DSP = Digital Streaming Platform (Plataforma de Streaming Digital)
Playlists hoje são importantes ativos do mercado da música.
Vamos conhecê-las mais a fundo?
Comecemos pelos 3 tipos de playlists:
– Playlist editorial: é a playlist pensada e construída pelo time de editores do player.
Toda vez que você encontrar “Criada por: Spotify” no descritivo da playlist, significa que a playlist é ou editorial ou de algoritmo.
Elas são atualizadas toda sexta-feira e, por isso, que o dia padrão de todos os lançamentos musicais é sexta-feira.
É comum que as playlists editoriais sejam também as mais populares e responsáveis por grande parte dos streams que um artista pode ter.
– Playlist de algoritmo: são playlists personalizadas por algoritmo pra cada usuário.
No Spotify, minha playlist “Descobertas da semana” é diferente da sua, por exemplo.
Também no Spotify existem as playlists “Daily Mix”, que são populadas por artistas de um mesmo nicho. Em média, existem 6 Daily Mix’s por pessoa com gêneros diferentes.
Na Deezer, as playlists de algoritmo que seguem esse mesmo formato, são chamadas de “Flow”.
Eles também têm o “Descobertas”, atualizada toda semana, e a “Relax”, atualizada aos domingos.
O algoritmo leva em consideração alguns fatores, como: o seu padrão de consumo no Spotify, os artistas que você segue, as músicas que você curtiu e também faixas que você pulou.
Ah, e se você viu um pulinho no gráfico de consumo da sua música numa segunda-feira, o motivo pode ter sido uma boa entrada em “descobertas da semana”, que são atualizadas toda segunda.
Outra playlist de algoritmo é a “Radar de novidades”, do Spotify, atualizada às sextas.
É compreensível que a chance da sua música agradar quando entra nessa playlist de algoritmo é maior, tendo em vista que ela é elaborada a partir do seu comportamento.
– Playlists criadas por usuários (do marketês, usergenerated playlists): São playlists criadas por qualquer pessoa/empresa que não o Spotify.
Eu mesma, por exemplo, posso ter várias playlists no meu perfil. É claro que nesse caso quem nos interessa são os curadores de playlists mais populares.
Tomemos por exemplo: Filtr, Topsify e Digster, playlists da Sony, Warner e Universal Music respectivamente. Existem artistas que têm sua maior fonte de streams em uma playlist curadas por um desses perfis.
As playlists terminaram por se tornar um ativo da gravadora, já que entrando em uma playlist, sua música tem um alcance/número de streams garantido.
Algumas distribuidoras também possuem playlists próprias. E finalmente temos os usuários curadores, como o Hugo Gloss.
Não é só porque você é artista, que você não pode se tornar um bom curador de playlists.
E aí é melhor ainda, porque você não depende de mais ninguém para ter uma boa fonte de streams pras suas músicas.
Mas, na próxima semana eu vou falar mais sobre isso num outro artigo.
Nesse artigo vou focar mais nos dois primeiros tipos de playlists. Os parceiros fundamentais pra que você consiga entrar nessas playlists são: o time de marketing e também os responsáveis pela distribuição digital.
O time de marketing deve montar um bom plano de divulgação pro produto: pensar em parcerias, investimento de mídia, identidade visual e cronograma de conteúdo orgânico.
E a distribuidora deve “vender” (do marketês, fazer o pitching). Eles devem convencer cada DSP para botar a música nas playlists certas e submetendo a música com todas as informações e prazos exigidos pelas DSPs.
Por isso, quando estiver planejando um lançamento, é muito importante que você descubra e cumpra com o prazo de recebimento dos insumos que a sua distribuidora determinar (normalmente entre 2 e 3 semanas antes do lançamento).
Alguns dos insumos são: ISRC, fonograma, capa, letra da música, mini-texto sobre a música (até 500 caracteres pra algumas plataformas), uma boa foto do artista pra uma possível entrada em capa de playlist, etc.
Então na hora de planejar, leve em consideração todos os prazos que devem ser cumpridos pra que isso aconteça.
Explicando este prazo de 2 a 3 semanas: pensa que só o Spotify recebe 40.000 músicas POR DIA em média.
Imagina o time de editores analisando 40.000 músicas por dia, pra decidir o que vai entrar e o que não vai entrar, na playlist no dia seguinte.
Não dá, né?! Fora o upload “mecânico” das faixas e informações pra cada DSP, as distribuidoras normalmente têm uma sessão de pitching semanal, na qual eles conversam com o time de editores.
Ou seja, quanto antes você cadastrar todas as informações, mais tempo, tanto a distribuidora quanto os editores; terão para ouvir e analisar seu lançamento.
Tem plataforma de streaming que nem considera a música se ela for submetida com menos de 2 semanas pro dia de lançamento.
Conseguirmos capas de playlists é ainda menos provável. Fora as playlists de algoritmo, que também não incluirão suas músicas.
Nesse artigo relacionado à ferramenta de pre-save, eu falo de como uma boa campanha pode auxiliar na entrada em playlists editoriais e de algoritmo.
Marina, entrei na playlist! Posso correr pro abraço agora?
Poder, pode. Mas, não esquece de divulgar bem a playlist em questão.
Antes de mais nada, como forma de agradecimento pra plataforma (sem esquecer de marcar todos os envolvidos).
Mas, principalmente, porque depois que sua música entra na playlist, ela passa a ser avaliada pelos curadores da mesma.
Sua música tá sendo concluída dentro da playlist ou as pessoas estão pulando ela?
Quando você tem uma boa performance nessas playlists, sua música tende a permanecer nela, ganhando mais uma semana de streams vindos da mesma.
E tem também as pirâmides de playlists do Spotify.
Calma, não é um esquema pra ganhar dinheiro.
As pirâmides são “caminhos” que o Spotify desenvolveu pra dar upgrade pra determinadas faixas.
Por exemplo, o gênero sertanejo tem as playlists:
Geração Sertaneja – 304k seguidores – “Conheça as novas vozes da música sertaneja!”
Potência Sertaneja – 1.3mm seguidores – “Fique por dentro dos lançamentos e ouça as músicas que estão na boca da galera”
Esquenta Sertanejo – 5mm seguidores – “Os hits da música sertaneja estão aqui”
Percebeu o caminho que uma música sertaneja pode percorrer por essas playlists?!
O artista novo pode entrar na Geração Sertaneja, performar muito bem e subir pra Potência Sertaneja, e se também tiver um bom desempenho, alcançar a Geração Sertaneja.
Mas, são poucos os gêneros que têm estas pirâmides bem definidas.
Deixei alguma coisa de fora?
Ficou confuso com alguma informação?
Comenta aqui que eu corrijo assim que possível, ou explico na resposta do comentário.
Bons lançamentos!
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Marina Mattoso atualmente CEO da Jangada Comunicação, agência focada em Planejamento Estratégico e Marketing de Conteúdo que tem “a bordo” artistas como Gilberto Gil, Adriana Calcanhotto, Maria Rita, Daniel Boaventura, Pretinho da Serrinha, entre outros.
A Jangada Comunicação assinou também o planejamento e execução do case digital da cantora Anitta através do lançamento mundial do vídeo-álbum trilíngue “Kisses”, em 2019.
Um dos maiores cases digitais do último ano, que possui a presença de parceiros nacionais e internacionais, além do time de Anitta e da Warner Music Brasil.