Foi um início de ano bastante movimentado no pop nacional e internacional. Não faltaram clipes de qualidade para os fãs! Mas quais foram os melhores? A redação do POPline se reuniu em uma votação interna para eleger os vídeos favoritos do primeiro semestre. Cada integrante da equipe montou seu próprio Top 10 e a cada posição foram atribuídos pontos. Depois, os pontos foram somados para formação do Top 15 coletivo, representativo da diversidade das preferências de cada membro.
15) BTS – Fake Love
A ocidentalização do K-Pop é encabeçada por esse grupo, que tem registrado boas entradas na Billboard americana. Desde o ano passado, mais ou menos, temos acompanhado os lançamentos do boygroup e algo deve ser dito: eles não poupam dinheiro. Esse clipe, por exemplo, é uma superprodução para deixar popstars ocidentais com inveja. Efeitos visuais, figurinos, cenários e cores diversos, e a coreografia perfeitamente sincronizada fazem parecer brincadeira de criança tudo que a gente chamava de boyband até outro dia. – Leonardo Torres.
14) Bruno Mars – Finesse (feat. Cardi B)
Esse mergulho nos anos 90 refresca a memória e aquece o coração dos que viveram essa época. Bruno Mars conseguiu traduzir aqui toda a vibe deste período, sem pesar a mão nos excessos e sem parecer cafona. Além de Mars, no melhor estilo Fresh Prince Of Bel Air, Cardi B ainda traz um toque de humor ao clipe, que o deixou ainda mais especial. Nessa época em que vídeos milionários e com super produções ganham prêmios, “Finesse” sai campeão pela simplicidade. – Mari Pacheco.
13) Nicki Minaj – Chun-Li
Com visuais incríveis, “Chun-Li” é Nicki Minaj em seu ápice. Sozinha, a rapper mostra que não precisa da ajuda de ninguém pra fazer uma boa música (e nem participar da boa música de ninguém). O visual oriental não é à toa. Chun-Li é uma clássica personagem chinesa de videogame de luta. E a ação também faz parte do videoclipe de Nicki Minaj. Tudo isso, claro, com muita sensualidade, algo sempre presente nos clipes de Minaj. “Chun-Li” é uma ótima mensagem de início da nova era de Nicki Minaj. – Kavad Medeiros.
12) Jennifer Lopez – El Anillo
A música em si, com inspirações no funk brasileiro, é uma das mais interessantes da carreira da cantora. Com o clipe, então, forma o pacote completo. A fotografia é primorosa e todo o tratamento em dourado dá à JLo um ar do que ela realmente é: uma rainha. Ela esbanja uma beleza que parece inesgotável e sabe transitar entre cenas sensuais, misteriosas e de coreografia como ninguém. – Caian Nunes.
11) Pabllo Vittar – Indestrutível
Em tempos de grande intolerância, seja racial, de gênero, sexualidade ou religiosa, mensagens como a de “Indestrutível” de Pabllo Vittar são mais do que bem vindas. São necessárias. Em um clipe simples, o foco fica para a mensagem. “Tudo vai ficar bem”, canta Pabllo Vittar no desenrolar de uma história de bullying e homofobia que, infelizmente, ainda se é muito presente na vida de tantas pessoas LGBTQ+ e que se pode ser facilmente relacionável a grande parte desse público. “Indestrutível” também é resistência. É dizer “estamos aqui e não vamos fugir, não vamos nos calar”. É daqueles clipes pra se assistir com uma caixa de lenços de papel para enxugar as lágrimas. É uma mensagem que não se pode esquecer. – Kavad Medeiros.
10) Drake – God’s Plan
Em um mundo em que o público de música em geral é cada dia mais bombardeado por material audiovisual e publicidade disfarçada de conteúdo é difícil se destacar como artista e fazer algo “fora da caixa”. Com o clipe de “God’s Plan”, Drake conseguiu não só chamar a atenção para seu lançamento musical, mas também fazer um clipe completamente irreverente e fora do que os fãs e a indústria esperava. O rapper distribuiu toda a quantia levantada para a produção do clipe entre pessoas necessitadas ou merecedoras, ao seu ver, de uma “ajudinha” e fez disso uma espécie de documentário. Artistas que são irreverentes e criam conteúdo original movem a indústria e por isso Drake consegue seu lugar nas melhores produções do semestre. – Pedro Myguel.
09) Dua Lipa – IDGAF
Um estúdio bem neutro, a cantora produzida com roupas idênticas, mas com cores diferentes, e dançarinos. Simples, não é mesmo? Não é, não! “IDGAF” é complexo tanto em seu conceito, quando no quesito produção. Dá pra imaginar o quanto de trabalho foi gravar todas as cenas e depois juntá-las na edição. O resultado é sensacional. O clipe é visualmente prazeroso de assistir e passa uma mensagem que muitas vezes as pessoas têm dificuldade de aceitar. Ninguém é uma coisa só. Todo mundo está propenso a guerrear com si próprio. Seja azul ou laranja, Dua Lipa definitivamente é uma artista completa. – Caian Nunes.
08) Taylor Swift – Delicate
O que para muitos pode ser um pesadelo, para Taylor Swift é um sonho: ser invisível – já que ela vive nos holofotes. O clipe é genial e consegue transmitir toda uma sensação de liberdade com as cenas em que a cantora se despe de todas as convenções sociais e anda pela cidade, como se ninguém estivesse vendo. Joseph Kahn, diretor quase fixo dos clipes de Swift, sempre faz um trabalho impecável. Vendo seu histórico, esse vídeo parece até simples, mas o conceito genial faz com que seja um grande destaque. – Caian Nunes.
07) Janelle Monáe – Django Jane
A divulgação do “Dirty Computer”, o mais recente álbum da Janelle Monáe, começou com dois clipes bem distintos e apesar de “Make Me Feel” ser a minha música favorita do duo de lançamentos “Django Jane” merece uma enorme ressalva! A primeira coisa que passou pela minha cabeça é que “se esse clipe e essa música tivessem sido lançados pela Beyoncé o burburinho teria sido enorme”. No entanto, como Janelle é uma artista “low kee”, a música e seu vídeo não tiveram o buzz que mereciam. A letra é extremamente empoderada, manda um recado sobre o poder feminino, negro (tudo o que Beyoncé vem fazendo) e a cantora ainda manda um recadinho: não gostou, problema, a vagina será sim poder de fala. A atitude agressiva e no ponto de Janelle, uma artista multifacetada, merece mais espaço. – Amanda Faia.
06) Ariana Grande – No Tears Left To Cry
O vídeo que marca o retorno de Ariana Grande pós era “Dangerous Woman” não poderia ser diferente. No clipe, que tem direção assinada por Dave Meyers, a cantora celebra a positividade e deixa para trás tudo de negativo que existe no mundo. A nova fase e “No Tears Left To Cry” marcam a superação de Ariana em relação à tragédia que aconteceu durante seu show em Manchester no ano passado e mostra uma nova mulher, pronta para a sua nova fase. – Mari Pacheco.
05) Christina Aguilera – Fall In Line feat. Demi Lovato
Falando em empoderamento da Janelle Monáe, outra música que infelizmente se comentou muito mais antes do lançamento do que depois dele é “Fall In Line”. A parceria da Christina Aguilera e Demi Lovato movimentou as redes sociais e a imprensa internacional por meses antes da estreia e depois que a música e o clipe chegaram, o fogo apagou. Mais uma injustiça, na minha opinião. Xtina e Demi colocam nos holofotes novamente o poder feminino, do controle e da mudança. – Amanda Faia.
04) IZA – Ginga feat. Rincon Sapiência
Quando esse clipe saiu, lembro de pensar “é isso, mulher!”. Demorou, mas agora temos uma segunda cantora pop brasileira fazendo clipes de alto nível. Só o segmento de dança na praia, valorizando a afrobrasilidade, já preenche uma lacuna no mercado mainstream. IZA é uma diva e a câmera a ama. Seus figurinos são de outro mundo! Acredito que essa parceria do diretor Felipe Sassi com a stylist Bianca Jahara ainda vai dar muitos frutos! – Leonardo Torres.
03) Janelle Monáe – Pynk
Ela é a única artista presente duas vezes em nosso ranking, e nada mais justo. O trabalho de Janelle é altamente pensado, e ela merecia ser mais reconhecida e valorizada. Esse clipe começa com uma série de takes meio Tumblr, aparentemente inofensivos, e de repente lá estão ela e suas dançarinas com figurinos, digamos, conceituais. Janelle se apoderou do próprio corpo e fez um clipe exaltando o feminino. A perspectiva é tão diferente quando uma mulher faz isso, ao invés de um homem. A cena da calcinha com os tufos de pelos vazando é incrível: “dê a eles algo sobre o que falar”. – Leonardo Torres.
02) The Carters – APESHIT
Arte. Resistência. Igualdade. Não tem como não assistir ao videoclipe de “APES**T”, de Beyoncé e JAY-Z, sem pensar nessas palavras. É para poucos gravar um clipe no Museu do Louvre, em Paris. Talvez só para o casal Carter mesmo. Um dos casais negros mais poderosos do planeta, junto com uma equipe de dançarinos (todos negros), desfilando como verdadeiras obras de arte em meio a obras de arte clássicas e famosas do Louvre é resistência. É mensagem contra a intolerância racial. É a forma de mostrar que arte é tudo e tudo é arte. Com o clipe “APESH**T”, o casal Carter elevou mais uma vez o nível do seu jogo. Um jogo que, pelo visto, eles estão sozinhos em sua própria liga. – Kavad Medeiros.
01) Childish Gambino – This Is America
Eu não sei mais o que se pode falar de “This Is America” que não foi comentado, explicitado, esmiuçado. Durante uma eterna tensão politica nos Estados Unidos no tocante à discriminação racial e violência, Childish Gambino meteu o pé na porta e o dedo na ferida com o novo clipe cheio de referências que estão ali por um motivo: questionar. O lançamento foi merecidamente notícia no mundo inteiro e teve toda a repercussão certamente idealizada por Donald Glover. – Amanda Faia.
Você também pode conferir os votos individuais de cada integrante da equipe aqui.