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Olga Music acredita no retorno do rock aos charts

“Visão individualizada de artistas de rock deixou o estilo longe dos charts”, afirma João Magalhães

Mateus Simões, João Magalhaes e Guta Tolhuizen | Foto: Divulgação

Atemporal, o Rock é um gênero que ultrapassa os limites do modismo, da febre momentânea, do boom dos hits que já nascem com tempo contado de vida. Com diversos subgêneros dentro dele, por vezes, o rock se torna “pop” no sentido de estampar o topo dos charts, engajar fãs e ganhar as playlists das plataformas digitais.

Em bate-papo com o POPline.Biz é Mundo da Música, João Magalhães, sócio e fundador da Olga Music – um dos selos nacionais que mais apostam no rock atualmente, comenta que “é cíclico que subgêneros do rock apareçam com destaque no mercado e com isso ganhem essa cara mais pop”. Ele ainda acredita que “estamos prestes a ver uma volta do rock com mais força nos charts nacionais e internacionais”.

Para João, basta olhar para o mercado internacional que já há alguns indicativos disso, como um maior uso de guitarras e referências de rock em singles de artistas pops.

“Acho que isso vai chegar por aqui em breve, é um caminho natural. O pop punk e o emo aparecem com força nessa volta desse movimento. Acredito que a gente tenha uma ótima leva de bandas e artistas aqui no Brasil para abraçarem o momento e conseguirem destaque nacional”, destaca o CEO.

Segundo o executivo, “o rock por aqui nunca morreu, mas de fato, se afastou das paradas por uma visão muito individualizada, o que mudou bastante com o avanço das plataformas digitais. É a hora de voltar com tudo, reacendendo um público que está adormecido, mas que só precisa de uma fagulha para vir junto”.

O Rock não se mistura?

Uma das principais “críticas” do mercado ao Rock é que o movimento possui uma grande resistência em fazer parcerias, tanto dentro do gênero, quanto com outros. Questionado se acha que essa tendência de parcerias, que voltou para ficar na indústria, podem ser um novo impulsionador do gênero, João é categórico: “Com certeza! A visão individualizada de bandas e artistas de rock deixou o estilo longe dos charts e das paradas”.

“Segmentos como o rap, que cresceu muito nos últimos anos, sertanejo e o próprio pop fizeram o movimento oposto, trabalhando muito bem as parcerias e os coletivos, algo que faltou no rock. No momento atual da nossa indústria, já não dá para pensar sozinho e seguindo a tendência dos feats e parcerias, o rock tem tudo para crescer e ganhar o destaque que perdeu”, revela.

A realidade é que, enquanto houver novos fãs, um gênero musical jamais morrerá. E, com o surgimento de novas bandas, a renovação de público parece um caminho natural para o rock. Como é o exemplo da Supercombo, que traz com sigo um público jovem e antenado nas novas tendências.

Para Toledo, guitarrista da banda, o que funciona para eles é não se deixar estagnar. “Estamos sempre mudando, tanto musicalmente quanto como pessoa mesmo, e dificilmente a gente repete alguma coisa que fizemos no passado. Acaba que nossas músicas acompanham a evolução da galera que escuta a gente há muito tempo, à medida que a gente vai evoluindo também”, revela.

Ditando tendências

Mas, o Rock vai além de um gênero musical. Ele dita tendências de moda, estilo de vida, e até a cor do cabelo. Com um catálogo que traz nomes da nova geração do rock como Supercombo, Zander, Jimmy & Rats, Violet Soda, Bullet Bane, Bayside Kings, Dibob e Oceania, a Olga Music aposta no gênero para se destacar e movimentar o mercado.

“É natural nos artistas de rock essa identidade que cria tendências e dita moda. O que fazemos por aqui é dar todo suporte para o artista levar sua verdade para o público e isso automaticamente já gera curiosidade e interesse sobre moda, estilos de vida e acaba influenciando o público que consome o segmento”.

E finaliza: “Só o fato de hoje sermos um dos selos que mais apoia a volta do rock e aposta em artistas do estilo, já faz da Olga Music parte envolvida dentro de movimento junto aos fãs e a criação de tendências”.