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Participações de mercado das majors no Spotify caíram em 2022

Foto: Unsplash/Sara Kurfeß

O relatório anual de investidores do Spotify revela que 75% das reproduções de faixas de música em sua plataforma no ano passado foram distribuídas pela Universal Music, Sony Music, Warner Music ou um braço do Merlin. As informações são do Music Business Worldwide.

Essa estatística aponta que um quarto dos streams de música no Spotify no ano passado, ou seja, 25% foram distribuídos por empresas que não eram filiadas às majors ou Merlin.  Dentre elas, estão empresas como a TuneCore, além da UnitedMasters e algumas outras plataformas de distribuição para artistas independentes ou ‘auto lançados’.

Foto: Divulgação

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A participação de mercado major-plus-Merlin de todos os streams no Spotify chegou a 87% em 2017, de acordo com relatórios fiscais anteriores da plataforma. 

A diluição da participação de mercado das grandes gravadoras no Spotify tornou-se uma espécie de inevitabilidade anual, partindo do enorme volume de lançamentos que chegam aos serviços de streaming todos os dias (e o fato de que as grandes só podem lançar uma certa porcentagem disso).

As estimativas recentes sugerem que mais de 100 mil novas faixas são carregadas para serviços de streaming como o Spotify a cada 24 horas. O declínio na participação de mercado do volume de reproduções para os principais tem um impacto simultâneo em sua participação na receita obtida com o serviço graças ao modelo dominante ‘pro-rata’ de pagamentos de royalties adotado pela plataforma.

No ano passado, Rob Stringer, presidente do Sony Music Group, falou sobre o assunto aos investidores de sua empresa. Ele observou que a participação de mercado de distribuição geral da gravadora, e por associação, a participação de mercado de todas as principais, estava sendo “diluída por padrão” do “grande volume de faixas” lançadas diariamente por meio de empresas de distribuição DIY.

Stringer ainda discutiu a estratégia da Sony para desacelerar essa tendência de diluição. Ele disse que a empresa estava deliberadamente “lançando nossas redes mais fundo” em uma tentativa de conter a mudança de participação de mercado para distribuição independente.

Ainda foi falado por Stringer a sua aversão por “flotsam and jetsam” consumindo participação de mercado em serviços de streaming – uma clara referência à música “funcional” de baixa qualidade e faixas de 31 segundos projetadas para jogar o modelo de royalties proporcional no Spotify e outros serviços 

No entanto, Stringer não está sozinho. No mês passado, Sir Lucian Grainge, CEO e presidente do Universal Music Group, anunciou para sua equipe global que a empresa havia concluído que o atual modelo de royalties em serviços como o Spotify não estava fornecendo valor equitativo para artistas de nível premium.

Grainge deixou claro que a UMG estava fazendo um movimento em direção a novos modelos de royalties em serviços como o Spotify como uma questão de prioridade global.

Ele observou que o UMG se opôs fortemente aos serviços de streaming que empurram os clientes para “conteúdo funcional de qualidade inferior” que, segundo executivo, “em alguns casos mal pode passar por ‘música’”.

Grainge criticou especificamente listas de reprodução em serviços de streaming que são recheadas com faixas de 31 segundos de ‘música funcional’ (ou seja, música para relaxar/dormir/descontrair/focar) cuja brevidade é deliberadamente projetada para acionar o pagamento de royalties de streaming quantas vezes seguidas que possível.

“Este ano, (UMG) estará trabalhando na inovação que é absolutamente essencial para promover um ecossistema musical mais saudável e competitivo, no qual a boa música, não importa de onde seja, é fácil e claramente acessível para os fãs descobrirem e desfrutarem”, escreveu Sir Lucian Grainge, CEO e presidente do Universal Music Group.

Foto: Sir Lucian Grainge, CEO & Chairman, Universal Music Group/Divulgação

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