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Mulheres no comando: conheça 5 produtoras musicais brasileiras

O assunto foi pauta no programa HERvolution, do Kondzilla
Capa do álbum de Mahmundi, "Mahmundi" / Foto: Divulgação

Mundialmente, a indústria fonográfica é predominada por homens, que dominam cerca de 70% dos bastidores, de acordo com a ONG Women In Music (WIM). As mulheres são vistas nos holofotes, cantando ou compondo a banda, mas, por trás dos palcos, ainda precisam ganhar espaço para serem ouvidas. Por este motivo, listamos 5 nomes femininos de produtoras musicais brasileiras para evidenciarmos e ficarmos de olho. Confira!

A arte tem o poder de dar voz às minorias e, aos poucos, as mulheres estão conquistando seu espaço na música. Mas ainda há um longo caminho pela frente, cheio de barreiras e obstáculos que precisam ser quebrados para alcançarmos o cenário ideal.

Os dados não mentem

Segundo uma pesquisa realizada pelo Spotify em 2019, apenas 10% das mulheres que trabalham por trás da música são reconhecidas em festivais e nomeadas em premiações, que, claro, são gerenciadas por homens. Ou seja, não basta apenas talento e sabedora para ingressar na carreira, esta pequena parcela ainda precisa enfrentar a velha conhecida luta de gêneros.

De acordo com o Núcleo de Pesquisa e Organização de Dados e Informações, em 2019, 84% da parcela feminina que trabalha na indústria fonográfica revelou ter sofrido algum tipo de discriminação de gênero. E, como se não bastasse a falta de mérito, 49% afirma que o assédio sexual é uma grande barreira a ser enfrentada no ambiente de trabalho.

Apoio às mulheres

Um dos passos a se tomar na luta contra a discriminação de gênero neste cenário é evidenciar àquelas que já estão lutando pelo caminho, de forma que outras possam também ganhar voz. Para ajudar nisto, listamos 5 nomes de produtoras musicais brasileiras para acompanharmos de perto:

1 – Iasmin Turbininha

Iasmin é a primeira mulher DJ no funk e uma das responsáveis por trazer de volta o foco para as produções cariocas, depois de alguns anos do domínio paulista. Além disso, é uma das principais reesposáveis por trazer a febre do 150 BPM para a música no Rio de Janeiro. “Se você não tocar 150 no baile hoje, nego não dança. É o que segura o Rio hoje”, disse. A DJ também produziu alguns grandes nomes conhecidos do gênero, como Tati Quebra Barraco.

2 – Mahmundi

Mahmundi ficou conhecida como cantora, mas se encontrou na área de produção. Em entrevista ao Correio Braziliense, ela disse: “Na verdade, sou uma produtora musical que canta. Como eu não tinha achado ainda ninguém para eu produzir, eu cantei, e, de repente, deu certo. Estou desenvolvendo e me apaixonando pela minha própria voz, mas adoro produzir e acho que meu chamado é este“.

A artista faz parte de projetos de vozes negras contemporâneas na Universal Music, gravadora onde trabalha. Ela colocou sua visão em um trabalho que homenageia músicas de Gilberto Gil e Jovelina Pérola Negra, nas vozes de Xande de Pilares, Léo Santana, Priscila Tossan, Mumuzinho, Malía, Mc Zaac e Ruby.

3 – Bárbara Labres

A DJ e produtora faz sucesso nas redes sociais e plataformas de streamings, onde seus trabalhos batem mais de 35 milhões de plays. Uma de suas músicas mais populares é “Hoje É Rave“, em parceria com MC WM, que bombou quando Neymar chegou escutando em um dos jogos na Europa. O single se manteve por 3 meses do Top 200 do Spotify.

Apesar de trabalhar há anos com música, foi durante a pandemia, em 2020, que Bárbara conseguiu se preparar para começar a produzir singles autorais. “Me sinto realizada por chegar aonde estou e estar conquistando meu espaço. Trabalhei muito para ser valorizada na minha área. Estou crescendo muito profissional e pessoalmente“, contou.

4 – Badsista

Badsista não pensa pequeno e já embarcou em turnês pela América Latina e Europa. A produtora musical abre caminhos, representando a comunidade LGBTQI+ e a periferia de onde veio, em São Paulo. Seu primeiro EP, “Badsista”, veio em 2016 e trouxe participações especiais, como Lei Di Dai. Seu estilo caminha entre o funk, brega funk, arrocha, R&B, techno, bass e dance, da década de 90.

5 – RÁAE

A carioca é formada em Produção Musical pelo Conservatório Brasileiro de Música e conta que era a única mulher da turma em todos os períodos do curso. “Quando fui apresentar o trabalho de conclusão de curso, recebi inúmeras perguntas da banca: ‘Mas você fez isso sozinha?’. E eu falava: ‘Gente, fui eu.’ E eu não via isso para os rapazes. O corpo docente era 98% de homens”, disse. Hoje, RÁAE trabalha com produções musicais publicitárias e trilhas sonoras para outros trabalhos artísticos. Paralelo a isso, produz canções autorais desde 2016.

HERvolution

O assunto de mulheres na indústria musical é pauta no programa HERvolution da RedeTV!, que vai ao ar toda terça-feira às 23h30 no canal. O projeto é idealizado por KondZilla, que promete alavancar e engajar a carreira de jovens mulheres do funk, do rap e do trap nas favelas. Apresentado com descontração e bom humor pela cantora e compositora Mila, o programa é delas, feito por elas e para todxs, como se fosse uma confraria de amigas que se reúnem para bater papo numa conversa íntima e divertida.

Oportunidade!

E, por falar em dar voz às mulheres, está rolando um concurso no programa afim de encontrar mais produtoras mulheres no gênero funk, trap e rap. É uma chance de mostrar o talento e poder feminino e provar que lugar de mulher é onde ela quiser.

Veja como participar no Instagram do programa (@hervolutionkondzilla) ou no post abaixo.

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