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‘Não vou parar de fazer minha música por causa da religião’, diz Wesley Safadão em entrevista


Wesley Safadão está cheio de novidades! Além de estrear como apresentador no programa “Só Toca Top” ao lado de Lucy Alves e anunciar a gravação do seu novo DVD durante o show Garota Vip no Rio de Janeiro, o cantor deu uma entrevista supersincera para o jornal “O Globo” que respondeu sobre a carreira e também sobre as críticas que recebe por cantar músicas com letras picantes e seguir a doutrina evangélica.

Você não é atacado pelo duplo sentido e pela sensualidade do forró?

É a mesma coisa. Faziam terrorismo comigo, diziam: “Você vai cantar no Sul, e o povo é bairrista, vão te atacar…” Eu nunca senti isso. O nosso país é muito grande, cada região tem uma cultura. Então, faço meu show de acordo com cada lugar em que estou, mas não mudo a minha essência. Hoje, tenho mais cuidado, porque também tem um público infantil. Eu gravei uma música com a Marília Mendonça, “Ninguém é de ferro”, que diz assim: “Se eu ligar, dá merda…”. Mudamos para: “E se eu ligar, já era”. Tenho três filhos pequenos, e um deles, justamente a menina, me perguntou: “Mas, papai, você está falando nome feio?”. Então, tem que ter muito cuidado.

Como é o cenário da música brasileira com o streaming e sem tanto domínio das gravadoras?

Antigamente, gravava-se um CD, a gravadora distribuía. Era assim quando eu comecei a minha carreira, em 2002. Uma música estourava em São Paulo e chegava ao Ceará dois anos depois. Com as redes sociais, as coisas estão mais rápidas. Hoje, eu gravo alguma coisa aqui no meu celular e a música está no mundo. Não tem como não ser diferente, a gente tem que se adaptar. O que não pode fazer é parar de trabalhar.

Você é religioso?

Sou cristão. Poderia ser até mais. Sempre busco estar próximo de Deus. Mudou muito a minha vida, o meu modo de pensar, de agir. Hoje, consigo fazer tudo o que gosto. Antes, não tinha tempo para nada.

E como concilia as duas coisas: a religião e o forró?

Assim que eu fiz o meu batismo, em 2017, muita gente falou que ia parar de fazer isso e aquilo. Não vou parar de fazer meu trabalho, minha música. Posso falar de Deus para muitas pessoas que não vão na igreja. O meio em que a gente vive é muito louco. Era católico, mas não praticante. Começamos a participar de alguns encontros (evangélicos) e comecei a entender a religião. Foi uma construção e uma decisão acertada.