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Nova MPB investe em parcerias e na identidade instrumental em lançamentos

Vitor Kley e Lulu Santos, Thathi e Herbert Vianna e Chico Chico e João Mantuano são alguns dos nomes que apostaram em experimentações sonoras
Nova MBP investe em parcerias e na identidade instrumental em novos lançamentos
Foto: Vitor Kley e Lulu Santos, Thathi e Hebert Vianna, Chico Chico e João Mantuano/Divulgação

A Música Popular Brasileira que é sempre nova por apresentar experimentações sonoras, tem investido em parcerias musicais e na força da identidade musical nos recentes lançamentos. Artistas como: Vitor Kley e Lulu Santos, Thathi e Herbert Vianna e Chico Chico e João Mantuano, são alguns dos nomes que imprimiram misturas de melodias que resultam em ótimos cases musicais e apontam os rumos da Nova MPB.

“A Cura” é um single clássico e, ao mesmo tempo, um recado urgente que precisamos. Escolhida como a nova parceria de Vitor Kley e Lulu Santos,  Kley apresenta uma dimensão artística autoral em que tudo o que toca passa a carregar naturalmente a sua assinatura, e a ausência do seu nome na composição, passa a ser apenas um detalhe. Assim é com o single original, em versão mais cadenciada, a atual versão conduzida principalmente no violão e a voz de Vitor, trazem arranjos igualmente delicados.

A Cura - Vitor Kley e Lulu Santos

Foto: Vitor Kley e Lulu Santos/Tony Santos

A gravação do single que conta com a participação do autor, Lulu Santos, nasceu de uma proposta de emissora de TV, que a sugeriu. Ele gravou uma guia como no início de carreira, voz e violão registrados no celular. Ao escutarem, seu produtor Rick Bonadio e as pessoas próximas decidiram por ele que teria que acontecer gravação em estúdio, por quão promissor o take tinha se mostrado.  A versão chegou ao autor, e Lulu Santos mandou o recado de que queria participar junto do registro.

“É muito louco gravar com essa galera que você cresceu ouvindo. Ele, o Samuel Rosa (com quem gravou “A Tal Canção pra Lua”) são OS hitmakers. Quando vem o carimbo de: ‘você tá no caminho certo, moleque’ é que percebemos que estamos realmente em sintonia, na frequência”, diz Vitor.

E quando o assunto é um encontro inusitado, uma boa história tornou-se uma parceria inédita.A cantora e multi-instrumentista baiana Thathi lançou ontem (2), o seu single, Não Sei Se Te Contei, que conta com a presença especial de Herbert Viana, líder dos Paralamas do Sucesso. A canção, que já está disponível em todas as plataformas de música, foi escrita por Thathi e é o resultado de um encontro inusitado entre os dois artistas em uma loja de instrumentos musicais.

“Eu estava testando algumas guitarras, ele passou, ouviu e voltou para elogiar. Pediu uma guitarra para o vendedor e começou a fazer um som comigo. Foram algumas horas de muito papo e músicas, virou uma Jam Session (…) Foi mais do que compor e lançar uma nova música. Foi um presente do acaso, que nos encontra em qualquer circunstância da vida e que, de um despretensioso riff de guitarra numa loja de instrumentos, pode sair uma parceria para além dos palcos e um sonho realizado”, conta Thathi.

Não sei se te contei - Thathi e Herbert Vianna

Foto: Thathi e Herbert Vianna/Arquivo Pessoal

No final do encontro, os artistas trocaram presentes e uma semana depois Herbert convidou Thathi para um show do Paralamas no Rio de Janeiro, durante a conversa indo para o evento, Herbert usou diversas vezes a expressão “não sei se te contei, mas queria que você soubesse”. Inspirada, depois da conversa, a baiana começou a compor a música. Durante o processo de composição, Thathi recebeu a visita do amigo J. Velloso, que trouxe para a canção uma frase da sua avó, Dona Canô: “As pitangueiras não estão mais dando, mas as mangas estão caindo”.

Para Chico Chico e o amigo de longa data João Mantuano, o tempo para traduzir a arte de um encontro de uma vida inteira, demorou 3 anos. Os artistas lançaram o álbum que leva o nome dos cantores e violonistas, que inclui os singles anteriormente disponíveis nas plataformas digitais.

O disco foi gravado na Toca do Bandido (Rio de Janeiro), produzido por Felipe Rodarte e mixado pelo engenheiro de som Raphael Dieguez. São 12 músicas que apostam e convencem pela mistura de melodias, texturas e sentimentos, todas elas conduzidas pelos violões expressivos de Chico e João. Chico Chico & João Mantuano, o disco, é plural tanto no instrumental, quanto na parte vocal, desconstruindo ritmos para conceber novas métricas e provocações sonoras.

Chico Chico e João Mantuano

Foto: Chico Chico e João Mantuano/Divulgação

Esse resultado conta com a parceria de som e vida dos músicos Pedro Fonseca (teclados e edição), Miguel Dias (baixo) e Lucas Videla (percuteria), que ainda assumem com brio a criação dos arranjos e direção musical.

Esse é o resultado de três anos de trabalho numa banda que acumula quase 20 anos de amizade e um pouco mais do que isso de vivência em nossas individualidades urbanas. Por vezes doce, quase sempre ácida. Esse disco é sobre isso”, diz Chico Chico.

Esses cases apontam os rumos da Nova MPB e a utilização estratégica de parcerias musicais para impulsionar um movimento artístico.

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