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Para além do gênero musical: alto-falantes inteligentes impulsionam classificação das faixas com base no humor e padrões de buscas

Pixabay

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Considerado uma das maiores potências da indústria musical, estima-se que o mercado de alto-falantes inteligentes (Smart Speakers)  atinja a marca de US$ 7 bilhões (R$ 27,5 bilhões) em 2019, tornando-se a categoria de dispositivos conectados que cresce mais rapidamente no mundo, de acordo com a consultoria Deloitte Global.

Pensando nisso, o Mundo da Música segue com a segunda parte das matérias especiais sobre esse forte elemento da atual indústria da música. A primeira matéria, Streaming, voz e tecnologia: entenda como o mercado de alto-falantes inteligentes cria uma nova dinâmica para a indústria musicaltrouxemos dados que apontam o crescimento do mercado e as novas formas de consumo. Clique aqui para rever.

Já para a segunda parte, abordamos o questionamento: afinal, como as músicas são executadas nos alto-falantes, já que os comandos são feitos por voz? Como a classificação das músicas e os metadados podem interferir nesse processo?

A base de classificação das músicas, de maneira mais simples, levam em consideração: títulos das músicas, etiquetas de gênero musical, informações sobre compositores, produtores musicais e intérpretes, batidas por minuto, data de lançamento.

Mas, com os alto-falantes inteligentes, o modelo de procura de músicas dos usuários levam em consideração humor e também, a letra das músicas.

“Há 30 mil músicas lançadas na internet diariamente”, diz Hazel Savage, cofundador da startup Musiio, de inteligência artificial, em entrevista para o UOL. “É humanamente impossível ouvir tudo. Os metadados nos poupam de gastar horas antes de encontrar uma música de que gostamos”.

“Essas etiquetas vêm sendo usadas para facilitar a busca”, diz Lydia Gregory, co-fundadora da FeedForward, empresa independente de aprendizado de máquina. “Normalmente, elas são colocadas em uma taxonomia, uma hierarquia ou uma estrutura”.

Em março, a Warner Music anunciou uma parceria com a Endel, uma empresa de aplicativo de som para redução de estresse, para a produção de 20 álbuns com base na inteligência artificial e que levam em consideração o humor. Clique aqui para rever.

O grande desafio para gravadoras e produtores musicais é entender como o usuário pode efetivamente ouvir a música que deseja, levando em consideração a busca também por trechos de letras ou até mesmo, a reprodução de um ritmo específico.

O gráfico abaixo da consultoria Deloitte aponta que os Smart Speakers são mais utilizados para música:

 

Smart speakers are most often used to listen to music—just like dumb speakers

Contudo, mesmo diante desse cenário, gravadoras ainda possuem dificuldade de entender como esses dispositivos funcionam.

“Não recebemos nenhuma informação”, critica Kara Mukerjee, ex-diretora do setor digital da RCA Records, em entrevista para a UOL. “Tem sido uma corrida armamentista”. Encontrar maneiras de se antecipar é parte do jogo para aquelas com recursos para investir em novas ideias.

“Todo mundo está contratando pessoas para entender esses dispositivos e seus problemas. A Sony Music contratou uma equipe para fazer a engenharia reversa dos algoritmos em torno da Alexa”, conta Stuart Dredge, autor de um relatório de 2017 para a Music Ally sobre alto-falantes inteligentes. “Todo mundo está se debruçando no assunto e todo mundo está tentando descobrir como isso funciona”, afirma. 

Algumas gravadoras e serviços de streaming optaram por terceirizar o processo para empresas independentes de inteligência artifical.

Os sistemas são capazes de identificar automaticamente as etiquetas importantes, dando a gravadoras a chance de aplicar os dados mais úteis ao seu material.

Mas combinar essas redes de dados com voz, onde as solicitações podem ser mais vagas e conversacionais do que uma busca por escrito, é onde o verdadeiro desafio começa, aponta a matéria da UOL.

Frases simples como “Alexa, toque música” – um pedido incrivelmente comum, de acordo com Firth, da Amazon Music do Reino Unido – deixam algoritmos com grande liberdade interpretativa.

Títulos de músicas difíceis de pronunciar, nomes semelhantes ou de artistas correm o risco de não serem encontrados, e por isso os selos precisam pensar em quão diferente, pronunciáveis e memoráveis são os nomes de seus artistas e faixas, conclui a observação da UOL.

De acordo com esse pensamento, a música está adequando-se a novas formas de consumo.

Contudo, será que seguir exatamente o que o publico deseja, não muda os parâmetros de concepção artística da música?

Continuaremos observando a dinâmica do mercado musical e a relação com os alto-falantes e a tecnologia digital.

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