in ,

Ouça na íntegra a releitura de Esdras Nogueira para “Transa”, clássico da discografia de Caetano Veloso


Foto: Célio Maciel

O incensado álbum Transa (1972), clássico da discografia de Caetano Veloso, ganha nesta terça-feira (9) uma releitura instrumental de Esdras Nogueira rebatizada de Transe. Em declaração ao POPline, o saxofonista conta o que este trabalho tem de tão especial e diferente em relação a outros do cantor e compositor baiano.

“Na verdade, um amigo chegou pra mim e falou: ‘cara, você devia gravar o Transa porque tem tudo a ver com o seu trabalho’. Eu não concordava muito, mas sabe quando pega na veia, te coloca pra pensar e te intriga? Então, comecei a escutar o Transa com muita calma, prestando atenção e fui vingar todas as informações. E caramba, achei um disco lindo, um disco que fala de saudade do Brasil, tem melancolia, mas também tem alegria. E a banda tocando junto de uma forma muito solta, muito fera, sabe? Muito rico. Foi o segundo disco que o Caetano fez durante o exilio, ele lançou quando voltou para o Brasil, que ainda estava na Ditadura. Eu me apaixonei pelas músicas”, conta.

Esdras também conta quais são as suas favoritas do disco. “‘Triste Bahia’ é uma música tão linda, ‘Nine Out Of Ten’ e ‘You Don’t Know Me’ são foda. A gente fez tudo com muito carinho, estudamos muito esse material. Passamos o ano todo fazendo e o que chamou a atenção foi o conjunto, o trabalho de Caetano nas letras, em cantar inglês e em português. Trazer as duas línguas, foi muito interessante, muito legal. E o resultado está aí, espero que todo mundo goste.”

No final deste mês, Esdras Nogueira embarca para mais uma temporada pela Europa onde começará a apresentar ao vivo a releitura instrumental e muito particular do emblemático Transa. Acompanhando o sax barítono de Esdras Nogueira está a guitarra de Marcus Moraes, o baixo de Rodrigo Balduino e a bateria de Thiago Cunha. Eles tocam juntos há cinco anos e esbanjam tanto entrosamento quanto o amadurecimento da estrada. Os arranjos do disco, feitos em conjunto, remetem à mesma liberdade ensejada pelo disco original. Uma mistura de referências, ousadia e grooves contagiantes.

A agenda inclui passagens por Bremen, na Alemanha (25-28 de abril); Barcelona, na Espanha (23 de maio a 2 de junho); e Cannes, na França (4-7 de junho). Além disso, há shows marcados no Festival Música Não é Barulho, Música Transforma, em Brasília (27 de junho); e no Blue Note, em São Paulo (30 de junho).