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O que é um sasaeng e por que Jungkook do BTS bloqueou um sasaeng em “live” na frente de todo mundo?


O que é um sasaeng? Por que Jungkook do BTS não se constrangeu de bloquear um sasaeng na frente de 4,4 milhões de espectadores durante uma transmissão “live”? A palavra vem da cultura sul-coreana e faz parte do dicionário dos fãs de K-Pop. É usada para designar o fã que “ultrapassa dos limites” e se comporta de maneira obsessiva, invadindo a privacidade dos ídolos e até colocando suas vidas em risco.

Os “limites”, claro, também tem a ver com a cultura da Coreia do Sul. Um fã que paga uma fortuna para ter um item pessoal do artista, como uma roupa ou um chiclete mascado, é considerado sasaeng. Na cultura ocidental, no entanto, objetos pessoais de artistas são leiloados o tempo todo. A carta de término do Tupac para Madonna, por exemplo, está para ser leiloada. Relíquias como essas tendem a ser desejadas.

Mas os sasaengs também são vistos como perigosos. Em geral, são fãs “normais” que desenvolveram uma obsessão tamanha que não tem mais noção do quanto podem ser… desagradáveis. Importunar o ídolo com ligações telefônicas após pagar uma nota para descobrir seu número (como aconteceu com Jungkook) é um exemplo. Mas um sasaeng também pode descobrir o endereço do ídolo, ir até sua casa e tentar (ou conseguir) invadi-la. Fãs do EXO já chegaram a instalar câmeras escondidas nos quartos dos integrantes do boygroup para vigiá-los. Achou bizarro? Outros grupos já foram alvo de câmeras escondidos NOS BANHEIROS.

“Essa é uma ligação de sasaeng. Está falando ‘você está fazendo uma live e liguei apenas para checar [o número]’. O que eu faço é: imediatamente bloqueio essa chamada. Eu, na verdade, recebo muitas ligações de fãs sasaeng”.

Dois membros do Super Junior já se envolveram em acidente de carro porque havia sasaeng seguindo-os. Perseguições de fãs em carros atrás de ídolos não são incomuns no Brasil ou na América Latina. Nos Estados Unidos, situações parecidas são o suficiente para alguém conseguir uma ordem de restrição contra seu perseguidor, o stalker: ou seja, uma ordem que impeça a pessoa obcecada de se aproximar. Dá para dizer que existem “sasaengs” no pop ocidental também. Quem se lembra das inúmeras vezes que Taylor Swift teve sua casa invadida? Por mais que sejam fãs, essas pessoas de comportamento inadequado têm que lidar com o óbvio: os ídolos não gostam deles.

No K-Pop e na Coreia do Sul em geral, há uma grande polêmica sobre sasaengs. Embora as motivações destes sejam seu fanatismo, outros fãs não os consideram “verdadeiros fãs”. Existe uma bem-vinda política de boas maneiras sobre o que pode e o que não pode ser feito. De qualquer forma, a classificação pode ser subjetiva e, às vezes, equivocada. Por exemplo, em fevereiro, J-Hope, outro membro do BTS, comemorou seu aniversário com uma transmissão “live” direto do quarto do hotel com os outros meninos. Durante a transmissão, uma pessoa abriu a porta do quarto e foi vista pelos outros na Internet. Imediatamente, fãs a acusaram de “sasaeng”. Mas, segundo a Big Hit Entertainment, era só uma integrante da equipe.