Você já deve ter visto Natty Hills divando no tapete vermelho de grandes premiações, no reality show “Queens Of Brazil” e em webséries no YouTube. Mas agora, a personagem mais famosa do youtuber Reinaldo Montalvão vai apostar no talento musical e lançou recentemente o funk “Ei Delícia”. Ao POPline, o ator e diretor falou sobre o surgimento e as pretensões da patricinha com cavanhaque mais famosa do Brasil.
Natty Hills nas gravações do clipe de “Ei Delícia” (Foto: Reprodução/Instagram)
A personagem mexe com a cabeça das pessoas porque mistura gêneros. Natty surgiu em 2014 na plataforma Vine, uma espécie de TikTok da época, e em pouco tempo migrou para o YouTube. “Fiquei anos moldando a personagem, até que ela explodiu em várias plataformas por causa de um vídeo de ASMR. Foi assim que o público a descobriu”, explica Reinaldo, que é formado em Rádio e TV.
O sucesso da personagem abriu uma série de possibilidades para Reinaldo. “Tivemos duas séries na TV e uma websérie, que estão disponíveis no meu canal no YouTube. A personagem foi contratada como apresentadora em vários momentos da carreira dela. Fizemos tapete vermelho e ganhamos prêmio do público como “Meme do Ano” no MTV MIAW, fizemos tapete vermelho no Prêmio Multishow também. E ainda tem muitos projetos por vir”, promete.
Entre esses projetos está a carreira musical da Natty Hills. É um grande desafio para Reinaldo, mas não para a patricinha. “A personagem é real. Ela tem vida e seus anseios. E um deles é a carreira musical porque ela se enxerga como uma diva pop, embora eu, intérprete dela, não seja cantor. Já tentei fazer aulas de canto, mas sempre soube que não é pra mim. Mas a personagem é uma outra pessoa, uma outra vida e com ela está funcionando. Temos videoclipes que estão na grade da MTV”, conta.
“Ei Delícia” mistura funk, humor e quebra de preconceitos
Natty Hills quer mostrar que é possível fazer arte, de qualquer maneira, sem preconceito. Para isso, ela quis formar uma parceria com um MC heterossexual e outro homossexual. “Eu conheço muitos artistas de funk que são homossexuais ou bissexuais, e que não se assumem por conta do preconceito no meio. E daí eu quis fechar este ‘triângulo’ para falar de uma música que fala sobre sexo”, explica.
Ela conta que já conhecia Dodge, assumidamente gay, e revela a dificuldade em encontrar a outra ponta do triângulo. “Precisava encontrar alguém que fosse simpatizante e que estivesse em começo de carreira. E daí conheci MC Lebinho. Conversamos por um mês até me convencer de que ele era a pessoa certa. E assim fechei este trio de “Ei Delícia”. Eu queria que fosse algo para celebrar e quebrasse preconceitos.
Para gravar o clipe, Reinaldo conta que se cercou de todos os detalhes para que pudesse fazê-lo em segurança. “Eu sou uma pessoa muito responsável quando o assunto é a pandemia que a gente está vivendo. Os meus amigos dizem que eu sou até paranoico. Testei toda a equipe e um dos integrantes precisou ser trocado porque testou positivo. Escolhi gravar em uma cidade distante, a quatro horas de São Paulo, para ter certeza que a gente ficaria isolado. Fomos com nosso próprio transporte, ficamos em um hotel com quarto, banheiro e cozinha integrados para não ter que ir em um lugar comunitário”.
Com equipe reduzida, Reinaldo conta como foi o processo: “Desta vez convidei o Tiago Nascimento pra dirigir, mas eu também acabo me metendo porque gosto de me envolver em tudo. Editei o clipe também. Não consigo deixar de ser leonino. Adoro a maneira como entrego o meu material”, explicou. “A minha equipe era o diretor, o assistente e duas pessoas na equipe técnica. Eu e os dois meninos. Eu não ligo de carregar peso, essas coisas. Pra fazer a Natty brilhar, o Reinaldo precisa fazer o corre. Porque sem corre não tem close”.
