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Opinião: O Impacto da Inteligência Artificial na assessoria de imprensa

Artigo de Opinião assinado por Zé Raphael para o POPline.Biz

Foto: Istock

Um texto ou release poderá ser feito através do ChatGPT?

Seria a inteligência artificial (IA) um terror para o jornalismo como a foi TV na era do rádio? Ou também como a internet foi para o fim da TV? Me lembro até hoje quando o Google ganhou força no mundo. Os jornalistas e o público passaram a ter acesso direto a uma quantidade imensa de informações online. Eles não precisavam mais depender exclusivamente da imprensa oficial ou de informações fornecidas por assessores de comunicação. Na época, os profissionais do ramo ficaram tensos porque a função poderia ser diminuída ou até mesmo tornada obsoleta pela facilidade de acesso às informações.

No entanto, o maior impacto do surgimento do Google foi a mudança na forma com que as notícias seriam consumidas. Os assessores de imprensa tiveram que se esforçar para garantir que seus conteúdos fossem otimizados nos mecanismos de busca e se destacassem entre a concorrência para alcançar um bom posicionamento nas páginas de resultados.

Foto: Unsplash

Aos poucos, os  assessores aprenderam a utilizar as ferramentas e os recursos oferecidos pelo Google para aprimorar suas estratégias de divulgação. Eles perceberam que, apesar dos desafios iniciais, a tecnologia também trouxe oportunidades de ampliar o alcance e o impacto de suas mensagens.

Mas a inteligência artificial (IA)? E agora? É fato que ela está transformando diversos setores e campos profissionais, e a assessoria de imprensa não é exceção. A capacidade da IA de analisar grandes volumes de dados, identificar padrões e automatizar tarefas está revolucionando a maneira como alguns profissionais vão trabalhar no futuro. Mas isso poderia acabar ou diminuir a Assessoria de Comunicação? Não! E eu explico abaixo.

Foto: Unsplash

Esta nova ferramenta se baseia em informações que já existem e através disso faz um mix de texto ou imagem de forma que pareça original. No entanto, um release (do verbo liberar ou lançar, em inglês), como o nome mesmo já diz, é um texto de algo que ainda não está disponível. E isso, ainda, somente um ser humano é quem faz. 

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Eu preciso ressaltar que não estou aqui para julgar ou questionar o ChatGPT. A inteligência artificial possibilita a análise automatizada de grandes quantidades de dados de mídia, como notícias, redes sociais e fóruns online. Por meio de algoritmos avançados, a IA pode identificar menções de uma empresa, marca ou pessoa em tempo real, avaliar o tom das reportagens e fornecer insights valiosos sobre a percepção pública.  Isso permite que os assessores de imprensa monitorem e respondam rapidamente às notícias, ajudando a gerenciar a imagem e a reputação de seus clientes.

Independente de qualquer novidade, os jornalistas e assessores  ainda são aqueles que podem ver, ouvir, sentir e escrever o que será lançado. E inspirado na famosa frase do escritor americano, James Baldwin: ‘‘os artistas estão aqui para perturbar a paz’’… E nós, jornalistas, estamos juntos, mas pra relatar toda essa movimentação e mudança de hábitos, costumes e ações.

Foto: Unsplash
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Jornalista há 20 anos, Zé Raphael é especialista em Assessoria de Comunicação. Trabalhou em redações de impresso, TV e rádio e obteve destaques em funções como pauteiro de rede nos programas de entretenimento da Band. Foi Coordenador de Jornalismo nas rádios Paradiso FM e Jovem Pan, e num hiato distante das redações, realizou freelas para revistas, jornais e pesquisas de jornalismo em Madri (Espanha) e Califórnia (EUA). Na volta ao Brasil, direcionou-se profissionalmente para a assessoria. Zé acredita fielmente no diálogo verdadeiro com a imprensa.