A Nova Estação, escritório artístico e aceleradora musical voltada para mulheres negras, pessoas trans e projetos afrocentrados, em parceria com a Casa do Hip-Hop Bahia, lança o ‘Jam da Nova’, na quarta-feira (29), no Pátio da Casa da Hip Hop, no Largo Quincas Berro D’Água, no Pelourinho, em Salvador. A ideia é que o projeto aconteça quinzenalmente e crie um palco aberto ao improviso para promover um espaço de experimentação artística, integração entre musicistas e músicos negros e/ou trans. A entrada é gratuita, mas é preciso se inscrever, acesse aqui.
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O projeto é liderado pelo produtor e consultor artístico Ziati Comazi, homem trans-negro, e pela arquiteta e produtora Pita Nice, e conta com apoio da Casa Hip-Hop Bahia.
“Salvador é reconhecida como a Cidade da Música e é também a capital mais negra do país. Então a cadeia musical soteropolitana precisa estar equalizada quando pensar em serviços e atrações artísticas de profissionais negras e trans”, conta Ziati Comazi.
Já Pita Nice, responsável pelo eixo educacional, destaca que muitas áreas no mercado musical e de produção que atualmente são dominadas por homens-cis passarão a ser disputadas com a capacitação do público-alvo da Nova Estação.
“Queremos promover a instrumentalização de maneira consciente para as profissionais negras e trans, de modo que desenvolvam além da técnica, a organização e autonomia para driblar as barreiras do mercado”, disse Pita Nice.
A Nova Estação trabalha em 4 eixos: Locação de instrumentos musicais, como baixo, guitarra, violão e bateria para estudos no local ou eventos; Educacional, voltado para cursos, oficinas e consultorias; Eventos, como fornecedora de profissionais e serviços e no Agenciamento de artistas negras e trans. Além disso, o espaço conta com uma biblioteca Afrocentrada com mais de 30 livros escritos por autoras e autores negros para estimular a conscientização sobre raça, gênero e sociedade. Todos os serviços possuem taxas com preços acessíveis e que visam transformar a realidade social através da arte e cultura.
Os sócios destacam que o diferencial da Nova Estação está na inclusão da pluralidade de profissionais no mercado musical brasileiro, estimulando a formação, carreira e projetos artísticos protagonizados por mulheres negras e pessoas trans, oferecendo apoio integral, desde a qualificação até a contratação do serviço.
“Percebemos uma disparidade de mulheres negras e pessoas trans no setor artístico, tanto no fronte como no processo de produção e backstage. A minha experiência de mais de 13 anos atuando na área, me permite falar da falta dessa representativa. A Nova Estação que antes tinha um foco apenas em artistas negras, também transicionou junto comigo e acolhe artistas trans e projetos Afrocentrados que tenham artistas negros. A indústria fonográfica e setores de eventos são dominados por pessoas brancas, héteras e cis. A nossa cultura afro-brasileira é muito rica e nosso desejo é contribuir para propagar nossos ritmos, vozes, performances e histórias”, ressalta Ziati Comazi.
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“Queremos disponibilizar espaço para que artistas, tanto negras quanto trans, possam estar no centro dessa troca. Esse protagonismo é um tentáculo das ativações da Nova Estação, nossa intenção é promover essa pluralidade do início ao fim da cadeia de produção de eventos, nosso foco é estruturar profissionais e suas respectivas carreiras no âmbito local e expandindo para outros territórios do país”, destaca Pita Nice.