A banda teen Fly está enfrentando a fúria de usuários das redes sociais desde o fim de semana. Declarações do trio para uma revista infanto-juvenil sobre tranças pipocaram no Facebook e colocaram os garotos numa saia-justa. Durante a entrevista, o integrante Caíque Gama disse que “para quem tem cabelo ruim, [trança] é uma salvação”, o que incomodou várias fãs e despertou a ira de internautas.
Formada por Paulo, Nathan e Caíque, a Fly é um fenômeno entre as pré-adolescentes, mas só está se tornando conhecida do grande público com essa polêmica. O trio tem bons números na Internet e consegue atrair milhares de meninas para shows em matinês por todo o país, mas virou o assunto do momento com essa infelicidade. No Twitter, Caíque tentou se explicar, mas só piorou. “Que porra é essa que tá todo mundo xingando porque eu falei mal de cabelo ruim, oi? Cadê a revista que soltou isso? Tô puto. Já vem gente que não sabe nada sobre minha vida, sobre meus amigos, me chamando de racista. Lava sua boca para falar de mim (sic)”, twittou. “Nego interpreta as coisas e leva para maldade para ter motivo para me xingar. Ahhh, que preguiça. Se ofendeu alguém, falei em tom de brincadeira. Eu acho lindo quem usa trança, quem assuma o black power. Se eu tivesse, usaria, então cala a boca e vai ser feliz, ao invés de ficar procurar motivo para arrumar confusão e discórdia e se sentindo mal por isso, você está sendo racista com você mesmo”.
Em seguida, uma investigação virtual trouxe à tona vários tweets antigos de Caíque, com conteúdo igualmente racista e também homofóbico. Uma foto do grupo com fãs no camarim também acentuou a polêmica, porque uma menina negra foi deixada de lado (abaixo). O que atraiu ainda mais hostilidade para os artistas foi que, na mesma entrevista, o integrante Paulo Castagnoli também deu uma declaração machista. Ele disse: “Às vezes posto foto sem camisa, então quem sou eu para julgar? Acho legal, mas a menina tem que se portar como uma menina”.
Com tanto burburinho, até Karol Conká se pronunciou. A rapper compartilhou um desenho de uma jovem negra chutando metaforicamente o elitismo, o racismo, o machismo, a homofobia a própria revista que deu espaço ao Fly. “Se a bandinha se chama ‘Fly’, então que voe para bem longe daqui!”. Ela ainda escreveu: “Nosso cabelo crespo é lindo! Ninguém diz como nós, mulheres, devemos nos comportar! Menina se comporta como ela quiser”.
Paulo, por fim, também tentou se explicar vai Twitter. “As pessoas fazem na maldade, né? Só pode! Eu não dito regras e nada… foi uma opinião! Mas fazem questão de ver maldade… A frase é velha, mas diz tudo: a maldade está nos olhos de quem vê. Não julguei, não falei mal, não disse o que é certo ou errado! Não sou ninguém para isso…”, escreveu. Caíque também reapareceu no microblog nesta segunda (5/10), repercutindo o assunto: “Sim, eu me importo com s coisas que falam de mim, principalmente quando falam mentiras. Mas vai ficar tudo bem. Foi um mal entendido”.
