Acredito ser adequado começar a coluna deste mês com a explicação breve do peso que teve a palavra “Hollywood”, por muitos anos, no mercado do entretenimento. Julgo importante essa pontuação, pois considerando as mudanças bruscas nos padrões de consumo e comportamento das últimas gerações, porque pode haver quem não compreenda o significado. Então, de modo bastante direto, digo para você, leitor: Hollywood foi o ápice absoluto da carreira de qualquer artista de cinema, era o limite do sucesso. Por outro lado, acrescento: essa era acabou.
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Para ilustrar, usarei o exemplo de Marilyn Monroe, que nas telas de cinema estampava glamour e sorrisos, mas que na vida privada sofria com uma profunda depressão. Rock Hudson, galã inigualável dos anos 50 e 60 também nos serve como uma amostra interessante, já que era muito desejado pelas mulheres em seus papéis como ator, porém gay na vida real. Na atualidade, com a potência das redes sociais, essas são situações quase que inimagináveis. Na prática, ser artista hoje é sinônimo de discurso e lifestyle. Claro, você pode me dizer: “ah, mas artista tal não é muito presente nas redes…” OK, concordo. Porém, altas são as chances de estarmos falando de um artista que já viveu o seu auge, adquiriu grande notoriedade, e hoje vive do seu legado. No universo da música, arrisco a dizer que 95% dos artistas ocupam as redes contando cotidiano e, às vezes, também com uma boa dose de discurso. E para aqueles que não estão seguindo esse modus-operandi, deixo um alerta: é melhor seguir.
Lifestyle, que fique bem explicado, não é contar como você dormiu ou acordou. Trata-se de indicar para os seguidores hábitos e costumes que estão marcando determinada fase da vida. O discurso, por sua vez, não precisa ser necessariamente político ou a defesa de pautas e bandeiras, mesmo que elas estejam assinaladas de forma indireta nas postagens. O artista que deseja se posicionar precisa entender que não é necessário falar sobre todos os assuntos, e é importante estar rodeado de pessoas que a conheçam para que haja um auxílio no entendimento daquilo que será dito. A assessoria de comunicação, então, age exatamente neste sentido.
Um bom exemplo para ilustrar o ponto é o documentário “Miss Americana”, de Taylor Swift. Antes de dar prosseguimento à explicação, preciso ressaltar que a Taylor Swift quando surgiu, com muito sucesso, era pertencente a um gênero musical privilegiado, que é a música country feita por brancos. Digo isso pois não é comum ter minorias representadas neste universo que, majoritariamente, é composto por pessoas com alinhamento a pautas mais conservadoras. Taylor, contudo, ao se tornar uma artista pop, passou a apoiar correntes ligadas ao feminismo e ao movimento LGBTQIA+.
Agora, voltando ao documentário, o ponto marcante, para mim, é o trecho que retrata a principal candidata ao governo do estado da Pensilvânia, onde Taylor nasceu, como uma pessoa retrógrada, avessa à agenda mais progressista. O fato fez com que Taylor decidisse se posicionar, pelas próprias redes sociais, mas com o cuidado de saber como dizer, já que ela possui mais de 200 milhões de seguidores, com pensamentos diversos entre si. Mesmo não tendo recebido apoio do empresário, que evidentemente pensou em aspectos financeiros, Taylor conversou com sua assessoria de comunicação, ajustou o formato/conteúdo e fez o post. A repercussão foi estrondosa na imprensa internacional e chegou ao ex-presidente Donald Trump, que prontamente teceu críticas à Taylor.
A grande lição desse episódio é o poder que a assessoria de comunicação tem em despertar gatilhos na imprensa. Artistas com alcance da Taylor Swift ou com grande relevância nas redes, como Bianca Andrade ou Felipe Neto, no Brasil, conseguem sinalizar aquilo que estão pensando para os fãs e para a mídia, por meio de uma única postagem, e a partir disso desencadear debates e reflexões. Tudo a um clique, em milésimos de segundos. Você ainda duvida?
Assessoria de imprensa está ultrapassada – e já há algum tempo! O jornalista de hoje trabalha em Assessoria de Comunicação.