A ausência de The Weeknd entre os indicados ao Grammy Awards 2021, nesta terça-feria (24), causou estranhamento tanto ao público quanto ao cantor. O nome do canadense era dado como certo pela imprensa especializada, já que seus hits dominaram, por semanas, as mais importantes paradas de sucesso do ano. Indignado, o cantor atacou a Academia de Gravação, alegando que a premiação “continua corrupta”. No entanto, The Weeknd não foi o primeiro artista a tretar com o evento. Nomes como Drake, Ariana Grande, Lorde, Nicki Minaj, Snoop Dogg, Kanye West e tantos outros artistas já bateram de frente com o Grammy em outras ocasiões.
Drake
Em 2015, Drake não só foi nomeado como ganhou o Grammy nas categorias Melhor Música de Rap e Melhor Performance de Rap/Sung pelo hit “Hotline Bling”. No entanto, o rapper revelou não aceitar a honra, já que não concorda que sua música estivesse encaixada com o gênero em que foi indicado. Para ele, a single é pop e não se trata de uma música rap.
“Eu sou aparentemente um rapper, mesmo que ‘Hotline Bling’ não seja uma canção do rap”, disse Drake durante o programa “Beats 1”, da rádio OVO Sound. “A única categoria que puderam me encaixar foi numa de rap, talvez, porque fiz algo no estilo no passado ou porque eu sou negro. Eu não consigo descobrir o motivo”, completou ele, levanta uma questão sobre o racismo.
Ele foi enfático em dizer que não está satisfeito com a vitória: “Ganhei dois prêmios, mas não quero aceitar porque me sinto estranho por alguma razão. Isso simplesmente não me parece certo”.
Já em 2018, Drake se recusou a inscrever suas músicas na premiação. Como de costume, as gravadoras enviam seus candidatos para a avaliação da academia. O cantor poderia ser indicado com o álbum “More Life”, que tecnicamente é um mixtape, mas se encaixa nas regras da Academia.
E o caso de amor e ódio de Drake com Grammy é antigo. Como senão pudesse ser mais polêmico, o cantor, em 2013, usou o troféu como caneca para o vídeo promocional do álbum “Nothing Was the Same”. Ele transforma o troféu de Melhor Álbum Rap, por “Take Care” em um copo e faz todos de sua equipe darem um gole nele, causando, claro, a maior polêmica nas redes sociais.
Ariana Grande
No ano passado foi a vez de Ariana Grande trocar farpas com a Academia. A voz de “Positions”, se recusou a comparecer na cerimônia de 2019, após desentendimentos com produtores da premiação. No Twitter, a artista soltou o verbo e contou o que, de fato, aconteceu para sua ausência.
“Eu mantive minha boca fechada, mas agora você está mentindo sobre mim. Eu posso reunir uma performance durante a noite e você sabe disso, Ken. Foi quando minha criatividade e auto expressão foi sufocada por você, que decidi não comparecer. Eu espero que o show seja exatamente o que você quer, que seja muito mais”, soltou ela.
Sobre a situação das músicas, ela esclareceu. “Eu ofereci três músicas diferentes. É sobre colaboração. É sobre se sentir apoiada. É sobre arte e honestidade. Não política. Não fazendo favores ou jogos. É só um jogo, sim, e me desculpe, mas não é isso que música é para mim”
Naquele ano, Ariana foi indicada nas categorias “Melhor Performance solo Pop”, pelo single “God Is A Woman” e “Melhor Vocal de Álbum Pop”, por “Sweetener”. Vale lembrar que o ano passado o Grammy foi envolvido em uma polêmica por menosprezar mulheres. Além da maioria dos prêmios terem sido dado para homens, o Presidente da Academia (responsável pelo evento) deu uma declaração, culpando as próprias mulheres por isso. “Elas precisam dar um passo acima porque acho que seriam bem-vindas”, disse. Com certeza, Ariana levou isso em consideração.
Lord
A cantora disse “não” ao Grammy em 2018, por considerar a produção machista (tema que depois foi discutido pela imprensa também). Todos os artistas indicados na categoria Álbum do Ano poderiam fazer performances solo na cerimônia, menos Lorde. Ela era, por acaso, a única mulher indicada. Os produtores queriam enfiá-la em uma performance coletiva e, por sentir-se injustiçada, Lorde declinou a oferta e não cantou no Grammy.
Snoop Dogg
Em 2016, o rapper revelou que não submetia mais seus trabalhos ao Grammy. Em vídeo amador postado no Facebook, xingou a Academia, ressaltando que questões raciais estão presentes entre as categorias, indicados e ganhadores. “Que tal criamos uma premiação dos negros? Vamos dar a eles tudo o que eles merecem por ontem, hoje e amanhã”, propôs.
Frank Ocean
Ele foi um dos primeiros a boicotar a premiação por convicção e surpreendeu a todos ao não submeter “Blond” à avaliação da Academia. O álbum era um dos mais aclamados de 2016. Frank Ocean, contudo, já não concordava com os critérios da premiação. Ele nunca aceitou o “1989” da Taylor Swift derrotar o “To Pimp a Butterfly” em Álbum do Ano no Grammy de 2016. “Ganhar um prêmio de televisão não me batiza como um sucesso”, disse em carta aberta, “se vocês estiverem dispostos a discutir sobre a parcialidade cultural, então eu estou aqui”
Nesta terça-feira, Nicki Minaj apareceu no Twitter para criticar a premiação. Aparentemente, a lista de nomeados, sem nenhuma menção a The Weeknd, fez Nicki lembrar do início de sua carreira.
“Nunca se esqueça que o Grammy não me deu o troféu de Artista Revelação quando eu tinha sete músicas simultaneamente nas paradas da Billboard, e a maior semana de lançamento que qualquer outra mulher rapper na última década, o que inspirou uma geração. Eles deram o prêmio para o homem branco Bon Iver. #PinkFriday”, escreveu Nicki Minaj no Twitter.
Kanye West
Por último e não menos polêmico, Kanye West causou polêmica ao publicar um vídeo no Twitter em que mostra um Grammy dentro de uma privada. Não satisfeito, ele urina no troféu. A gravação foi postada como uma forma de protesto a indústria da música norte americana que, de acordo com o cantor, escraviza artistas. Lembrando que West é um dos maiores ganhadores do Grammy e coleciona 21 troféus.