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“Ode ao Choro”: Documentário de Cecilia Engels é exibido gratuitamente online

Filme aborda luto e traumas após a diretora perder sua melhor amiga na tragédia de Brumadinho.

Foto: Divulgação

No dia 25 de janeiro completam 3 anos desde a tragédia de Brumadinho e de lá pra cá, a cineasta Cecilia Engels, que perdeu sua melhor amiga, Camila (que ela chamava carinhosamente de Tata), na tragédia, resolveu abordar sua dor, luto e trauma em um documentário: “Ode ao Choro”.

O filme está em exibição gratuita online como parte da 4ª Mostra Sesc de Cinema Paulista.

Ode ao Choro
Foto: Divulgação

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“Em 2019 quando rompe a barragem de Brumadinho e morre minha amiga Camila, minha vida vira de ponta cabeça. Eu fui entendendo que a arte seria meu canal de expressão para decantar, assimilar e, quem sabe, curar as feridas que esse luto estava deixando em mim. Foi aí que eu decidi embarcar numa jornada que eu chamei de ritual – ensaio – filme, eram encontros filmados com pessoas que me ajudassem a elaborar todos os sentimentos que eu estava vivenciando”, explica a diretora.

O filme acompanha Cecilia Engels durante o mês de outubro de 2019, nove meses depois da tragédia. Nesse período, a cineasta já havia procurado diversos tipos de terapias para a ajudar naquele momento tão difícil.

Ela descreve que, fazer o filme foi “uma maneira de esvaziar a racionalidade” para poder continuar com sua vida.

Apesar do tema um tanto quanto doloroso, “Ode ao Choro” se mostra mesmo como uma ode à amizade e à vida.

Ode ao Choro | Trailer from Plano Astral Filmes on Vimeo.

“Prestes a completar três anos da tragédia, percebo que já vivemos algumas fases. Logo no começo é o choque da perda, o luto, a busca por coisas que nos estimule a seguir em frente.

Agora o que me desilude é a impunidade. Passo bastante tempo pensando e conversando sobre ela. A banalização de atos criminais contra a vida e contra o meio ambiente me provoca tamanha indignação! Não se pode explorar o minério a qualquer custo, o estado precisa ser rígido nos critérios de operação desta atividade. Os rompimentos de barragens são o ‘auge’ das tragédias, além disso no dia a dia, com menos visibilidade, as mineradoras estão contaminando rios, criando disputas de territórios, perseguindo ativistas.

O processo judicial sobre o crime da barragem do Córrego do Feijão precisa ter um desfecho pautado na justiça, com os devidos responsáveis sentenciados e as reparações às vítimas e ao meio ambiente condizentes com o tamanho do estrago”, completou Cecilia Engels.

“Ode ao Choro” fica disponível gratuitamente online pela plataforma Sesc Digital até o dia 26 de janeiro.