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Pocah releva data de lançamento do clipe de “Nem On Nem Off”

Cantora também contou como recebeu a notícia de que a filha sofreu racismo nas redes sociais

Foto: divulgação

Pocah atendeu a nossa chamada via zoom, na última quarta-feira, logo após o almoço e entre os milhares de compromissos que a semana de ex-BBB pode demandar. A cantora esteve ocupada nos últimos dias. Desde que deixou a casa mais vigiada do país, conciliou os compromissos e entrevistas contratuais firmadas com a emissora e o lançamento instantâneo de seu novo single com Mc WM, “Nem On Nem Off”.

O título da música é sugestivo. Os versos da funkeira carioca em ‘Bandida‘, batidão de Pabllo Vittar, lançado pouco antes do BBB, foram convertidos em ‘memes’ nas redes sociais durante o reality-show. A “mamãe” não chegou “on” e, principalmente nas primeiras semanas de confinamento, dormia muito (‘off‘). Ela garante, porém, que a nova canção estava pronta antes do programa e ri, como quem está aprendendo a lidar com o mundo que encontrou ao sair: “Eu gravei antes, por incrível que pareça, por mais que tenha muito a ver com a minha performance na casa”.

Foto: divulgação

O clipe de ‘Nem On Nem Off’ chega na próxima semana, no dia 21 de maio. Apesar da rapidez no desenvolvimento da produção, ela promete surpreender: “Esse clipe vai servir muito, tá muito lindo. Cenário incrível, figurinos incríveis, balé lindo. Preparem-se! Bota o capacete que lá vem pedrada”. Mesmo não querendo adiantar muitos detalhes, contou que há uma cena em referência a um momento vivido dentro da casa (do BBB).

Durante o bate-papo, ela ficou animada ao falar sobre projetos em outros estilos musicais, mas respirou fundo e diminuiu o tom de voz ao relembrar o triste episódio de racismo contra sua filha, Vitória, nas redes sociais, revelando como reagiu à notícia.

Era muito legal ver você no show das suas amigas, de suas colegas. Ficamos nos perguntando ‘o que a Pocah está pensando?’. Como foi ver suas amigas no palco e não conseguir se comunicar com elas?

POCAH: Sensação horrível mesmo, de querer quebrar aquele acrílico, colocar ele abaixo na voadora. Ir lá dar um abraço nas pessoas, sabe? ‘Fala qualquer coisa, o que está acontecendo lá fora, eu tô cancelada?’ É muito estranho, porque eles desviam o olhar, não pode olhar fixo, ainda mais eu, que a maioria ali conhecia. ‘Ela nem me olha, estou cancelada’ (risos).

No show da Pabllo, quando tocou ‘Bandida’, fiquei agoniado. Que sensação estranha.

POCAH: Horrível, muito estranha. Eu senti que teve um período de apresentações em que as pessoas começaram a interagir mais com agente. A Pabllo, Iza, Lud interagiam com todo mundo, não só com uma pessoa. Apontavam um por um, faziam coração olhando para todos. Era um pouco melhor do que aquele desvio total.

Qual momento na casa você achou mais engraçado de rever quando saiu?

POCAH: Cara, tiveram vários momentos, mas a festa, acho que foi da samsung, tem tanto vídeo, que eu passei mal de rir. Um momento com o Arthur e a Carla que eu falo que se meu amigo fizer minha amiga sofrer, vou ficar p*ta com ele. Mas se minha amiga fizer ele sofrer, eu vou entender. Passei mal de rir com esse vídeo, vários desta noite. (risos)”

E teve o momento da Cardi B

POCAH: Fiquei louca quando eu vi o tweet dela falando que eu dançava melhor que ela. Que afronte! Aonde? Fiquei louca, sério. Gosto muito da Cardi e sempre surtava quando tocava Wap lá. Fiquei muito feliz com esse comentário. Fui notada!

Em vários momentos, a gente pode ver você interpretando algumas músicas de outros estilos com seus colegas de confinamento. Foi muito interessante de ver. Você pretende explorar outros estilos, outras vertentes? Não está nos seus planos?

POCAH: Está super nos meus planos surfar em novas vertentes, novas ondas, novos mares. Nunca vou abandonar o meu funk, sou funkeira raiz, sabe? (risos). O público pede muito isso de mim, ainda mais por saberem que eu sou muito eclética. Na música, eu curto tudo. Deu pra ver. Enquanto está tocando música, não importa o estilo musical, eu estou curtindo. Curto do rock ao funk, do forró ao axé, tudo. Adoro música. Sou movida a música. Agora, não vou só curtir, mas trazer para o meu lado profissional.

Feat com ex-bbb?

POCAH: Ah…tem muita coisa tá por vir. Depois a gente se fala (risos).

Pouco antes de entrar na casa, você disse que estava trabalhando em músicas mais românticas, em outra vibe. Você ainda quer lançar essas músicas? Vem um álbum daqui pra frente ou você continuará lançando singles? 

POCAH: Meu sonho de vida é lançar um álbum, né? Eu tenho já algumas músicas prontas e e tem umas que estão semi-prontas, acredito que eu vou lançar em breve, não sei se vai ser álbum ou vai ser single, mas vai sair. Tem muita coisa já pronta, em outro estilo mesmo, que eu quero muito lançar e eu quero sentir que o público acha. Eu lancei, recentemente, ‘Todas sua’, já é algo mais diferente do que eu costumo lançar.

Foto: divulgação

Seus fãs querem muito saber se você faria um feat. com a Lexa. Se vocês tem conversado sobre isso. Ela te apoiou muito enquanto você estava confinada. 

POCAH: Com certeza. Coitada da minha amiga! Olha, eu vi os tweets dela me defendendo e eu ria, agora eu dou risada, mas eu só tenho a agradecer a ela, Rebecca, Gabily. Eu tenho muitas amigas da músicas, influenciadoras que vestiram a caminha quando eu tava ali…só por deus (risos). Mas com certeza, sim, eu faria uma colaboração com ela. Acho que tem tudo a ver. Vou chamar ela no contatinho ‘miga vamos fazer acontecer esse feat’.

Você falou das suas amigas, mas revelou recentemente que se decepcionou com algumas pessoas. O que te decepcionou exatamente?

POCAH: Reality é para ser comentado sim! Todo mundo comenta. Eu comentava reality antes de entrar na casa, mas acho que tudo tem um limite, sabe  não só se a pessoa for sua amiga ou não sendo, acho que tem um limite. Teve gente que pegou pesado e eu considerava minha amiga, que eu só falei bem dentro da casa, usei roupa da marca da pessoa, sabe? Algumas pessoas…No meu ‘raio-x’, eu falei bem, mas que aqui fora estavam me zoando, falando mal, pegando pesado, incitando violência. Acho que tudo tem um limite, algumas pessoas ultrapassaram esse limite e perderam o meu respeito.

Também teve um triste episódio de racismo envolvendo a sua filha e a briga de torcidas. Como recebeu isso?

POCAH: Foi a pior coisa que eu podia encontrar aqui fora. Se fosse comigo seria muito ruim, mas com a minha filha foi a maior tristeza que uma mãe poderia ouvir que aconteceu. Não estava esperando que isso fosse acontecer, não me preparei para isso. Eu tive uma crise de pânico dentro do hotel quando me contaram. Ainda bem que me contaram no hotel, porque se fosse no meio de uma entrevista e tocassem no assunto e fosse algo que eu desconhecesse, teria sido terrível. Eu tive uma crise, fiquei totalmente desgovernada com a informação, mas o que me deixou mais tranquila foi saber que ela desconhece totalmente, não sabe e não tem noção de que isso aconteceu. Meu irmão e o Ronan (noivo) cuidaram disso da melhor forma possível. Já tem alguém responsável pelo caso, não vou deixar isso assim. Estou aprimorando meus próximos passos a respeito disso, não só pela minha filha, mas por todo mundo que sofre disso. É algo seríssimo, que mata. É cruel. As pessoas foram muito cruéis, já morreram por dentro. Mas todas as medidas já foram tomadas e isso não vai ficar assim.

Uma cena, dentro do reality, foi muito bonita de acompanhar. Era você conversando com o Rodolffo e você provou uma maturidade ao falar da sua responsabilidade enquanto artista, em relação à causas sociais. Você já fala muito de feminismo e liberdade feminina nas suas músicas. Pretende colocar isso na sua arte de alguma forma?

POCAH: Eu sou bissexual, nunca escondi isso. Eu vejo e acompanho a luta. Não posso dizer que já sofri…Já sofri com família, aceitação da família, sabe? De qualquer forma, o preconceito é chato, é terrível e não deve ser aceito. Quando eu falo sobre, quando eu defendo a causa, tento repassar o que eu sei e aprendi, tem que ser da forma mais didática possível, porque ninguém aprende na porrada. Eu sempre gostei de lutar junto, participei da parada LGBTQUIA+, gosto bastante de estar nestes movimentos pela causa. Na música, assim, tenho vontade. Só não coloquei ainda em letra. No discurso já trouxe algumas vezes em matérias, entrevista, na televisão, gosto de abordar esses assuntos importantes.