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Opinião: Qual é a melhor hora de vender seu catálogo?

Opinião: Qual é a melhor hora de vender seu catálogo?

Entendendo os momentos adequados para vender suas músicas; artigo de opinião assinado por João Luccas Caracas, para o POPline.Biz é Mundo da Música

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Opinião - João Luccas Caracas-Qual é a melhor hora de vender seu catálogo?

Qual é a melhor hora de vender seu catálogo? por João Luccas Caracas da Adaggio. Foto: Divulgação

Com a demanda de fundos de investimentos e com as editoras e gravadoras fazendo aquisições de catálogo de diversos artistas e músicos, vemos muitas negociações acontecendo globalmente. Mas, dependendo do momento de carreira e vida do artista, talvez ainda não seja a hora de vender o seu catálogo.

Como dizemos aqui na Adaggio: às vezes é melhor esperar o momento certo para que seja feito o melhor negócio.  Afinal, uma negociação de longo prazo deve ser muito bem pensada.

Então, qual seria o momento certo?

As pessoas já devem ter percebido que a grande maioria dos artistas ou compositores que venderam recentemente seus catálogos são nomes consolidados, com décadas de carreira.  São músicas antigas e eternasque já viveram seu ápice lá atrás e hoje trazem rendimentos estáveis e resilientes. Esses rendimentos estão potencialmente se valorizando, acompanhando o crescimento do mercado devido ao streaming, estáveis ou depreciando muito pouco ano a ano.

Talvez esse artista já não esteja em atividade, ou esteja fazendo shows mas não compondo músicas inéditas. Ele enfim, chegou a um momento de carreira em que quer trazer uma liquidez imediata para sua vida e prefere deixar a responsabilidade das músicas nas mãos de empresas especializadas, que tomarão conta de suas obras e fonogramas, buscando oportunidades comerciais para aumentar o alcance dessas músicas, e assim perpetuar seu legado.

Diferentes perfis de catálogo

O artista ou compositor com esse perfil que optar por vender seu catálogo se encontra em uma posição muito favorável para conseguir uma ótima negociação em função de um fator principal: a previsão de receita desse catálogo é estável e previsível, resultando em segurança para quem adquiriu os rendimentos, que consequentemente pagará um múltiplo mais elevado por esse catálogo.

Rendimento Anual - Catálogo Consolidado Adaggio

Rendimento Anual – Catálogo Consolidado. Foto: Adaggio

Além disso, ele já recebeu todo o pico de rendimento de seu catálogo no passado, antecipando os recebimentos dos próximos anos sem ter que aguardar décadas, podendo fazer o melhor uso possível desse dinheiro, seja na sua vida pessoal ou profissional. um compositor ou artista atual que começou a lançar suas composições há poucos anos, deve pensar muito bem em qual tipo de negociação fará com quem adquirir o seu catálogo. Músicas mais recentes ainda estão vivendo o início do seu ciclo de vida e vivendo seu ápice há pouco tempo, como também mencionado na minha última coluna leia aqui e atualmente encontram-se em intensa queda em sua execução, ocasionando a diminuição de sua performance ano a ano.

Rendimento Anual - Catálogo Recente.

Rendimento Anual – Catálogo Recente. Foto: Adaggio

Já as músicas que tocam há décadas, muito provavelmente continuarão tocando  bastante pelas próximas décadas.

A matemática é simples

O raciocínio é simples: para quem adquire o catálogo, músicas que geram rendimentos instáveis ou relativamente baixos, naturalmente não terão os mesmos níveis de investimento e múltiplos, uma vez que o retorno não é rentável como os demais.

Passado e Futuro

Se você for um artista que está lançando novas músicas a cada ano, ou um compositor que encaixa canções no repertório de grandes artistas pode ser um bom negócio apostar no seu futuro além do catálogo passado.  Nesse caso, se você vender as obras que fará nos próximos 3 a 5 anos, por exemplo, é provável conseguir uma negociação mais interessante. Tenha em mente que quem investe em lançamentos futuros está exposto a um risco maior. Então, seu trabalho deve passar confiança e segurança de que novos sucessos estão a caminho nesses anos futuros.

Sempre que abordamos o tema futuro, no caso de um artista ou compositor, pode dar um frio na barriga, né?  Imagina você vende seu catálogo futuro e acertar o hit da sua vida daqui a 2 anos, e se esse hit já foi vendidopara uma empresa? Então, por que não negociar para que caso haja uma performance muito maior do que o esperado, todo o mérito ou excedente seja pago para você? É algo que fazemos muito aqui na Adaggio, por exemplo.

Porém, se você é um compositor com um perfil de obras recentes e não tem interesse em negociar seu futuro, recomendamos que espere alguns anos para decidir sobre vender o seu catálogo. Aposte nas suas músicas, receba os rendimentos que estão por vir, e daqui a algum tempo, quando a receita das suas músicas se tornarem mais estáveis, aí sim procure uma empresa para comprar suas músicas, pois certamente a negociação será muito melhor.

O timing é essencial

Vender seu catálogo de obras e/ou fonogramas pode ser algo muito estratégico. Porém, fazer no tempo correto é essencial para que a negociação seja a melhor possível. Existem casos, no entanto, em que mesmo só tendo músicas recentes, você queira liquidez imediata para investir na sua carreira e potencializar seus resultados profissionais. 

Em todo caso, busque uma empresa que se alinhe aos seus interesses de modo a garantir uma boa negociação para ambos. E lembre-se que ter alguém para trabalhar em prol do seu catálogo, trazendo novas oportunidades comerciais para que vocês ganhem juntos como sócios, é o melhor cenário possível.

Na Adaggio, além das aquisições com negociação flexível e transparente para o artista, nós produzimos e lançamos novos fonogramas com estratégia de marketing digital e investimento através do nosso selo como também buscamos oportunidades de sincronização, otimizamos a gestão autoral via trabalho de identificação e recuperação de royalties retidos, além de um recém-lançado braço de NFTs para explorar os novos horizontes da Web 3.0 com nossos artistas. 

Dessa forma, todos ganham juntos, e é assim que acreditamos que deve ser.

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João Luccas Caracas é músico, produtor musical, compositor e DJ com mais de duas décadas de experiência no mercado musical.  Atualmente, é o CEO e fundador da Adaggio, gestora musical e maior fundo de investimentos especializado em royalties musicais da América Latina.
João iniciou sua carreira tocando bateria, seu instrumento principal, em diversas bandas durante a adolescência.  Aos 20 anos de idade, estreou sua carreira artística como DJ onde, no decorrer de mais de dez anos, se apresentou em diversos países ao redor do mundo.  Durante esse período, lançou e produziu mais de cem faixas que acumularam centenas de milhões de streams nas plataformas digitais, conquistando dois discos de platina.  Teve a oportunidade de tocar em alguns dos maiores eventos do Brasil como Rock in Rio, Lollapalooza, Ultra Music Festival, além de renomadas casas noturnas como Green Valley, Laroc, entre muitas outras.
No ápice da pandemia, com a interrupção dos shows e eventos, se especializou no mundo dos direitos autorais.  Foi quando fundou a Adaggio, com o propósito de empoderar outros músicos, compositores e artistas, ao negociar seus direitos autorais com o intuito de ressignificar canções e perpetuar legados musicais.
Em 18 meses a Adaggio adquiriu participações em mais de 100 catálogos musicais que totalizam cerca de 120 mil obras e fonogramas, incluindo algumas das músicas de maior relevância cultural da história da música brasileira.