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Nova era no Funk? Kondzilla apresenta queda em audiência e liderança nos rankings, aponta site

Kondzilla

O canal Kondzilla, um dos maiores do mundo no YouTube, apresenta um momento de queda após a expressiva liderança no mercado.

Essa análise foi feita pelo site G1 que reuniu os cinco principais motivos para esse cenário:

  1. Vários artistas de Funk preferem postar em seus canais individuais;
  2. Após anos de domínio paulista, o Funk cresce em Belo Horizonte, Recife e especialmente no Rio, onde Kondzilla é menos presente;
  3. Mesmo em SP, a concorrência aumentou quando a GR6, maior agência de MCs da cidade, passou a priorizar seu próprio canal;
  4. Competidores avaliam que o canal está perdendo a “conexão com as ruas”, com linguagem “limpinha” em momento em que o funk é marcado pela “ousadia”;
  5. Excesso de clipes de aspirantes de qualidade duvidosa, que pagam pela “vitrine” da Kondzilla. A produtora lucra, mas o canal perde interesse de fãs.

Atualmente, o canal do Kondzilla possui uma média de 3 vídeos por dia, enquanto a GR6 possui 4 vídeos publicados. Contudo, a GR6 só publica vídeos dos artistas que fazem parte do seu casting.

 

Em novembro de 2018, Kondzilla anunciou um CEO. O escolhido foi Fabio Trevisan, 43 anos. Ele foi executivo da Conspiração, uma das maiores produtoras do país, e tem no currículo Nestlé, Chrysler e a agência McCann em Nova York.

Fabio explica em entrevista dada ao G1: “Entrei para cuidar da gestão. Hoje são 60 colaboradores no total da ‘holding’.” O termo é para falar de uma companhia que controla outras empresas, já que a Kondzilla tem setores de clipes, de outros conteúdos, roupas, licenciamento de marca, agência e gravadora.

Para Trevisan, a perda de parte da audiência pode ser resultado de uma decisão que, por outro lado, também foi boa para eles: um “filtro” de palavrões, sexo e violência nos clipes. Isso ajuda a chegar a certos públicos e marcas. Mas o funk mais popular hoje não economiza no teor sexual.

“Ainda em 2017, nós estabelecemos um ‘compliance'”, ele diz. O termo em inglês está em alta no mundo empresarial, que significa diretrizes corporativas para seguir leis e evitar desvios. As novas regras eram para banir dos clipes da Kondzilla:

  • Armas
  • Drogas
  • Objetificação da mulher
  • Violência
  • Palavras de baixo calão

“Passamos a exigir isso do artista. Vemos a letra e também a gravação do clipe.” Um exemplo foi “Deu onda”, do MC G15 (de dezembro de 2016, mas já no “compliance”). Ele diz que o canal exigiu a letra “light” (“o pai te ama”) e o clipe acabou sendo o mais visto do mundo em janeiro de 2017.

 

 

Rodrigo Oliveira, dono da GR6, avalia que a Kondzilla tentou dar um passo maior que as pernas: “Queria dominar tudo, mas não conseguiu. Querer ganhar o mercado com produto é uma coisa. Mas a maioria dos artistas nem era dele.”

“Tenho um grande respeito pelo Kondzilla, por tudo que ele construiu”, diz Rodrigo. “No que ele faz, filmar, para mim é um dos melhores.” Ele diz que tem boas relações com a equipe da empresa da Zona Leste (ainda há alguns lançamentos da GR6 no canal da outra empresa).

Já um diretor de Belo Horizonte que não quis ser identificado na entrevista, diz que: “O Kond, por influência de marcas, deixou mais comercial. Eu até entendo, mas isso não é o que a rua pede. O funk é da favela. Lá na favela a gente escuta “bunda”. Se você ouve o clipe cortado, falando que vai ‘descer a piiiii’, querendo ou não, isso prejudica”.

A soma de vídeos da Kondzilla e da GR6, que há um ano superava 30% do top 100, agora é de 12%. Ou seja, o modelo de grandes canais não é mais o único no funk. 

Sem contar que artistas hoje, preferem produzir em seus próprios canais. Seria então, esse o novo momento do mercado do Funk? Abaixo, o vídeo mais visto do canal GR6, com mais de 281 milhões de visualizações.

 

 

Para ver a análise completa feita pelo G1, clique aqui.

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