Alguns perfis de direita nas redes sociais estão incentivando seus seguidores a boicotarem o filme brasileiro “Ainda Estou Aqui”, que retrata o período de ditadura militar. O boicote, no entanto, não surtiu efeito, porque o longa liderou a bilheteria no fim de semana e faturou mais de R$ 8 milhões entre quinta (7/11) e domingo.
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Na plataforma X (antigo Twitter), onde boicotes costumam ser organizados, o perfil Primeiro Front publicou: “com medo de boicote, Fernanda Torres, eleitora de Lula que já afirmou ter preconceito contra crentes, agora pede paz e diz que seu filme ‘Ainda Estou Aqui’ é para todos… Você vai boicotar o filme?”.
Outro perfil, nomeado como Franz Reis Novak, espalha a informação falsa de que o filme estaria fracassando nos cinemas. “Curiosamente, os artistas brasileiros de esquerda não sabiam que grande parte do público que os apoiava e sustentava em sua maioria eram de direita, logo sua arrogância fez com que perdessem esse público e agora estão ficando em dificuldades”, escreveu. Na verdade, “Ainda Estou Aqui” registrou a terceira maior abertura do cinema nacional em 2024, com 358 mil espectadores em um fim de semana.
Veja o trailer de “Ainda Estou Aqui”!
“Ainda Estou Aqui” conta a história real de Eunice Paiva, que viu o marido – o deputado Rubens Paiva – ser levado pelos militares na ditadura e passou 40 anos em busca de explicações sobre o que aconteceu com ele. A resposta só veio na Comissão da Verdade. Rubens Paiva foi preso, torturado e assassinado pelos militares, e dado como desaparecido. A desinformação é também uma questão no enredo do filme.
O longa-metragem tem direção de Walter Salles, o mesmo de “Central do Brasil”, e ganhou o prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes. Ele já está cotado ao Oscar de melhor filme internacional e também tem chances em categorias como direção, roteiro, atriz (Fernanda Torres) e ator coadjuvante (Selton Mello).