Nelson Sargento não resistiu às complicações da Covid-19. O sambista de 96 anos de idade morreu nesta quinta-feira (27) após agravamento de seu quadro de saúde. Ele estava internado na UTI do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro.
Presidente de honra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira desde 2013, Nelson Sargento foi diagnosticado com o novo coronavírus na última sexta-feira (21) e depois internado.
Ele foi um dos primeiros cariocas a receber a vacina no dia 31 de janeiro, em uma cerimônia no Palácio da Cidade, junto do ator Orlando Drummond, de 101 anos.
Na ocasião, Nelson cantou alguns versos de sua canção mais famosa “Agoniza, Mas Não Morre”, que diz: “Samba, agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro”.
Já a segunda dose foi ministrada em sua casa, no dia 26 de fevereiro, com ele vestindo uma camisa do time de futebol Vasco da Gama.
Um comunicado oficial sobre a morte do sambista foi divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer:
“O Instituto Nacional de Câncer (INCA) informa que o paciente Nelson Mattos, 96 anos, faleceu na manhã desta quinta-feira (27).
Nelson Mattos deu entrada no hospital, no último dia 20, com quadro de desidratação, anorexia e significativa queda do estado geral. Ao chegar na unidade, foi realizado o teste de covid-19, que apontou positivo. O paciente estava aos cuidados do INCA na Unidade de Terapia Intensiva desde o último sábado (22).
Apesar de todos os esforços terapêuticos utilizados, o óbito ocorreu às 10h45, dessa sexta-feira (27). Nelson Mattos era paciente do INCA desde 2005 quando foi diagnosticado e tratado câncer de próstata.”
Nelson Sargento foi uma das figuras mais icônicas do carnaval carioca. Ele ganhou o apelido de Filósofo do Samba por mais de 400 composições ao longo dos anos. Dentre elas: “Encanto da Paisagem“, “Cântico à Natureza“, “Falso Amor Sincero“, “Século do Samba“, “Acabou Meu Sossego” e “Vai Dizer a Ela“.
O “Sargento” de seu nome, por sua vez, foi conquistado pela patente que atingiu quando serviu brevemente no Exército. Uma de suas últimas aparições em público foi no dia 12 de fevereiro, no Museu do Samba, em um ato simbólico em defesa do carnaval que precisou ser cancelado em razão da pandemia.
“Todos nós estamos um pouquinho tristes por não ter desfile, mas foi melhor assim. Temos que estar todos vacinados para fazermos um grande carnaval em 2022”, disse ele no momento.