Todos nós estamos na estrada.
Antes de estar aqui construindo uma carreira sólida no “music biz”, eu era apenas um moleque de São Miguel Paulista, periferia de São Paulo, que sonhava alto. Então eu e meus amigos começamos uma banda.
Baixo orçamento, fôlego de Michael Phelps.
Muita motivação. Combinação maravilhosa pra alimentar qualquer ideal.
Imprescindível para cruzar São Paulo de ônibus / metrô (mais tarde de carro, glória deux) por volta de 70km por dia por quatro, cinco, seis vezes por semana.
O resultado daquela combinação única junto ao ambiente que vivíamos, resultou em 5 anos extremamente intensos, com inúmeros shows, contrato com gravadora, realizações de metas (como tocar na rádio, tv, conceder entrevistas para revistas) concluídas.
Comprovei que nada acontece “do nada”. E nem vai acontecer.
Nem comigo, nem com você, nem com ninguém.
E o que… ou melhor, QUEM pode te ajudar a ter essa pegada pra fazer acontecer?
Quem divide o corre com você.
Olha só: estamos em 2019.
Existe material e informação de sobra para se organizar tecnicamente. A Marina Mattoso acabou de postar aqui no MM mais um artigo valiosíssimo para te ajudar a materializar sua missão.
Mas onde eu quero que você esteja nesse exato momento da leitura?
Um passo antes.
De nada adianta todo o conhecimento compartilhado que a internet oferece se você não tiver a sorte de contar com pessoas que desejam ir para o mesmo destino que o seu.
Entenda. Meu apelo nesse momento é extremamente psicológico, quase nada técnico. É, de fato, a semente embrionária do que pode ser o seu futuro.
Portanto: ESCOLHA BEM COM QUEM VOCÊ QUER ESTAR.
Claro que é complexo. Exemplos clássicos:
- Há quem toque m-u-i-t-o, mas… é pau no c* total!
- Há quem apenas “segure a bronca”, mas sua contribuição vale por dois.
- Há pessoas super dedicadas, mas que não alimentam uma boa relação de amizade fora da banda.
- Há também as pessoas que possuem uma energia extremamente cativante, mas que não se comprometem a sério com o projeto, com responsabilidade.
- Tem aquele playboy que banca TUDO. Paga ensaio, cerveja, compra equipamento pra banda toda se for preciso… mas estabelece uma relação complicada. Acaba “comprando” sua posição e a dos outros.
- E tem o “sangue no olho” que toca, cria, compõe, tem visão, presença, comprometimento… massss… não tem um puto no bolso. Nem pra pegar o ônibus pro estúdio. Tem que ir buscar em casa, e levar também. Tem que pagar a parte dele no ensaio. Muitas vezes o lanche. Emprestar dinheiro para comprar a corda. Não consegue dividir uma despesa sequer. Quem dirá aquela gravação caprichada no estúdio? Tenso.
Essas e outras inúmeras as matrizes são capazes de formar uma banda diferente, um projeto único. Uma combinação de sucesso ou de fracasso.
Portanto, preste atenção nas pessoas que estão ao seu lado nesse momento, não só dividindo, mas contribuindo para o seu sonho acontecer em curto, médio ou longo prazo.
Não tenha medo de arriscar, nem de mudar o que acha que pode melhorar.
Lembre-se de que não tomar atitude nesse caso custa um preço altíssimo, cobrado na mais cara das moedas: tempo. Não o desperdice. Também não se desespere se não encontrar as pessoas certas tão rápido. Apenas siga em frente.
Não existe banda / projeto de música que dê certo sem um “dream team”. Monte o seu, e curta a evolução em conjunto.
Todo o resto, vem (sempre) depois.
Tô no twitter!
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Conhecedor nato de novas tecnologias e amante da música, saiu da zona de conforto para compreender todos os processos da Indústria Musical: Duane Gigliotti foi um dos nossos palestrantes do CONAMúsica 2017.
Iniciou sua trajetória como músico, vocalista e baixista de uma banda de Pop Rock, com contrato de discos assinado pela Universal Music em 2009.
Além disso, foi Gerente de Conteúdo e Criação das Rádios Tang e Coca-Cola FM.
Atualmente é especialista musical no Shazam , responsável pela monitoração no Brasil e em Portugal pela companhia.
Duane assim como nós, acredita que: sua missão é inspirar as pessoas a caminharem em direção ao novo, sem medo, mantendo-se sempre conectadas e engajadas a viverem suas vidas ouvindo cada vez mais música, todos os dias.