no meio, Gabeu foi direto: “Por causa do meu pai, o meu tratamento é diferente do de outros gays. As coisas são mais disfarçadas. Entendo o privilégio que tenho, mas isso não quer dizer que eu não percebo (a homofobia)”.
Gabeu ainda explicou de onde veio a ideia de criar o gênero “pocnejo”: “Peguei dois extremos: o sertanejo raiz e o fato de eu ser um garoto gay afeminado, que as pessoas nunca imaginariam cantando esse gênero. Acho que pode crescer sim. Observo muito a carreira da Pabllo Vittar. Depois que ela estourou, muitas outras drag queens começaram a cantar, se sentiram encorajadas. Espero causar algo nesse sentido”, finaliza.