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Opinião: Inteligência Artificial – Inovação ou descontrole?

Artigo de opinião assinado por Sergio Jr., para o POPline.Biz é Mundo da Música

Foto: Rawpixel

Há quem compare a chegada da Inteligência Artificial com o advento do Google em outros tempos, com seu inovador sistema de buscas de informações online. 

Será que estamos ficando retrógrados? Será que tememos o novo? Ou estamos diante de algo tão estonteante e avançado, que atacar seja apenas defesa? Será que, nós humanos, ficamos obsoletos?

Em minha análise individual, todos os questionamentos são pertinentes. No entanto, estamos diante de algo tecnologicamente incrível e, por isso, preocupante.

Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

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O que mais me assombra, a partir de agora, é sabermos a autenticidade do que lemos, do que ouvimos e até do que vemos. O direito de propriedade corre sérios riscos. Um festival de “faça você mesmo” tem acontecido em diversas áreas, não só na música.

Já vi gente falando que faz contrato de locação por Inteligência Artificial, tem gente fazendo música, gente pedindo cálculos estruturais, gente escrevendo textos. Aliás, gente dando comandos para fazer coisas através de IA.

Preocupante, lógico! 

Fato, é que veio o pra ficar e o uso dela como ferramenta, vai trazer feitos inimagináveis.

Inteligência Artificial. Foto: Unsplash

Mas, você já parou pra pensar no “descontrole de uma IA superinteligente”?

Pode parecer filme de ficção científica ou devaneio da minha cabeça, mas não é.

Cientistas publicaram um artigo no Journal of Artificial Inteligente Research. Nele, eles questionam a nossa capacidade de controlar uma IA superinteligente. “Regras como ‘não causar danos aos humanos’ não podem ser definidas se não entendermos o tipo de cenário que uma IA criará. Uma vez que um sistema de computador está trabalhando em um nível acima do escopo de nossos programadores, não podemos mais estabelecer limites”, concluem.

> Cálculos científicos sugerem que será impossível controlar uma IA superinteligente | Tecnologia | Época NEGÓCIOS 

Estamos diante de um fato que marca uma era e trás uma infinidade de desdobramentos. 

Inteligência Artificial. Foto: Unsplash

Voltando à música, ao direitos autorais e de propriedade. 

O fato da IA buscar os dados já publicados por alguém, complicar e organizar a informação, confere o título de proprietário daquilo, por quem “executou a busca, ou comando?” E se fizermos, você e eu buscas iguais no Chat GPT e obtivermos o mesmo resultado? Será que é possível? Quem seria o proprietário?

Foto: Unsplash

Tenho certeza, que você que está lendo esse texto, se sentiria traído, se soubesse que ele nasceu de um sistema de buscas pedido por mim, mas que viesse redigido pelo Chat GPT, por exemplo. Eu me sentiria traído. (Ah! O texto é meu, hein?! Rs). Mas nada impede que as minhas ideias e observações aqui publicadas, passem a integrar no todo, ou em parte, um texto sugerido pela IA a alguém que por ventura provoque a busca acerca disso.

Longe de mim propor solução pra algo dessa magnitude e complexidade, mas das correntes de ideias que já ouvi, sou a favor da transparência quanto ao uso da IA. 

Qualquer coisa feita que tenha usado a ferramenta deve ser explicitada, para que o usuário e/ou receptor e/ou consumidor saiba que a origem do que consome foi feita por IA, por tal pessoa e/ou empresa.. Há quem defenda que artigos, musicas e/ou qualquer outra coisa feita por IA sejam alocadas em ambientes específicos para conteúdos gerados dessa forma. Em minha opinião, esse já seria um bom começo.

Pra concluir, voltamos à pergunta inicial: Inteligência Artificial IA – Inovação ou descontrole?

No momento, estamos vivendo as duas coisas. 

Inteligência Artificial. Foto: Divulgação

Como sou romântico, acredito que autores e criadores de musicas e artes estarão sempre um passo a frente, sempre surpreendendo, sempre emocionando. Pode ser que depois isso tudo vire dado matemático para os sistemas de IA. Mas aí, o problema já não é nosso, a Inteligência Artificial, superinteligente que aprenda a ficar pra trás e conclua que os nossos sentimentos, nascidos em nosso imaginário e transformado em obra concreta, jamais será um cálculo matemático. Jamais.

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Sergio Jr. é integrante do grupo Sorriso Maroto, Músico, Compositor e Produtor Musical, com 22 anos de atuação no mercado fonográfico. Bacharel em Direito, Criador e Diretor Artístico da “Artesanal Digital” (Editora/Selo/Produtora).