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PIB da economia da cultura e das indústrias criativas supera o da indústria automobilística, aponta estudo

Segundos os dados, o setor movimentou 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB)

Foto: Bruno Poletti

A economia da cultura e das indústrias criativas (ECIC) do Brasil movimentou R$ 230,14 bilhões em 2020, o equivalente a 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Observatório Itaú Cultural. Os dados foram divulgados durante o evento de lançamento da plataforma de mensuração do PIB da ECIC que aconteceu no dia 10 de abril, em São Paulo.

O Ministério da Cultura (MinC) acompanhou a divulgação das informações que impactam diretamente nas políticas desenvolvidas pela pasta e participou da elaboração da “Carta de São Paulo – Cultura como Valor” , onde se compromete com a formação de uma rede dedicada à produção de evidências e dados estatísticos, com o objetivo de aprimorar os estudos sobre PIB da ECIC.

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A pasta foi representada pelos secretários Henilton Menezes (Economia Criativa e Fomento à Cultura), Fabiano Piúba (Formação, Livro e Leitura), e Cassius Antonio da Rosa (secretário executivo adjunto). 

Segundo os dados, o PIB da economia da cultura e das indústrias criativasPro supera, por exemplo, o índice da indústria automobilística que registrou um valor de 2,1% no mesmo período

Além disso, o levantamento aponta que, em 2022, o setor gerou 308,7 mil novos postos de trabalho em comparação com 2021. Foram 7,4 milhões de empregos formais e informais no país, o que equivale a 7% do total dos trabalhadores da economia brasileira. Em 2020 existiam mais de 130 mil empresas de cultura e indústrias criativas em atividade no país e a área foi responsável por 2,4% das exportações líquidas do país. 

De acordo com Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento à Cultura, uma das grandes novidades desse levantamento são os números por estado. Isso contribui como a pasta pode atuar de forma diferenciada para cada localidade. 

“Se percebermos que o PIB está pequeno em uma unidade federativa que tem potencial de crescimento, podemos levar ações de descentralização para aquele local. A descentralização das políticas públicas e investimentos do incentivo fiscal para o setor é um compromisso da ministra Margareth Menezes, e esse novo método de pesquisa vai nos auxiliar muito nessa questão”, afirma Henilton Menezes, secretário de Economia Criativa e Fomento à Cultura.

Henilton Menezes. Secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural. Foto: Divulgação

O Observatório Itaú Cultural foi idealizado por Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, e o estudo foi desenvolvido em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sob a coordenação de  Leandro Valiati, economista especializado em Cultura.

“A cultura tem valor simbólico, social, econômico, material, espiritual e humano. Parabenizo a iniciativa de Eduardo Saron e toda a equipe envolvida em nome do professor e pesquisador Leandro Valiati. Os números são de 2020 e fazem uma linha histórica a partir de 2012. A Fundação Itaú presta um grande serviço para revelar o tamanho da cultura na economia brasileira. A permanência dessa pesquisa como um instrumento contínuo será vital para qualificação e para a tomada de decisões em torno das políticas culturais, no sentido de posicionar o lugar estratégico e o papel potencial da cultura no desenvolvimento de nosso país”, afirma Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura. 

Fabiano Piúba, secretário de Formação, Livro e Leitura. Foto: Divulgação

Outro dado apontado pelo levantamento foi que entre os anos de 2012 e 2020, o PIB da ECIC cresceu de forma mais acelerada que o total de geração de riquezas do país. Nesse período, o setor dos segmentos criativos avançou 78%, enquanto a economia total do país subiu 55%.