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Paulo Alvarez revela bastidores do sucesso do “Poesia Acústica”

Com apenas uma semana de publicado, o clipe do “Poesia Acústica 11: Nada Mudou” já soma quase 20 milhões de views no YouTube

Foto: Divulgação

São mais de 3 bilhões de visualizações no YouTube, local que o Poesia Acústica fez casa, moradia e vive muito bem, obrigado. Idealizado pela gravadora Pineapple Storm, o projeto que é considerado o maior do rap nacional, alcançou a marca de mais de 1 bilhão de plays nas plataformas de música e chegou a sua décima primeira edição.

Com apenas uma semana de publicado, o clipe do “Poesia Acústica 11: Nada Mudou”, com L7NNON, Xamã, Mc Poze do Rodo, Lourena, Azyy, Chris MC, Cynthia Luz e Ryan SP, já soma quase 20 milhões de views (e crescendo, a cada F5 esse número aumenta e, possivelmente, quando você estiver lendo essa matéria já vai ultrapassado esse número). Veja:

O certo é que, a forma inovadora de unir o rap com o violão e juntar artistas que estão se destacando individualmente no mercado, transformou o projeto, idealizado por Paulo Alvarez, em um propulsor da cena. Além, claro, de credibilizar o nome da sua empresa, onde Paulo assume a função de CEO, acumulando funções estratégicas para o resultado final de cada projeto.

Foco no digital

Com um negócio impulsionado pelo digital, em conversa com o POPline.Biz é Mundo da Música, Paulo revelou que o caminho do investimento nos conteúdos online foi muito natural.

“Acabou sendo um caminho natural a atuação da Pineapple ser quase 100% voltada para o digital porque, desde o começo, com a marca de roupa e a venda online, eu pensava em fazer um canal no YouTube. Mas, com o tempo, as principais formas de atuação offline acabaram sendo os shows – tanto dos nossos artistas quanto da turnê do Poesia Acústica – que estão parados por conta da pandemia; e os projetos sociais que criamos”, revela.

Ele conta que fizeram, em 2019, a primeira edição do “Rap Contra a Fome”, com mais de 3 mil pessoas no viaduto de Madureira, no Rio de Janeiro. Com shows pelo preço de R$5,00 reais, a empresa arrecadou mais de 6 toneladas de alimentos. Uma segunda edição aconteceu no final de maio de 2020, que precisou ser online por causa da pandemia.

“Esse tipo de ação nos aproxima muito do público. E a nossa relação com as mídias tradicionais sempre foi distante porque era muito voltado para o nosso nicho. Alguns projetos nossos chamaram atenção, como o “Favela Vive”, o “Poetas no Topo” e o “Poetisas no Topo”, que tiveram alguma cobertura. Mas foi com o “Poesia Acústica” que aconteceu esse boom e levou o nosso trabalho para outras camadas”, revela.

Disrupção e estratégia

O Poesia Acústica é um projeto disruptivo em vários aspectos: duração da faixa, número de artistas participantes, cooperação a partir de uma mesma base musical, entre outros. Pelo sucesso orgânico sólido, é possível dizer que uma nova geração de artistas é diretamente influenciada pela iniciativa.

Questionado sobre os principais legados que a empresa pretende fomentar com esse projeto, Paulo é categórico ao dizer que, para ele, o principal legado do Poesia Acústica é ter levado o rap a um novo patamar.

“Um projeto que se consolidou no cenário musical com números muito grandes organicamente e que influencia jovens da periferia a seguirem na música. Fico muito feliz em poder servir de vitrine para a carreira de diversos artistas talentosos que conseguiram alcançar novos públicos através do Poesia Acústica”, diz.

Vale destacar que os MCs não recebem cachês para participar do Poesia, mas ganham os direitos autorais, e entre 40 e 50% da renda do YouTube e plataformas de streaming – o resto cobre custos e lucro da Pineapple.

Mas, além da criação de projetos, a empresa atua em outras frentes, como casting de artistas, gestão de carreira e agenda de shows – tudo guiado pelo CEO, que assume o planejamento de todos os projetos que estão fazendo e nos outros que pretendem executar.

“Vou montando a agenda. Esse quebra-cabeça vai mudando diariamente, mas hoje em dia pensamos em tudo com muita antecedência. O Poesia Acústica 11, por exemplo, foi planejado há 6 meses”, revela Paulo.

Por lá, ainda atuam Lucas Malak em parceria com o produtor Slim Beats, que assume a direção musical, e Vitor Bernes, responsável pela gestão financeira. “A Pineapple tem uma divisão de funções bem clara. Eu faço o comando executivo da empresa, definição de lançamentos, criação de projetos e tenho uma relação direta com os artistas para planejar os projetos”, esclarece.

Paulo Alvarez e Lucas Malak | Foto: Divulgação

Plataformas digitais e novos projetos

Com o protagonismo do digital, novos negócios e plataformas estão ganhando destaque, como NFT ou áudios ao vivo, a exemplo do Clubhouse que já foi seguido por empresas como Twitter, Spotify e Facebook. Questionado se a empresa pretende aderir a essas “novas frentes”, Paulo revela que segue “ligado” nessas novas plataformas e negócios, mas que optou, estrategicamente, por não aderir nenhuma por enquanto.

“Estamos bem focados nos próximos lançamentos musicais. Queremos fazer história no lançamento do primeiro álbum do Cesar MC, que é o primeiro álbum produzido pela Pineapple. Tem mais de um ano e meio que estamos produzindo e vai ser lançado em breve”, revela.

Além disso, Paulo contou que está terminando um projeto no Egito, que envolve os artistas Froid, Djonga e BK. “Eles são os principais nomes da geração de 2015 que surgiu junto com a fundação da Pineapple. Acabamos de voltar de viagem onde filmamos os clipes e produzimos mais outras músicas. Temos tudo isso e muitos outros lançamentos dos nossos artistas nesse ano ainda”, finaliza.

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