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Para onde vai a Indústria da Música em 2021?

Artigo de opinião assinado por Paulo Vaz, para o POPline.Biz é Mundo da Música

Paulo Vaz, Colunista POPline.Biz é Mundo da Música
Foto: Paulo Vaz/Divulgação

Comprovadamente 2020 foi um ano agitado que mexeu com o meio musical, embora muito se deva à pandemia, a evolução normal do negócio também teve muito a ver com isso.

Apesar da maioria dos locais para shows ainda estarem fechados, novos “locais” ou poderíamos dizer “plataformas”, surgiram para ocupar seus lugares ou acrescentar a indústria pois convenhamos, shows mesmo em larga escala só deve ocorrer a partir de 2022.

Redes Sociais

Pois bem, já falando em plataformas, o uso do TikTok pode ter atingido o pico em 2020 graças à pandemia, mas 2021 poderá ter um declínio lento. Com todas as principais plataformas de streaming apresentando suas próprias versões, bem como concorrentes diretos como o Triller, a audiência vai se dissipando.

Além disso, o maior grupo demográfico do TikTok é de 13 a 24 anos e extremamente inconstante. Não há nenhuma “última novidade” no horizonte ainda, mas, algo novo sob o radar pode surgir em breve para tornar a plataforma ainda menos atraente.

Com isso, existe uma que esta ficando cada vez maior, o Facebook, ainda mais pensando no aglomerado Facebook, Instagram e WhatsApp. Esta influência ternária sobre seus usuários é gigantesca e continua a crescer.

Plataformas de Streaming

Este ano assistimos a uma corrida ao podcast, visto que as empresas de streaming o vêem como uma forma de aumentar a receita sem as taxas gigantescas de licenciamento, e todos, desde celebridades até pessoas que não são do mainstream.

O problema é que podcast é um trabalho árduo, as recompensas se aplicam apenas ao sortudo 1% e o público ouvinte tem poucas horas no dia. O ano de 2021 vê muitos podcasters caindo no esquecimento, especialmente quando um pouco da normalidade retorna às suas vidas cotidianas.

Televisão

Um mudança significativa também está acontecendo no Grammy. A CBS interrompe contrato atual com o evento. Isso coloca a Recording Academy em um beco sem saída, já que a maior parte de seu financiamento vem do show, o que significa que ela deve se reorganizar totalmente para sobreviver, deixando seus “gatos gordos” e trazendo-os de volta às suas raízes.

Composições

Nos últimos anos, muitas canções de sucesso tiveram até 20 escritores, não tanto por suas contribuições, mas como uma proteção contra um futuro processo de plágio. A pandemia fez com que compositores e produtores colaborassem menos, o que significa menos compositores em uma música e, como resultado, um retorno às formas musicais mais tradicionais. Já estamos vendo isso acontecer com os sucessos atuais.

Shows

Todo esse transtorno da pandemia mudou bastante a transmissão ao vivo de shows também. Muitos recursos financeiros foram investidos em shows de streaming ao vivo e, embora a tecnologia e a experiência tenham melhorado, seus custos também melhoraram. Os fãs descobrem que isso não substitui a experiência real do show e geralmente é insatisfatório, embora os verdadeiros fãs continuem a apoiar os atos que amam. É ótimo quando não há alternativa, mas ninguém ainda tem que quebrar o código para torná-lo uma verdadeira experiência lado a lado com shows ao vivo.

O retorno do Vinil

Nesse momento de choque de tecnologias, o vinil ganha outra vida. Enquanto muitos na indústria previram um ano lento para o vinil graças ao incêndio na fábrica da Apollo Masters no ano passado, isso nunca realmente aconteceu. Muito disso se devia ao fato de que os engenheiros de masterização já tinham estocados lacas em branco, mas todos enfrentaram um futuro sombrio em 2021 depois que acabaram.

O desenvolvimento do HD Vinyl, que usa um laser para cortar um disco de cerâmica, pode não só salvar a indústria, mas também tornar todo o processo de criação do vinil mais rápido e barato.

Vamos ver como a musica vais tocar daqui pra frente……… !!!

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Paulo Vaz, formado em Publicidade e Propaganda é tecladista, guitarrista, compositor e produtor musical. Tendo iniciado sua carreira como músico profissional em 1994 na cidade de Ribeirão Preto, interior de SP, onde foi criado.
Como produtor musical, atua na produção musical para publicidade e audiovisual, no qual realizou vários projetos de criação e produção de jingles e trilhas para TV e Cinema. Reside na capital paulista há 17 anos e faz parte do Estúdio Lua Nova como produtor musical, lugar onde produziu discos de bandas como Haimanda, Gatalógica, Mariana Magri, Remix de Vamos Fugir com Seu Jorge, Kilotones, Karin Martins, Voltare e Amsterdan.
Participou de várias collabs com o projeto “Sessions da Tarde” com artistas como: Francisco el Hombre, Liniker, Scalene, Maneva, Onze20, Medulla, Selvagens a procura de Lei, Carne Doce, Plutão já foi Planeta,Dinho Ouro Preto, Gabriel Elias, entre outros.
Compôs e produziu 4 discos autorais solos, Janela em 2010, Fora do Lugar em 2012, URL em 2018 e o disco instrumental infantil Pra Dormir e Acordar em 2020. Ingressou na banda Supercombo em 2011 na Tour do disco Sal grosso, onde atua até hoje como tecladista e parceiro nos arranjos e composições.
Devido ao seu reconhecimento pelo mercado de seu profissionalismo e qualidade como músico instrumentista, foi convidado a ser endorser da Casio e Novation no Brasil.