- minha empresa quase quebrou
- mudamos nosso público-alvo aos 49 do segundo tempo
- e acabamos transacionando mais de R$ 130 milhões (!)
Construímos o negócio pensando nos artistas. Mas as coisas não estavam indo bem.
Então, na metade do ano passado, abrimos os olhos para alguns detalhes que nos fizeram mudar o foco para as empresas que estão por trás do artistas.
E foi a melhor decisão!
Além dos resultados alcançados, percorrer por estes dois universos me deu uma perspectiva única sobre o mercado.
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E foi assim que cheguei em 6 conclusões sobre como vejo a indústria nos próximos anos:
1) Não existirá uma indústria totalmente descentralizada
O espaço entre o artista e seu público é ocupado por muitos intermediários. Cada um comendo uma fatia do bolo. O excesso de camadas tem seus dias contados.
Porém, uma indústria totalmente descentralizada (escuto isso desde 2016) não existirá.
Artistas precisam ser artistas. E para que façam seu melhor, é importante que existam empresas que façam o resto.
2) Os artistas estão de olho
A falta de transparência que assola o mercado é colocada em cheque. Cada vez mais os artistas estão atentos aos números.
O problema ainda é cultural, mas a tecnologia já está aí para acelerar uma transformação positiva.
3) O aumento da profissionalização
Com as empresas entendendo a importância do seu papel e artistas mais atentos, o mercado busca se profissionalizar. Ninguém quer ficar para trás e toda a indústria ganha com isso.
A organização que era exclusiva de alguns gêneros (sertanejo, por exemplo) vem se alastrando por todo o mercado.
Quem não acompanhar, dança.
4) Compra de catálogos desacelera
Juros altos dificultam acesso à capital e criam aversão a risco. Em um país como o nosso, em que a renda fixa rende 10, 12, 15% ou mais, investidores optam por ativos mais conhecidos.
Para aumentar a rentabilidade do catálogo, a gestão deverá ser mais ativa e/ou derrubar o preço da compra.
5) Concentração de mercado
As grandes empresas saem às compras na tentativa de recuperar market share. Veremos mais fusões e aquisições Brasil e mundo afora. Empresas médias, com menos experiência de M&A, seguirão na oferta de adiantamentos mais agressivos.
6) Alguém ainda fala de NFT?
A web3 ainda não se provou necessária e nem ganhou adoção massiva de quem realmente importa (enquanto indústria). Após uma sucessão de escândalos e colapsos no mundo cripto, o mercado esfria.
A onda da vez é AI.
Minhas conclusões são reflexo tanto do amadurecimento da indústria, como do momento de mundo.
Honestamente, vejo com bons olhos: um mercado mais focado, que seguirá crescendo e se organizando para as novas realidades que parecem surgir todo ano.
Como sempre: quem se adapta mais rápido, vence.